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PL propõe mudanças para a mobilidade urbana

O Projeto de Lei acrescenta novos modelos de mobilidade, novos métodos para implantação de projetos e financiamento do transporte, e segue em trâmite na Câmara dos Deputados

A mobilidade urbana vem passando por diversas modificações devido a inovações como o uso de novos aplicativos de deslocamento, compartilhamento de veículos, mais opções de micromobilidade, novas concepções e ideias sobre o próprio planejamento urbano, entre outros. Dessa forma, é de extrema importância que esse tema seja prioritário e constante no desenvolvimento de políticas públicas.

Recentemente o Projeto de Lei 2221/20, do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), entrou em trâmite na Câmara dos Deputados. O novo PL apresenta alterações em regras de diversos artifícios, como o Plano de Mobilidade Urbana (PMU), o Estatuto da Cidade, o Estatuto da Metrópole, a Lei da Acessibilidade e a Lei de Reestruturação dos Transportes Aquaviário e Terrestre.

Essas mudanças prometem um novo marco legal na mobilidade urbana do Brasil. O texto acrescenta novos modelos de mobilidade, como transporte ciclo motorizado privado, transporte autopropelido privado e transporte coletivo complementar, por aplicativos, de forma que todos deverão ser regulamentados e fiscalizados localmente.

Ainda indica ao Poder Executivo para avaliar projetos no modo metroferroviário para obtenção de recursos para sua implantação e expansão. Também prevê a priorização de projetos de transporte público que sejam estruturadores, indutores de desenvolvimento urbano integrado, de corredores exclusivos e de faixas preferenciais em vias urbanas.

Entre as diversas crises do transporte público principalmente em decorrência das políticas tarifárias existentes, o projeto pretende tirar da tarifa do passageiro a responsabilidade de ser o principal custeio do transporte. A ideia é que este também compreenda recursos financeiros provenientes da exploração de publicidade ou de imóveis, além da redução de custos dos tributos sobre os serviços de transporte.

O projeto ainda determina que os atuais benefícios tarifários devam ser revistos no prazo de sete anos, contados da data de entrada em vigor da lei. Além da criação de um fundo para equilibrar as diferenças tarifárias entre estados e promoção de parceria público-privada para a melhoria da infraestrutura no setor.

Até o momento desta publicação, o texto tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Viação e Transportes, de Desenvolvimento Urbano e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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Aumento no uso do transporte público ainda não atinge média pré-pandemia

Relatório Geral do uso do transporte público do Moovit aponta dados interessantes sobre o número de passageiros nas principais cidades do Brasil e do mundo

A queda no número de passageiros durante o ano de 2020 bateu recorde de perdas em torno de 70 a 80% do total, o que gerou às empresas uma queda de até 95% de receita. Além disso, a preocupação com a segurança sobre o contágio do vírus intensificou a queda notoriamente.

Para o acompanhamento deste impacto, o aplicativo de mobilidade urbana Moovit têm gerado um Relatório Geral do uso do transporte público em todo o mundo. O relatório é composto por dados anônimos de usuários do aplicativo e reúne uma análise temporal, até o momento, de janeiro a novembro de 2020.

A partir da análise, é possível perceber que as maiores quedas ocorreram nas cidades de Israel e da Europa, atingindo 90% de perda no transporte público. Enquanto no Brasil, a maior queda foi de 79% em 14 de abril de 2020.

Conforme o gerente geral do Moovit no Brasil, Pedro Palhares, a queda acentuada a partir do aparecimento dos primeiros casos de Covid-19 nas capitais se deve às medidas tomadas para garantir o distanciamento social e combate ao coronavírus. Com o fim das medidas rígidas e o retorno gradual do comércio, Pedro aponta uma volta na utilização do transporte público.

Comparação dos dados de utilização do transporte público referente ao início da pandemia (26 de mar. de 2020) e os dados mais recentes (29 de nov. de 2020). Fonte: Moovit.

Dentre as 10 cidades brasileiras analisadas pelo Moovit, houve um aumento gradual no uso do transporte, o que vai ao encontro da fala do gerente geral do Moovit no Brasil.

Até o dia 29 de novembro de 2020, última análise disponibilizada até o momento desta publicação, somente Brasília já atingia número superior à média de janeiro (0,1%). São Paulo, a maior cidade do país e com o sistema de transportes mais complexo, ainda conta com perdas na casa dos 20% no número de passageiros. 

A expectativa agora é sobre quais medidas governos e empresas tomarão para retomar a competitividade do transporte público no pós-pandemia, para que a queda da média de passageiros não se perpetue. Bicicletas, andar a pé e até uma retomada no uso dos carros, que estava em queda até então, principalmente entre as gerações mais novas, têm ganhado força na mobilidade urbana durante a pandemia. 

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Implantação do 5G no Brasil promete salto na mobilidade urbana

Rede 5G permitirá salto no avanço tecnológico da mobilidade urbana nas cidades com abertura para MaaS, Big Data, IoT e mais

A nova tecnologia 5G já tem uma “prévia” de funcionamento no Brasil a partir do 5G DSS da Claro em parceria com a Ericsson, mas sua implementação ocorrerá de fato em 2021. A nova rede promete proporcionar aos setores de transporte e mobilidade urbana resultados significativos na movimentação de cargas e pessoas, além da melhoria na logística caminhando para o futuro das cidades inteligentes.

De acordo com webinar promovido pela FGV Transportes, com a implantação do 5G será possível um salto na mobilidade urbana das cidades. Sua aplicação poderá estar presente em semáforos, placas de ruas e ao longo de avenidas e estradas, a fim de estabelecer uma conexão entre os veículos por meio da inteligência artificial. 

De acordo com Vitor Cavalcanti, Diretor Executivo do Movimento Brasil Digital, presente no webinar, a antena nova do 5G terá um alcance maior que a do 4G, aumentando sua cobertura em regiões principalmente mais afastadas ou dificultadas por questões ambientais. 

[A antena 5G] tem uma capacidade muito mais ampla, ela chega em uma comunidade mesmo com a lei ambiental funcionando, mesmo com tudo o que a gente tem hoje no Brasil com todas as dificuldades.

– Vitor Cavalcanti.

Segundo o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), o raio de cobertura da rede 4G é de 5 a 10 km, com o 5G o raio passa para 50 km de distância. Além do aumento de cobertura, a nova rede permitirá maior velocidade no terminal e menor tempo de resposta, ou seja, enquanto o 4G demora 60 milissegundos para latência, o 5G se aproxima a zero e isso pode habilitar mais usos e experiências como para cidades e transportes, de acordo com Georgia Sbrana, Vice-Presidente de Assuntos Corporativos da Ericsson para o Cone Sul da América Latina.

Em infraestrutura de transporte, a implantação da nova rede de 5G prevê mais de US$ 2 bilhões de investimentos até 2024. No âmbito empresarial, pode gerar US$ 23 bilhões em oportunidades para Internet das Coisas (Internet of Things – IoT), Inteligência artificial (IA) e outras tecnologias emergentes que já existem hoje mas que, com a chegada do 5G, serão impulsionadas ainda mais. De acordo com Vitor Cavalcanti, o 5G permitirá uma largura de banda mais confiável que dá abertura para Analytics, Big data e outras oportunidades dentro do mundo corporativo.

Com a implantação do 5G, a Mobilidade como Serviço (Mobility as a Service – MaaS) mudará as cidades em poucas décadas. Segundo a FGV Transportes, essa mudança se aplica para redução no número de veículos em circulação, maior inteligência nas formas de deslocamento e melhor gerenciamento e monitoramento do trânsito e do transporte. Além de uma maior gestão de tráfego, semaforização inteligente, controle de veículos, metrô, trens e outros.

O leilão para implantação da nova rede no Brasil ocorrerá no primeiro semestre de 2021, mas dependerá principalmente do calendário do governo. Assim, durante o webinar, palestrantes reforçaram a necessidade de atenção do governo para quatro pontos:

  • tamanho da oportunidade que a nova rede 5G proporcionará ao desenvolvimento do Brasil
  • quantidade de emprego a ser gerado
  • salto de transformação digital no país
  • oportunidade de criação e inovação

Contudo, a tecnologia aplicada no desenvolvimento do setor de mobilidade, principalmente para tecnologias embarcadas, dependerá muito mais das empresas privadas, de acordo com Marcus Quintella, Diretor do FGV Transportes.

No  transporte público, por exemplo, novas tecnologias deverão entrar em cena, o que depende de investimentos na área e de uma renovação no financiamento dos sistemas. Modelos inovadores, como a Bilhetagem Digital, carteiras digitais, entre outros, já seguem a nova proposta de digitalização. 

“Diante desse cenário, recomendo ao setor de logística e aos governos que se preparem antecipadamente para os novos tempos, desenvolvendo pesquisas e estudando a viabilidade econômico-financeira de projetos com a tecnologia 5G, para que não haja mais atraso tecnológico em nosso país.”

– Marcus Quintella.

O webinar “A Tecnologia 5G nos Transportes, Logística e Mobilidade Urbana” está disponível em transportes.fgv.br/webinar-mobilidade-urbana

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Novos conceitos para o transporte & mais – Não durma no ponto!

As principais notícias da última semana em uma leitura rápida e informativa. Comece a semana conectado no mundo. Não durma no ponto!

Você já ouvir falar sobre o First Mile e Last Mile? Traduzindo para o português, esses conceitos significam a primeira e última milha e são importantes para compreender a mobilidade urbana, pois representam as etapas inicias e finais da jornada no transporte.

Hoje, entende-se que a pessoa que utiliza o transporte pode utilizar vários modos, tipos ou modais para se deslocar. As possibilidades envolvem caminhar, dirigir, pilotar ou utilizar um meio de transporte público ou alternativo.

No entanto, o transporte público vem enfrentando uma dificuldade para atender esses pedaços iniciais e finais da jornada, o que acaba favorecendo o carro, seja próprio ou compartilhado. 

Para entender melhor o conceito e como evitar os gargalos que priorizam o transporte particular, nosso parceiro de conteúdo Rafael Pereira explica mais aqui.

Mesmo diante de alternativas, o interesse pelo carro como meio de transporte aumenta

Não é de hoje que o transporte público vem enfrentando crises e, com a pandemia, muitos problemas se intensificaram. Isso fez com que houvesse aumento pelo interesse em se deslocar por carro, gerando impactos negativos não só ambientais, como também de qualidade de vida.

No entanto, para tirar a prioridade do carro, é necessária uma mudança cultural e que governantes comprem essa agenda, pois já vêm sendo cobrados pela população no sentido de adotar políticas públicas efetivas que promovam a melhoria da mobilidade e a redução dos custos de deslocamentos, principalmente dos meios de transporte público.

Assim, as próximas gestões, eleitas no dia 15 ou no próximo dia 29 de novembro de 2020, terão papel fundamental nesse desafio. Saiba o que acontecerá se essa agenda não for aplicada nos próximos anos.

Além da transformação digital no setor, o auxílio de R$ 4 bi foi aprovado pelo Senado

Com o objetivo de dar um respiro ao transporte público em meio a pandemia, o auxílio de R$ 4 bilhões vem permeando as instâncias do legislativo para aprovação. 

Nessa última semana, o Senado aprovou o Projeto de Lei n. 3.364/2020 que prevê esse repasse aos estados, Distrito Federal e municípios com mais de 200 mil habitantes.

Segundo o relator do PL, Eduardo Gomes (MDB-TO), o projeto é importante para evitar o aumento das tarifas de transporte. O projeto determina que os recursos serão liberados mediante condições estabelecidas em termo de adesão. 

Assim, as regiões beneficiadas pelo recurso ficarão proibidas de aumentar as tarifas do serviço de transporte. Para saber mais, clique aqui.

Chegamos ao ponto final. Nos vemos na próxima?

Além de acompanhar o painel “Não durma no ponto!” toda segunda-feira, você pode receber em primeira mão as novidades em inovação na mobilidade e no transporte público através da nossa newsletter. É grátis e sem spam!

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Edição especial: ONBOARD é destaque na mobilidade – Não durma no ponto!

As principais notícias da última semana em uma leitura rápida e informativa. Comece a semana conectado no mundo. Não durma no ponto!

É com grande orgulho que venho anunciar: ONBOARD, criadora do Agora é Simples, é uma das Top 10 em Mobilidade no Ranking 100 Open Startups!

A plataforma de matckmaking 100 Open Startups realiza um processo anual que mede a atratividade das startups. Em sua 5ª edição, elegeu a ONBOARD como uma das mais atrativas para o setor de mobilidade. A solução proposta foi o sistema de Bilhetagem Digital e aberto. 

A ONBOARD foi a única empresa no Ranking com solução voltada ao transporte público. Em um momento delicado da história do setor, Luiz Renato M. Mattos, CEO da ONBOARD, compartilha: “Este reconhecimento […] é a prova de que com a ajuda da ONBOARD o transporte público pode sim recuperar a sua competitividade e se tornar reconhecidamente inovador.”

Acesse a notícia para saber mais sobre a premiação.

Falando em mobilidade…

Existem algumas pautas obrigatórias a serem discutidas dentro de cada Prefeitura e uma delas é a mobilidade urbana. Essa pauta diz respeito à forma como as pessoas se deslocam dentro da cidade.

No dicionário, mobilidade significa “facilidade para se mover”, ou seja, na teoria, significa tornar esse movimento fluido e prático. Dessa forma, dentro da prefeitura há responsáveis por projetos na área e, em tempos de eleições, nada melhor do que ficar sabendo o que seu candidato ou candidata pretende para a mobilidade da sua cidade.

Dentre análises de postulantes de três cidades (São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre), a Redação Agora é Simples produziu uma entrevista exclusiva com Marina Helou, candidata à Prefeitura na cidade de São Paulo do partido Rede Sustentabilidade.

“Nossa proposta de governo prevê a reavaliação da tarifa e a definição participativa do orçamento municipal. Também há outras possibilidades [de recursos], como os obtidos pela Zona Azul, a exploração de espaços publicitários nos veículos, pontos de ônibus e locais estratégicos pela cidade, com respeito à Lei Cidade Limpa, cujos recursos podem ser revertidos à melhoria do sistema.”

– Marina Helou em entrevista ao Agora é Simples.

Saiba os detalhes do plano de governo para a mobilidade de Marina Helou na íntegra.

Não fique por fora das mudanças na Zona Azul em SP

Quem anda de carro já sabe, para estacionar em Zona Azul precisa possuir o CAD (Cartão Azul Digital). 

O CAD, possibilitado a partir da digitalização da zona azul de São Paulo desde julho de 2016, foi implantado pela Companhia de Engenharia e Tráfego (CET – SP) para substituição dos antigos talões de papel.

No entanto, a Prefeitura de SP abriu um edital de concessão ano passado e a Estapar, empresa privada de estacionamentos, vai assumir a gestão da Zona Azul a partir do dia 17 de novembro.

Essa troca de gestão trará algumas mudanças para os clientes. Para saber mais, clique aqui.

E mais: Novo transporte de alta velocidade a vácuo!

Desenvolvedores e futuristas planejam transportes diferenciados desde antes dos Jetsons – até falamos sobre os carros voadores aqui.

O novo modelo agora é o transporte desenvolvido pela Virgin Hyperloop, empresa americana de tecnologia de transporte. A empresa realizou recentemente o primeiro teste com pessoas a bordo em Nevada, nos Estados Unidos.

O transporte é realizado através de uma cápsula que, a vacuo, chega a uma velocidade de 160 km/h. Confira o vídeo do teste:

Chegamos ao ponto final. Nos vemos na próxima?

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Mudanças na Zona Azul de SP a partir de 17/11

Estacionamento rotativo de São Paulo passará a ser administrada por empresa privada que promete melhorias na gestão das vagas na cidade

Foto: Felipe Gabriel/Folhapress

A Zona Azul de São Paulo passará a ser administrada pela empresa privada Estapar. O processo de concessão começou em janeiro de 2019 e, a partir do dia 17 de novembro de 2020, a empresa vai assumir a gestão do estacionamento rotativo. O contrato da concessão foi assinado em maio deste ano e valerá por 15 anos.

Para os clientes, a promessa é de um serviço mais moderno sem aumento do valor da tarifa. Além disso, os 13 aplicativos que estão credenciados para vender o CAD (Cartão Azul Digital) continuarão operando até fevereiro. Após a mudança, a aquisição eletrônica dos CADs será exclusiva do aplicativo da Estapar, com cartão de crédito.

“Atualmente existem cerca de 43 mil vagas e a partir do dia 17 isso vai para 51 mil vagas, todas mapeadas digitalmente.”

comenta Fernando Zillo, diretor executivo da Estapar, em entrevista ao Bom Dia SP. 

A mudança permitirá o monitoramento em tempo real e funcionará como um guia online para motoristas. Ao inserir o endereço de destino, o aplicativo exibirá um mapa com ruas verdes (caso mais da metade das vagas estejam disponíveis), ruas amarelas (50 a 80% de ocupação) ou ruas vermelhas (mais de 80% de vagas ocupadas).

A proposta permitirá o planejamento de onde estacionar nas ruas de São Paulo. De acordo com o Jornal Bom Dia SP, as regiões Centro e Zona Leste compreendem mais da metade das zonas azuis, 28% ambas, compreendendo 56%, seguido da zona Oeste (24%), Zona Sul (17%) e Zona Norte (3%).

A proposta de digitalização do sistema vem por meio de dados que indicam que mais da metade das pessoas que param em Zona Azul não respeitam o tempo limite, extrapolando devido a falha na fiscalização. Assim, com essa proposta, a fiscalização será mais efetiva, rotacionando uma maior quantidade de vagas do que atualmente.

Segundo nota enviada pela prefeitura paulistana, com o novo contrato, a concessionária “deverá modernizar o sistema com o emprego de tecnologias de identificação automatizada de uso das vagas; os serviços de aquisição de Cartão Zona Azul Digital e de informação ao usuário sobre vagas disponíveis para estacionamento em tempo real na cidade; e diversificar os meios de pagamento para o usuário”.

No entanto, a concessão da Zona Azul não é um consenso entre especialistas da área. De acordo com estudo Cidade Estacionada, São Paulo pode perder até R$1 bilhão durante a duração do contrato, em comparação ao que poderia ganhar se continuasse a gerir o sistema com algumas alterações, além de permanecer com a autonomia da gestão. 

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ONBOARD é uma das TOP 10 Mobilidade em evento internacional de startups

Evento contou com mais de 13 mil startups participantes e é referência internacional na geração de negócios

Em sua 5ª edição em 2020 e com mais de 13 mil inscritas, o 100 Open Startups elegeu a ONBOARD, criadora do Agora é Simples, como uma das 10 startups mais atraentes para o mercado corporativo na categoria de Mobilidade. Com sua solução de sistema de Bilhetagem Digital e aberto a startup está no TOP 10 do Ranking no ranking em mobilidade. O resultado geral sai dia 11 às 18h. 

O sistema de Bilhetagem Digital e aberto proposto pela ONBOARD consiste em solucionar a problemática atual da falta de autonomia das empresas de transporte sobre seus sistemas de bilhetagem, que geram mais custos para operadores e consumidores, com o acréscimo do atraso em inovação tecnológica. 

Hoje, os sistemas de bilhetagem são monopolizados por fornecedores, os quais vendem hardwares e licenciam softwares caros e proprietários, que além de barrar ou inviabilizar qualquer inovação, fazem com que os operadores se tornem reféns de seus produtos e serviços no momento da contratação.

Esse problema gera uma série de consequências para o consumidor final do transporte, como cadastros e atendimentos presenciais demorados, dificuldades de acesso a informações como saldo e horários de ônibus, além da falta de integração entre o próprio serviço e outros meios de transporte.

Por meio de um sistema de Bilhetagem Digital e aberto, empresas e operadores de transporte podem integrar seus serviços com novos meios de transporte das cidades, sem geração de custos extras.

A ONBOARD foi a única empresa no Ranking com solução voltada ao transporte público. Atualmente, possui pilotos de testes na Bahia e em Minas Gerais, juntamente com projetos em estágio de implementação nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

A solução permite um controle em tempo real da operação de transporte reduzindo o tempo de resposta para tomada de decisão de 24 horas para segundos. A ONBOARD opera em um modelo de atualização constante de software permitindo aos clientes estarem sempre com a versão mais atualizada.

Além disso, em Belo Horizonte, o trabalho com chatbots e inteligência artificial  permitiu ampliação dos canais digitais do consórcio de transporte metropolitano da região, sendo a chatbot do ÓTIMO hoje responsável por 25% dos atendimentos  no sistema. Isso garantiu um aumento de 31% do engajamento dos clientes com o sistema de transporte coletivo nas redes sociais do município.

“Estar no TOP 10 do Ranking significa muito não só pra ONBOARD como também para o segmento de transporte coletivo, que há décadas não inovava. Este reconhecimento veio em um dos momentos mais delicados da histórica do setor e é a prova de que com a ajuda da ONBOARD o transporte público pode sim recuperar a sua competitividade e se tornar reconhecidamente inovador.”

– Luiz Renato M. Mattos, CEO da ONBOARD.

A 100 Open Startups é uma plataforma de matchmaking com foco na conexão de oportunidades de inovação entre empresas, startups, comunidade científica e investidores. Atualmente, é a plataforma internacional de maior impacto na geração de negócios dentro desse nicho. 

Idealizado pela plataforma, o Ranking 100 Open Startups é resultado de um processo anual que mede a atratividade das startups por meio das relações de inovação aberta registradas e validadas entre empresas e startups no ano. Para isso, o programa conta com algumas etapas de seleção e de desenvolvimento das startups cadastradas.

Para mais informações entre no site do Ranking Top 100 Open Startups

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O que Marina Helou pretende para a mobilidade de SP?

Em entrevista à Redação do Agora é Simples, candidata de São Paulo, Marina Helou, explica mais sobre suas propostas para a mobilidade urbana da cidade

Foto: Agência Alesp.

São Paulo está entre as cidades mais populosas do mundo. Dentre um crescimento exacerbado ao longos dos anos, priorização do transporte privado e constantes evacuações de passageiros do transporte público, o setor vem enfrentando constantes crises.

Com vistas a contribuir para o debate qualificado sobre mobilidade e transportes, a Redação Agora é Simples analisou as propostas de melhorias para o transporte público de candidatos e candidatas às eleições de 2020 em São Paulo e traz agora, em primeira mão, uma entrevista com a candidata Marina Helou, do partido Rede Sustentabilidade.

Ao analisar ainda mais São Paulo, percebe-se que o deslocamento não é uma tarefa simples. Além disso, as pessoas mais impactadas são as que já se encontram em situação de vulnerabilidade, desigualdade social e, em sua maioria, moradores de áreas adensadas e periféricas que necessitam se deslocar diariamente entre casa e trabalho.

“Esse é um dos aspectos que trataremos com grande ênfase, de forma transparente e participativa: a definição de tarifa que corresponda e seja adequada à capacidade de pagamento do usuário sem comprometer a qualidade dos serviços e os investimentos necessários à manutenção e modernização do sistema.”

– Marina Helou.

Entre as medidas apontadas no plano de governo de Marina, há um cronograma para implementação das ações a curto, médio e longo prazo, na qual detalhou em entrevista à Redação. A curto prazo, a candidata pretende fazer mudanças no Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT); criação do Fórum do Transporte Sustentável da Cidade de São Paulo; wi-fi em todos os veículos

Partindo para o médio prazo, a candidata propõe trabalhar a melhoria nos pontos de ônibus; implantação da “onda verde”nos corredores de ônibus; implantação de mecanismos e dispositivos tecnológicos de rastreamento e acompanhamento do desempenho das linhas; antecipação dos prazos para adoção de motores mais limpos (transição tecnológica).

Por fim, a longo prazo, a candidata pretende dar continuidade na modernização dos motores mais limpos e menos poluente. Aliado a isso, perguntamos à Marina sobre as estratégias para qualificação do transporte público e sua imprensa nos informou pontos importantes a serem considerados, como:

  • Ampliar os canais de participação e controle social da política municipal de transporte, como o fortalecimento e transformação do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) em órgão deliberativo, e ampliando a representatividade da sociedade (50% dos assentos), garantindo maior transparência e visibilidade à sua atuação;
  • Criar o Fórum do Transporte Sustentável da Cidade de São Paulo como órgão consultivo e de assessoramento; 
  • Implementar mecanismos e dispositivos tecnológicos em favor do usuário do transporte público, que monitorem e apresentem dados referentes ao tempo, frequência e lotação das linhas;
  • Implementar e modernizar todos os pontos de parada (dando conforto e segurança aos usuários);
  • Antecipar os prazos previstos nos contratos e no processo de concessão para a adoção de motores mais limpos (transição tecnológica de ônibus movidos a combustível fóssil para veículos que utilizem fontes renováveis e sustentáveis de energia);
  • Implantar wi-fi gratuito em todos os veículos;
  • Melhorar do sistema de semáforos nos corredores de ônibus, implementando a “onda verde”(priorizando o transporte coletivo em seu deslocamento).

Marina prevê que a melhoria em infraestrutura, qualidade do transporte público e investimentos em tecnologia possam garantir menores custos operacionais do sistema, além de recursos provenientes de outras políticas públicas que podem auxiliar a sustentação de sua proposta.

“Nossa proposta de governo prevê a reavaliação da tarifa e a definição participativa do orçamento municipal. Também há outras possibilidades [de recursos], como os obtidos pela Zona Azul, a exploração de espaços publicitários nos veículos, pontos de ônibus e locais estratégicos pela cidade, com respeito à Lei Cidade Limpa, cujos recursos podem ser revertidos à melhoria do sistema.”

– nos conta a candidata.

Dentre as possibilidade de recursos visados por Marina, dois deles deixaram parcialmente de ser do município. A Hora Park, do grupo Estapar, venceu a licitação para se tornar a gestora da Zona Azul de São Paulo pelos próximos 15 anos, além da exploração dos espaços publicitários ter sido concedida para a empresa Ótima até 2037.

Nesse sentido, a candidata também pretende implementar a “Tarifa Social”, nos moldes das tarifas de água e energia, principalmente voltado para população em situação de vulnerabilidade e outros segmentos. Esta definição será feita considerando as contribuições dos segmentos interessados e envolvidos (usuários, concessionárias, poder público) através dos canais de participação e de controle social com objetivo de reduzir o valor da tarifa para determinados públicos.

Em seu plano de governo, há ainda citação do conceito de “Paris em 15 minutos”, estratégias que a prefeita Anne Hidalgo tem tomado na capital francesa para incentivar o uso da mobilidade ativa e transporte público em detrimento do transporte individual motorizado. De acordo com Marina, “Essa proposta visa priorizar o pedestre e estabelecer diretrizes e estratégias de incentivo à diversificação das modalidade de deslocamento e incentivo à mobilidade ativa nas cidades.”

“Para que [o deslocamento] ocorra de maneira adequada e segura, as propostas das cidades de 15 minutos preveem a reforma de passeios e calçadas, priorizando as áreas no entorno das estações de trem e metrô e de terminais de ônibus, bem como nos centros de bairro e áreas de maior fluxo de pessoas (ruas comerciais)”. De acordo com a candidata, isso pressupõe o alargamento das calçadas e consequente redução do leito carroçável.

“Além disso, propomos ações públicas que garantam a existência de serviços e comércio próximo ao local de moradia, reduzindo a necessidade de as pessoas se deslocarem para buscar atendimento de suas demandas e/ou necessidades em outras regiões. Ou seja, que estes serviços, bens e produtos estejam ofertados nas proximidades – a, no máximo, 15 minutos.”

– Marina Helou.

Também há propostas para expansão da malha cicloviária, integrada e articulada com o sistema de transporte público coletivo (inter-regional) e com equipamentos públicos importantes (intrarregional).

Para essa integração e articulação entre os meios de transporte, a candidata prevê o incentivo à uma gestão transparente com diálogos metropolitanos, não apenas na questão de mobilidade, mas também em todos os assuntos que interligam o tema. Além ainda de reforçar a importância do transporte sobre trilhos, pois, segundo Marina, “são mais adequados para percorrer grandes distâncias e comportar grande contingente de usuários”.

A integração entre diversos modais também envolve a reestruturação do sistema de transporte existente hoje. Para isso, Marina prevê a implementação de linhas específicas para circulação de VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) nas áreas centrais da cidade (juntamente com a implantação de áreas prioritárias para pedestres) e em centros comerciais e de bairro.

Em seu plano de governo, a candidata apoia a modernização e transição ecológica da frota, a qual já faz parte da legislação municipal, especificamente da Política Municipal de Mudanças Climáticas, e é obrigatória nos contratos de concessão.

No entanto, Marina conta que “devido a existência de prazos longos, nossa proposta visa antecipar estes prazos, gerando impactos positivos na saúde da população paulistana ao reduzir as emissões e, portanto, os episódios críticos de qualidade do ar. Estes impactos positivos também ocorrerão na área da saúde, reduzindo custos de atendimento e internação por doenças respiratórias e cardiovasculares.”

Saiba mais sobre o plano de governo de Marina e outros candidatos em agoraesimples.com.br/eleicoes.

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Desafios e possibilidades para a mobilidade urbana em 2021 – Não durma no ponto!

As principais notícias da última semana em uma leitura rápida e informativa. Comece a semana conectado no mundo. Não durma no ponto!

Foto: Rafael Martins/WRI Brasil.

2020 foi repleto de feriados nas segundas-feiras, ufa! Além desses, outra coisa que marcou o ano – além da pandemia – foram as articulações em defesa às causas sociais. Não obstante, o setor de transporte também discute o tema, afinal, estamos em constante movimento e comunicação, e as causas sociais surgem nas formas de tratamento entre indivíduos de diferentes posições sociais.

Para isso, dentro da mobilidade urbana, inúmeros estudos e projetos vêm dando visibilidade ao tema, como é o caso da plataforma Direção Feminina, articulado pelo Agora é Simples junto com a ONBOARD.

Para saber quais são as outras iniciativas e se já ocorrem na sua cidade, clique aqui.

Outros desafios também beiram a mobilidade nas prefeituras

Existem desafios que precisarão ser enfrentados na próxima gestão e poucos candidatos estão colocando em pauta, ou se quer se lembram.

Faltando menos de uma semana para as eleições, é melhor ficar de olho. Se o seu postulante à prefeitura está falando somente de cobrar ar-condicionado e Wi-Fi nos ônibus das empresas de transporte, provavelmente ele ou ela não sabe aonde está se metendo – nem o que lhe espera.

No artigo “Desafios para salvar a mobilidade urbana”, agrupamos os principais desafios que planos de governo para 2021-2024 devem enfrentar.

Para se preparar, evento aborda os principais projetos para o transporte no pós pandemia

A 6ª edição do evento Connected Smart Cities Mobility Digital Xperience ocorreu entre os dias 8 e 9 de setembro e trouxe palestrantes do setor de transporte público. Os temas envolveram o novo conceito do transporte público no pós-pandemia – a grande dúvida de todos.

A Redação Agora é Simples anotou os principais pontos que rolaram na edição. Para saber mais, acesse agoraesimples.com.br/connected-smart-cities.

E mais: 7 políticas públicas para financiar o transporte público

Dentre tantas adversidades e problemáticas que o setor de transporte público enfrenta, a Redação Agora é Simples reuniu 7 Políticas Públicas para financiamento do transporte.

Dentre estudos, leituras científicas e suporte de especialistas, o artigo reúne as melhores formas de financiamento para o transporte público, visando principalmente não pesar ainda mais para o passageiro e reverter o ciclo vicioso que o sistema se encontra.

O transporte ativo lidera geração de empregos, ao contrário dos carros

Estudos comprovam que a criação de ciclovias nas cidades gera 2 mil empregos, índice maior do que qualquer outro tipo de estrutura viária.

Confira um trecho do que a pesquisadora da Coppe/UFRJ e secretária-executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, Andrea Santos compartilhou na Época.

“É essencial nas discussões de cidades sustentáveis, inteligentes, resilientes ao clima que se incentive mais espaço para pedestres, para a bicicleta. A Covid gerou toda uma preocupação em repensar as cidades.”

Para conferir o tema na íntegra, clique aqui.

E esse é o ponto final. Nos vemos na próxima?

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Construção de ciclovias gera mais emprego do que priorização de carros

Estudos comprovam geração de 2 mil empregos na criação de ciclovias nas cidades, índice maior do que qualquer outro tipo de estrutura viária

O transporte ativo, por bicicleta ou a pé, ganhou força nos últimos tempos, impulsionado ainda mais pela pandemia de coronavírus. Isso foi percebido por prefeituras como Paris, Milão, Buenos Aires, Bogotá, Curitiba, Belo Horizonte e outras, que adotaram rapidamente a extensão – provisória ou definitiva – de ciclovias. De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), foram feitas mais de 100 intervenções desse tipo em todo o mundo por causa da pandemia.

“É essencial nas discussões de cidades sustentáveis, inteligentes, resilientes ao clima que se incentive mais espaço para pedestres, para a bicicleta. A Covid gerou toda uma preocupação em repensar as cidades.”

afirma Andrea Santos, pesquisadora da Coppe/UFRJ e secretária-executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

A construção de ciclovias geram benefícios econômicos como aumento de receitas e empregos para empresas locais. Conjuntamente auxilia na redução de congestionamentos, melhora na qualidade do ar, rotas de viagem mais seguras e melhores resultados de saúde.

Um estudo do Instituto de Pesquisa em Economia Política (PERI, sigla em inglês), da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, conclui que criar novas ciclovias gera mais empregos do que qualquer outro tipo de estrutura viária nas cidades. Os pesquisadores compararam 58 projetos viários em 11 cidades americanas. 

No geral, o estudo apresenta que a construção de infraestrutura para o ciclismo cria a maioria dos empregos para um determinado nível de gastos, ou seja, para cada US$ 1 milhão investidos, são gerados 11,4 empregos no Estado do projeto. Em regiões onde as vias são exclusivas para carros, o índice é de 7,75 e para áreas exclusivas para pedestres, 9,9.

O estudo analisou projetos de infraestrutura para transporte, como alargamento de estradas existentes ou pavimentação de estradas que não têm ciclovias e/ou calçadas, projetos de estradas que incluem componentes de pedestres (como calçadas, estradas com estrutura para pedestres e bicicletas), projetos com instalações exclusivas para pedestres (como reforma de calçadas ou travessia de pedestres), projetos específicos do ciclo (como adicionar marcação de ciclovias), trilhas multiuso, entre outros.

Além disso, o ClimaInfo calcula que podem ser gerados cerca de 2 mil empregos, diretos e indiretos, imediatamente com investimentos de R$ 1 bilhão de reais em mobilidade ativa. O valor seria suficiente para construir 5.000 km de ciclovias, ou criar 2.000 km de faixas exclusivas de ônibus, ou recuperar e construir 1.750 km de calçadas.

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Isso é obrigatório.
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Tendências para o transporte público no pós pandemia

Evento Connected Smart Cities Mobility Digital Xperience traz palestrantes do setor de transporte público e aborda tendências e projetos para o pós pandemia

Nos dias 8 a 9 de setembro, foi realizada, de forma totalmente online, a 6ª edição do evento do Connected Smart Cities Mobility, CSCM Digital Xperience. O evento promoveu temas como o novo conceito do transporte público no pós-pandemia, o projeto BRT em Campinas, a intermodalidade e disrupção para o setor de transporte público, além de projetos de mobilidade no programa de parcerias do Estado de São Paulo.

O mestre DX, Filipe Lemos, conduziu o evento o qual seguiu das apresentações de cada local e mesa de debate. Filipe reforçou que o evento volta-se para a criação de cidades inteligentes, mais humanas e sustentáveis além de, este ano, estarem apoiando o Instituto As Valquírias.

O primeiro palestrante, secretário Carlos Barreiro, da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, apresentou o projeto da instalação de BRT na cidade, afirma que a mobilidade elétrica está inserida no transporte público dentro do conceito de mobilidade urbana e sustentável. 

Campinas foi contemplada com um recurso de aceleração para mobilidade, onde o mesmo foi destinado à implantação de corredores exclusivos para BRT em 2018, onde são previstos a implantação de cerca de 37 km além de integração com sistema convencional e malha cicloviária. Atualmente, de acordo com o secretário, 82% das obras estão concluídas.

As melhorias observadas envolvem:

  • Mais agilidade
  • Mais segurança devido à iluminação LED
  • Requalificação asfáltica
  • Melhoria na fluidez viária
  • Eliminação de pontos de cruzamento em nível
  • Desenvolvimento econômico no entorno dos corredores
  • Evitando a combustão de cerca de 155 mil litros de diesel

Em seguida, Paulo Roberto de Guimarães, secretário da SEMOB/SJC (Secretaria de Mobilidade Urbana de São José dos Campos), abordou o fato do impacto da pandemia no transporte público, principalmente em decorrência da diminuição do serviço nesse momento, e a necessidade de reinventar o sistema nas cidades. 

Atrelado à esses fatos, o palestrante direciona a necessidade de construção de um novo transporte voltado para aumentar a atratividade do transporte, oferecendo mais frequência, mais conforto e menor valor da tarifa, além de modernizar o sistema e oferecer um transporte menos poluentes.

A proposta para SJC é a instalação de dois modelos de transporte sob demanda, um dos modelos é de tarifa fixa integrada e outro de tarifa variável, o qual se aproxima ao modelo dos transportes por aplicativo. Esse último modelo tem como objetivo gerar receita adicional além de competir com o transporte individual.

Paulo comenta a necessidade da separação do sistema apresentando como solução a divisão de 5 sistemas de inteligentes de tecnologia:

  • Financeiro (compensação de créditos, tarifa, entre outros)
  • Operacional (localização dos veículos, GPS, controle de frota)
  • Comunicação com usuários (aplicativo, informações de ônibus)
  • Transporte sob demanda
  • Mobilidade como serviço (MaaS)

Um ponto importante é a desmistificação do transporte público ser um vetor do novo coronavírus. De acordo com o secretário, 5,8% da população de São José dos Campos podem ter sido infectados no transporte público e, em relação aos funcionários das empresas de ônibus, apenas 2,72% testaram positivo para o vírus. Os resultados vieram através de ações de segurança e qualidade no serviço em SJC, além de acompanhamento de oferta e demanda, monitoramento de superlotações, pesquisas de carregamento visual.

Além disso, Paulo Roberto falou que as cidades que não podem fazer uma nova licitação neste momento, caso estejam no meio de um contrato ou acabaram de assiná-lo, podem exigir melhorias e/ou novos formatos como contrapartida do fundo para a mobilidade de R$4 bilhões que foi aprovado no Congresso recentemente. Vale ressaltar que este é um momento de negociação também.

Seguindo nas palestras, Roberto Speicys Cardoso, sócio fundador da Scipopulis, também aponta as consequências do vírus na sociedade. Roberto mostra dados referente às frotas e número de passageiros, tanto de carro quanto de ônibus, para exemplificar a situação de impacto caso o transporte individual fosse o principal de locomoção meio na cidade de São Paulo. Em entrevista à Redação Agora é Simples, Roberto conta sobre como é feito o planejamento da oferta de transporte público.

De acordo com Roberto, ainda há desafios sanitários no sentido de manter o transporte higienizado e seguro principalmente neste momento, problemas de imagem no transporte devido à população acreditar que este não é 100% seguro, além de problemas relacionados à eficiência e sustentabilidade financeira, devido a redução de frota durante pandemia.

O palestrante aponta as perspectivas do transporte, fazendo uma análise do pré pandemia conjuntamente com uma projeção para o pós pandemia. As perspectivas são positivas no que diz respeito à velocidade, emissão de poluentes e outros dados provenientes do Trancity, ferramenta desenvolvida pela Scipopulis juntamente com o grupo Green4T. A ferramenta é gratuita com objetivo de auxiliar a gestão do transporte na pandemia.

Sabemos que o transporte público é fundamental para as cidades e que o financiamento vem sendo um problema há alguns anos, mas que seu grau de intensidade ampliou durante a pandemia e que mais dinheiro não basta. 

A secretária executiva do Conselho de Desestatização do Estado de São Paulo, Gabriela Engler, conta um pouco sobre os projetos de mobilidade existentes no estado de São Paulo. Hoje existem 3 projetos ativos: PPP Trem Intercidades, Concessão de Linhas da CPTM e a Concessão de Ônibus intermunicipal.

Todos os modelos e soluções propostas direcionam à sustentabilidade do transporte e fornecem insights interessantes para gestores do transporte. O evento está disponível através do link e pode ser acessado gratuitamente: www.sites.google.com/nectainova.com.br/cscmdx-10-palco11-11h/

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Causas sociais ganham destaque na mobilidade urbana

Estudos sobre os fatores que impactam a mobilidade urbana nas cidades garantem melhor desenvolvimento e maior qualidade de vida para a sociedade

Foto: Werther Santana.

A discussão sobre as condições de mobilidade urbana é muito importante para aumentar a qualidade de vida nas cidades. Com isso, em decorrência dos eventos em 2020, muitas articulações do setor começaram a abordar e tentar entender ainda mais as intersecções que ocorrem em decorrência de cor, gênero, classe social e econômica, entre outros fatores existentes.

O transporte mais comum do mundo é o caminhar, além de ser um dos indicadores mais confiáveis ​​sobre equidade urbana, resiliência, saúde, poluição do ar e qualidade de vida geral. Assim, o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP, na sigla em inglês), divulgou o relatório “Pedestres em primeiro lugar”, o qual aponta uma análise global sobre a mobilidade nas cidades.

O ITPD se dedica à promoção do transporte sustentável e equitativo mundo afora, focado na acessibilidade, redução de emissões de carbono e desigualdade social. Dessa forma, o estudo mostrou que as cidades brasileiras ainda falham em oferecer espaços caminháveis e serviços essenciais próximos para seus habitantes.

“Esse estudo deixou claro que o país precisa melhorar o acesso a pé de espaços públicos”

– Danielle Hoppe, gerente de Transportes Ativos do ITDP Brasil.

O relatório também inclui recomendações de políticas baseadas em dados que podem ajudar os líderes locais a melhorar a mobilidade de suas cidades. Ainda é possível comparar os dados em qualquer cidade global ou área metropolitana com população de 500.000 ou mais.

Seguindo a pauta de mobilidade ativa, uma iniciativa da AMoBici deu origem a Carta-Compromisso com a Mobilidade Ativa de Florianópolis, voltada aos candidatos à prefeitura, vice e vereadores. A carta foi divulgada no dia 13 de outubro de 2020 e apresenta foco nos assuntos de caminhabilidade, ciclabilidade e acessibilidade, as propostas estão estruturadas em três eixos: cultura, segurança e infraestrutura.

Na mesma linha, o ITDP em parceria com a WEDO (Organização de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Mulher, em tradução livre), construíram o artigo “Acesso para Todos: Acesso e Gênero”. O estudo mostra como os sistemas de transporte deixaram de levar em conta os diversos padrões e necessidades de mobilidade e fornece recomendações importantes para promover ações com perspectiva de gênero. 

Combate ao preconceito na mobilidade urbana

Quando falamos do transporte público no Brasil o comportamento das classes mais baixas é decisivo para qualquer tomada de decisão, entretanto, o aspecto da raça é por vezes ignorado, mesmo que no Brasil classe e raça estejam entrelaçados. O ITDP Brasil está realizando um estudo especial sobre o impacto do racismo estrutural na mobilidade, presente no projeto “A Cor da Mobilidade”. 

O estudo consiste em uma série de artigos acompanhados de entrevistas que serão divulgados entre os meses de setembro e dezembro deste ano. Na primeira publicação, há dados sobre os principais problemas no cenário brasileiro, sendo que o primeiro é a própria oferta de linhas de ônibus.

A operação de transporte normalmente é pensada para atender as áreas mais nobres e em horários distintos dos que moradores das regiões com população majoritariamente negra saem para o trabalho. Além ainda do valor da tarifa que pode comprometer cerca de 20% do orçamento das famílias brasileiras, segundo dados do IBGE.

“Gestores públicos têm ferramentas para mudar essa realidade. Construir e implementar políticas públicas que sejam sensíveis à raça são caminhos importantes para que o deslocamento de pessoas negras sejam mais seguros e acessíveis. As organizações da sociedade civil e a academia também precisam abordar esse assunto em suas agendas. ”

– Mariana Brito, Coordenadora de Comunicação do ITDP Brasil.

Além da questão racial envolto na mobilidade urbana, existe o machismo cultural. Como proposta ao combate à esse preconceito, uma carta-compromisso de equidade e paridade de gênero foi divulgada em agosto deste ano. A iniciativa recolheu 65 assinaturas, nas quais 13 eram de pessoas físicas e 52 de pessoas jurídicas.

Articulando em conjunto com a iniciativa, a ONBOARD decidiu contribuir com uma demanda da Carta-Compromisso. Como resultado, lançamos a plataforma Direção Feminina que reúne mulheres especialistas que podem falar sobre qualquer assunto em eventos direcionados à mobilidade urbana.

A mobilidade urbana é uma questão social e o estudo sobre os fatores que a impactam pode ajudar na coesão social. Ou seja, ao entender a mobilidade como um todo, pode-se direcionar ações práticas nas áreas social, econômica e territorial impostas sob um regulamento comum para todos, garantindo a equidade e paridade em todos âmbitos.

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Novidade Agora é Simples, propostas ao transporte & mais – Não durma no ponto!

As principais notícias da última semana em uma leitura rápida e informativa. Comece a semana conectado no mundo.

Foto: Wanderley Costa.

Subindo no ônibus da informação, quero te fazer um convite especial. O Agora é Simples estreou o seu primeiro episódio de podcast na semana passada e é claro que você não pode deixar de ouvir.

Na primeira edição falamos com Maria Luiza, do Coletivo NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) e abordamos os desafios existentes para inovação no transporte público em meio às dificuldades que o setor encontra, dentre legislações, infraestrutura e fontes de recurso.

O podcast está disponível em diversas plataformas, acesse.

Andando de mãos dadas com a informação…

2020 é ano de eleições e o dia do voto se aproxima!

Assim, para que você possa contribuir com o desenvolvimento da sua cidade e embasar sua escolha de candidato(a), analisamos todas as propostas relacionadas ao transporte público e sua viabilidade prática. Afinal, se não há transporte, não há cidade. Confira:

Tá calor aí?

Pois é, o famoso efeito estufa está tomando uma proporção fora do controle. E mais, o setor de transporte é a fonte de emissões de gases de efeito estufa que mais cresce atualmente – hoje, o setor é responsável por aproximadamente um quarto das emissões globais.

O que nós temos a ver com tudo isso? Bom, além de ninguém querer morrer de calor (no sentido literal), o Brasil assinou o Acordo de Paris que assume deveres para que a temperatura média global não ultrapasse 2°C.

Cheio de metas ambiciosas, o Brasil apresentou à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) o objetivo de reduzir 66% da emissão de gases efeito de estufa por unidade do PIB para 2025 e 75% de redução na intensidade de emissões para 2030 (ambas em relação aos dados de 2005).

Para isso, o projeto “Transporte para menos de 2 graus”, apoiado pelo Fórum Econômico Mundial, divulgou um relatório que compreende insights para a  descarbonização do setor de transporte em abrangência mundial a fim de contribuir com o Acordo de Paris.

Uma cidade sustentável prioriza o transporte público

Começaram as mudanças para o transporte em Porto Alegre. A prefeitura possui o projeto Ruas Completas e um plano de priorização do transporte público que apresenta diversas mudanças para melhoria da experiência das pessoas na cidade.

As mudanças compreendem desde a ampliação de faixa exclusiva, implantação de ciclovia e até instalação de QR Codes para melhoria da experiência do usuário. Para saber em detalhes quais foram as mudanças, clique aqui.

Bem, chegamos ao ponto final.

Além de acompanhar o painel “Não durma no ponto” toda segunda-feira, você pode receber em primeira mão as novidades em inovação na mobilidade e no transporte público através da nossa newsletter. É grátis e sem spam!

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Ampliação de faixa e novidades para o transporte em Porto Alegre

Prefeitura de Porto Alegre realiza mudanças no transporte público desde ampliação de faixa exclusiva, implantação de ciclovia e até instalação de QR Codes para melhoria da experiência do usuário

Foto: Alex Rocha/PMPA/JC.

A partir desta sexta-feira, dia 23 de outubro de 2020, começa a ampliação de faixas exclusivas ao transporte público em Porto Alegre. A implantação começa pela Avenida Azenha e vai ampliar para 35.750 metros de faixas a fim de oferecer mais regularidade e agilidade nas viagens.

Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), serão traçados 750 metros desde a praça Piratini até os cruzamentos da praça Princesa Isabel com a avenida Oscar Pereira. Além da pintura da faixa, todas as travessias de pedestres serão reorganizadas, tendo inclusão de 7 novas faixas de segurança, sendo 3 semaforizadas e com acessibilidade. 

O trecho da faixa exclusiva é demarcado com faixa azul e apresenta uso exclusivo pelos coletivos, seletivos ou táxis. A exclusividade ocorre no horário das 6h às 9h e das 16h às 20h, de segunda a sexta-feira, sendo que fora do horário de pico ficará disponível aos demais veículos. 

Também haverá implantação de ciclovia unidirecional até o Parque Moinhos de Vento (Parcão). Esses projetos possuem o conceito de Ruas Completas, que, aliado à priorização do transporte público, oferecem uma experiência mais segura e democrática para toda população. Ainda inclui a diminuição no tempo de deslocamento, podendo atrair novos passageiros ao transporte coletivo em decorrência da melhora na qualidade do serviço.

As mudanças em Porto Alegre começaram no final de setembro, e contemplam também alterações entre horário de viagem e ampliação na oferta de ônibus. Os ajustes vêm sendo realizados após análises diárias em razão da demanda atual de passageiros. Os cidadãos podem registrar as demandas conjuntamente através do telefone 118.

Por fim, continuando com a proposta de melhorar a experiência de clientes do transporte público, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou, no dia 19 de outubro de 2020, a instalação de QR Codes em pontos de ônibus. O objetivo é possibilitar o acompanhamento em tempo real das linhas específicas em cada parada.

Assim, com a leitura do QR Code, o celular será redirecionado a um site com a lista das próximas linhas que passam pelo local, tempo estimado e características do veículo (se possui ar-condicionado e outros). As pessoas que utilizam diariamente o transporte também podem optar por baixar o aplicativo do TRI (Transporte Integrado de Porto Alegre) no celular, disponível em Android e Apple.

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Isso é obrigatório.
Isso é obrigatório.

Transporte público: quais são as propostas dos candidatos em Porto Alegre?

Análise das principais propostas direcionadas ao transporte público do mandato 2021-2024 dos candidatos à Prefeitura em Porto Alegre

Mesmo em meio a crise, o transporte público continua sendo de grande importância nas cidades brasileiras. Em Porto Alegre, o sistema transporta cerca de 20 milhões de passageiros por mês, no entanto, uma das principais operadoras de transporte público na cidade, a Carris, possui uma dívida que vem diminuindo com o tempo, mas que necessita de suporte público para melhoria e financiamento do sistema.

Logo, diante da necessidade de oferecer um sistema de transporte público de qualidade à população, candidatos à Prefeitura expõem suas propostas para tentar solucionar o problema. 

Continuando no processo de informação social, a Redação do Agora é Simples analisou as principais propostas de candidatos e candidatas à Prefeitura de Porto Alegre. 

Confira também:

Fernanda Melchionna (PSOL)

Com um plano de governo regido pelo manifesto “Porto Alegre pede coragem”, dentre as propostas de desenvolvimento urbano, Fernanda pretende recriar e repaginar secretarias, fóruns e conselhos a fim de retomar transparência e participação da sociedade civil em ações de planejamento urbano da cidade.

Um ponto interessante é o estabelecimento de um fundo centralizado de contrapartidas para grandes empreendimentos imobiliários. A proposta engloba arrecadação de recursos que serão destinados ao município a fim de suprir a demanda de regiões carentes de infraestrutura e regiões mais impactadas. 

Dentre as propostas para o transporte público, a candidata pretende combater a precarização da Carris. Para isso, propõe cortar o excesso de cargos de confiança e ampliar a democracia interna com a participação de trabalhadores na gestão da empresa.

Em seu plano, também há a proposta de inclusão de uma taxa diferenciada para transporte individual por aplicativo. A ideia é instalar essa taxa durante a circulação nas vias onde houver disponibilidade e sobreposição com as linhas da rede de ônibus, de forma a incentivar o uso do transporte público em detrimento do privado.

De forma a planejar o sistema de transporte público como um sistema único, Fernanda prevê utilizar estudos e pesquisas sobre origem e destino dos deslocamentos conjuntamente com a contagem de passageiros. Essa iniciativa caminha para a adequação de modelos de frota de veículos mais adequados às demandas da cidade.

Fernanda também propõe realizar auditoria independente nas empresas privadas de transporte público para corrigir possíveis fraudes, desvios e ineficiências operacionais, reduzindo a necessidade de aumento das tarifas em seu mandato. Além de reavaliar a licitação do transporte público coletivo vigente, iniciativa esta indicada por muitos especialistas do setor.

A candidata também prevê a criação de um Fundo Único Municipal da Mobilidade Urbana como alternativa de financiamento ao setor. Este centralizará recursos recolhidos através de multas de trânsito, cobranças de dívidas de empresas de ônibus, estacionamentos, cota do município sobre o IPVA, locação de espaços e recursos provenientes da Taxa de Mobilidade Urbana e da Taxa do Aplicativo Público para motoristas e entregadores. 

O Fundo terá como objetivo garantir o Plano Cicloviário Municipal, o Passe Livre para estudantes, para pessoas com mais de 60 anos e para pessoas desempregadas, e ainda poder financiar políticas de educação para o trânsito e realizar a manutenção do sistema viário municipal.

Em geral, pretende ampliar linhas e horários de transporte e fortalecer a participação civil na construção de um transporte de qualidade na cidade. Além disso, pretende criar o Programa Mobilidade Integrada com a participação de órgãos e secretarias municipais de mobilidade.

Por fim, para a mobilidade ativa, Fernanda visa a construção de novas ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas em regiões definidas em conjunto com movimentos cicloativistas, além de prever a instalação de estrutura para transporte de bicicletas nos ônibus. Para isso, a candidata pretende direcionar 20% da arrecadação de multas de trânsito para a implantação dos projetos. 

Fortunati (PTB)

O candidato pelo PTB divide a proposta de mobilidade urbana em três módulos: curto, médio e longo prazo. Para o curto prazo, Fortunati aborda a necessidade de pressionar o governo federal e o congresso para que avalie e aprove uma série de iniciativas que se encontram em Brasília com o objetivo de viabilizar subsídio. 

Como exemplo, o candidato aponta o Reitup. Este prevê incentivos fiscais para empresas de transporte público por meio de isenção do PIS e da Cofins para a compra de combustíveis e equipamentos, como chassis e pneus. Em contrapartida, as empresas se comprometeriam a implementar medidas como o bilhete único e outros. Porém, vale lembrar que já há Transporte Integrado em Porto Alegre, ou seja, o TRI, que é aceito em todos os ônibus de Porto Alegre, inclusive no trem. 

Para o médio prazo, o candidato criar um grupo técnico de trabalho com representantes de todos os setores e governos. O objetivo é estabelecer metas para alterações legislativas e estruturais necessárias a fim de recuperar a sustentabilidade do modal rodoviário.

Já no longo prazo, Fortunati prevê efetivar a instalação dos BRTs com instalação de GPS e sistema integrado com a sinaleira (liberando o sinal verde quando o ônibus se aproximar). O postulante também visa integrar o transporte metropolitano, implantar projeto alternativo de metrô (VLT) e ainda prevê explorar a mobilidade fluvial para transporte.

As medidas propostas pelo candidato não prevêem especificações sobre a execução.

Gustavo Paim (PP)

Candidato pelo Partido Progressista, Gustavo Paim propõe primeiramente revisar o plano de mobilidade urbana de Porto Alegre e do modelo de concessão atual das linhas de transporte público. Ainda pretende dar atenção especial a participação estatal (Carris) no processo operacional, visto os inúmeros déficits orçamentários que a empresa apresentou nos últimos anos.

As propostas também envolvem analisar a sobreposição de linhas e implantar definitivamente a bilhetagem eletrônica. No entanto, vale ressaltar que toda frota ativa na cidade já possui o sistema embarcado – apesar de ultrapassado considerando os padrões de tecnologia atuais, ainda apresenta os problemas que já conhecemos das Bilhetagens Eletrônicas no país, ou seja, sistemas fechados que fazem dos operadores de transportes reféns de produtos obsoletos.

O candidato ainda prevê aplicação de técnicas de monitoramento para melhoria do transporte na cidade e pretende desenvolver rotas alternativas às vias arteriais para evitar congestionamentos.

Gustavo propõe reestruturar a política de isenções de passagem e estudar a implantação de BRTs, VLTs e outros sistemas de transporte coletivo, dando prioridade aos menos poluentes. No entanto, não aponta quais medidas serão tomadas para aplicação da proposta.

Além disso, o postulante ainda pretende estabelecer um processo de integração com a Região Metropolitana de Porto Alegre para que o transporte metropolitano não tenha necessidade de ir até o centro da Capital, evitando congestionamentos. Porém, especialistas reforçam a necessidade de inserir o transporte público como alternativa ao uso de carros, a fim de substituir esse meio para evitar os congestionamentos, ao invés de apenas remanejar a rota dos ônibus.

João Derly (Republicanos)

João Derly pretende apoiar e implantar o Projeto Rua Viva. O projeto é promovido pelo Instituto da Mobilidade Sustentável e tem como principal objetivo a restauração da função social da rua priorizando os modos de transporte coletivo, a pé e de bicicleta. Aliado à isso, também pretende implantar o Programa Calçada Cidadã.

O candidato pretende integrar todos os sistemas de transporte da cidade (ônibus, sistema metropolitano, Trensurb, lotação, bicicletas, patinetes, táxi, catamarã, etc), através do cartão TRI e/ou celulares. Ainda propõe aumentar as opções de pagamento, podendo utilizar cartão de crédito, celular, NFC ou smartwatches. Essas propostas dependem da atualização do sistema de bilhetagem da cidade.

Outra proposta relacionada ao transporte é a criação de faixas exclusivas para ônibus de forma a ser monitorada por câmeras e a revisão de horários de exclusividade de uso das mesmas. O objetivo é permitir maior fluidez ao tráfego compartilhado. No entanto, não há referência sobre respeito às regras e possíveis aplicação de multas a fim de arrecadação de recursos.

O candidato também aponta como proposta a inserção de um projeto sobre a cobrança de uma tarifa de transporte de acordo com o trajeto percorrido pelo cidadão. A proposta não aponta detalhes, mas a ideia é implantar um protótipo já em seu mandato. A fim de entender o quanto as propostas impactam no valor da tarifa final, a Prefeitura de Porto Alegre desenvolveu uma calculadora que simula o custo com base nas propostas.

Diante das fraudes em gratuidade existentes no sistema de transporte público, João pretende aumentar a fiscalização para o combate das mesmas. Porém, não especifica como será essa fiscalização na prática. O que aborda é a implantação de mais uma forma de benefício: a gratuidade na segunda passagem para todos, mas não indica como financiará a proposta.

Ainda, com o objetivo de incentivar a mobilidade urbana na cidade, o candidato prevê o incentivo à instalação de empresas e indústrias ligadas ao setor, como empresas de energias limpas, motores, baterias, bicicletas elétricas, veículos elétricos e autônomos. Porém, essas ações se concentram a longo prazo e se mostram ainda incertas, enquanto o transporte público precisa de medidas a serem tomadas de forma imediata e concretas.

Juliana Brizola (PDT)

A candidata prevê em seu plano de governo a realização de obras viárias dentro de um amplo Plano de Obras Públicas, a fim de fornecer à população ruas pavimentadas e iluminadas, além de calçadas em boas condições.

Para o transporte público, pretende instalar redes de transporte inteligente, ou seja, aplicar uso intensivo das TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) nos sistemas de transporte público. Estudos indicam que o uso das TIC nas empresas impactam positivamente a velocidade e precisão da informação, além de desempenho em custos, comunicação, segurança, coordenação interorganizacional e vantagem competitiva (DALLA SANTA, MUSSI e NASCIMENTO, 2016).

Para as regiões de situação econômica sensível e que não possuem linha de ônibus, Juliana pretende ampliar linhas de táxis com adequação de tarifa. Prevê em conjunto a construção de mais paradas de ônibus com iluminação e câmeras para aumentar a segurança dos usuários.

A candidata também prevê implantação de modal de transporte fluvial e trens urbanos. Porém, ressalta-se que Porto Alegre já possui cerca de 40 trens urbanos ativos operacionalizados pela Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.). Contudo, Juliana não aborda como será a aplicação da medida na prática e nem sua previsão.

Julio Flores (PSTU)

Candidato pelo PSTU, Julio Flores pretende municipalizar o transporte público urbano de Porto Alegre, transferindo a prestação de serviço das empresas privadas para uma única empresa municipal. A proposta tem como objetivo oferecer mais transporte à sociedade e o candidato promete aproveitar 100% dos colaboradores das atuais.

Porém, uma das empresas operadores hoje, a Carris, já é uma empresa municipal, além do mais, o candidato não expõe detalhes sobre essa nova criação. Contudo, especialistas apontam a dificuldade do poder público em executar o serviço devido a falta de recurso que os municípios apontam.

Júlio também prevê aumentar o número de linhas e de ônibus, além de substituição gradativa da frota atual para uma de fonte renovável, o que consequentemente necessitará de recurso financeiro. Porém, não há propostas de financiamento ou apoio para tal.

Há também a proposta de interligar os modais de transporte na cidade, sem cobrança de tarifa. Somado à isso, o candidato prevê redução e congelamento das atuais tarifas em direção à implantação da tarifa zero. Por fim, todas as propostas geram diversos custos, sem apresentar as fontes de receitas para tal, o que tornam inviáveis sem um estudo e planejamento adequado.

Manuela d’Ávila (PCdoB) 

Manuela pretende primeiramente assumir a gestão da Câmara de Compensação Tarifária (CCT) por meio da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre). A CCT é a estrutura pública que possibilita a execução da Política de Tarifa Única no Município de Porto Alegre.

A candidata também prevê a criação de um Fundo Municipal de Mobilidade. A proposta é garantir que recursos provenientes de taxa de gestão, receitas de multas e de outros serviços da EPTC (como Área Azul) e mais, sejam depositadas para subsidiar a tarifa do transporte coletivo. 

A partir da implantação do sistema de bilhetagem eletrônica, Manuela pretende criar o Cartão Mobilidade para ser utilizado em todos os serviços públicos e privados de transportes. Hoje, já existem modelos que possibilitam essa integração. No entanto, d’Ávila não aborda se haverá substituição dos cartões existentes hoje.

A candidata ainda promete revisar o Plano de Mobilidade e Pesquisa Origem/Destino de PoA, buscar recursos e investimentos privados para financiar a execução de projetos para a construção de outros modais, como BRTs e VLTs e ainda estudar sobre o modelo de concessão atual. Ademais, prevê passar o modelo de contratação da prestação de serviço para um modelo de contratação da oferta com objetivo de garantir padrões de qualidade permanente.

Referente à mobilidade ativa, Manuela apresenta como proposta investimento público para construção de áreas de circulação de pedestres e calçadas, além da manutenção das mesmas. 

Ainda promete executar o Plano Cicloviário, o qual apresenta hoje apenas 54 km de ciclovias construídas do total de 395 km previstos. Acrescenta ainda a necessidade de obrigatoriedade para construção de estruturas de apoio ao modal cicloviário em “polos geradores de tráfego”, como áreas educacionais e comerciais.

Montserrat Martins (PV) 

O candidato à prefeitura estabelece como proposta a mudança de modais de transporte não poluentes, a fim de buscar alternativas ao uso de diesel e gasolina. Alguns candidatos propõe a troca da frota, no entanto, Montserrat não deixa isso claro na proposta.

Também há menção de aeromóveis. Como já abordamos aqui, a tendência é que este seja um novo modal dentro dos próximos anos e o candidato do PV propõe formas de financiamento para obtenção dos mesmos através de parcerias público-privadas e BNDES a fim de contribuir com a proposta de modalidades de transporte não-poluentes. Porém, a proposta, se não bem trabalhada, pode  caminhar contra a inclusão que deve haver na mobilidade urbana.

Montserrat aponta que há estudos que já sugerem implantação de linha de aeromóvel em três principais avenidas, sendo uma partindo do Aeroporto em direção à Zona Sul. Contudo, não aponta para quem será destinado essas propostas.

O candidato aborda ainda que entre a implantação de aeromóveis e a implantação de metrô, o modal aéreo se mostra mais acessível num primeiro momento, indicando sua preferência para o projeto na cidade.

Montserrat também propõe a ampliação de ciclovia e ciclofaixas aliado à construção de estacionamentos para bicicletas. Menciona a necessidade da infraestrutura permitir ao cidadão acesso aos outros modais, como transporte público, porém, não aborda como irá implementar isso na prática.

Nelson Marchezan Júnior (PSDB)

Em sua reeleição à prefeitura, Nelson Marchezan Júnior pretende promover a priorização do transporte coletivo através da ampliação de faixas exclusivas e uso de tecnologia a fim de combater os congestionamentos na cidade. Apesar de não abordar como irá executar a proposta, em sua atual gestão já apresentou um plano nesse sentido que tramita na câmara de vereadores.

O candidato também prevê a integração metropolitana do transporte público de PoA, além da integração dos meios de pagamento. Conjuntamente, pretende instalar câmeras de monitoramento e painéis de informação a fim de tornar o transporte mais atrativo e acessível na cidade.

Referente à mobilidade ativa, Nelson propõe ampliação da rede cicloviária e aplicação do conceito de ruas completas, desenhadas para pedestres e ciclistas a fim de aumentar a segurança e “devolver” a cidade às pessoas.

Rodrigo Maroni (PROS) 

Para as propostas direcionadas à infraestrutura e transporte em Porto Alegre, Rodrigo Maroni pretende buscar recursos junto ao Governo Federal, Estadual e instituições financeiras. O objetivo é obter recurso para promover melhoria nas avenidas de grande circulação. Contudo não se sabe se é voltada aos carros ou ao transporte público coletivo.

No que se refere à priorização do transporte coletivo, Rodrigo prevê a renovação e modernização da frota de ônibus em circulação na cidade. Todavia, a troca da frota normalmente gera mais custos à prefeitura e consequente mais custos ao contribuinte. Além do mais, o preço da tarifa que também impacta na preferência ao transporte não possui propostas.

Por fim, Rodrigo pretende criar canais de comunicação para que a sociedade possa sugerir ações direcionadas ao transporte público. Porém não há especificações sobre o projeto.

Sebastião Melo (MDB)

Sebastião aponta que todas as alternativas serão avaliadas a fim de repensar o modelo atual de transporte público na cidade. Para isso, seu plano de governo aponta revisão de linhas, horários alternados, subsídio, privatização, saneamento financeiro, fusão e aquisição de frota. 

Sebastião também se mostra contra o estabelecimento de pedágios, medida esta proposta pelo governo de Nelson Marchezan Jr. Além ainda de apontar como pauta a revisão do problema orçamentário que Carris gera. 

Por fim, o candidato prevê desenvolver plano de implantação do transporte hidroviário, para que este se torne uma alternativa de mobilidade na cidade. No entanto, este modal apresenta tempo de trânsito longo, além de necessitar de terminais especializados para embarque e desembarque de pessoas, gerando alto custo de construção (EPL, 2020).

Outros candidatos analisados pela Redação Agora é Simples, como Luiz Delvair (PCO) e Valter Nagelstein (PSD) possuem poucas ou nenhuma proposta clara sobre transporte público.

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Isso é obrigatório.
Isso é obrigatório.

Referências

DALLA SANTA, E.D.; MUSSI, C.C; NASCIMENTO, G. Uso da tecnologia da informação e desempenho do serviço de transporte rodoviário de cargas. Revista Gestão & Tecnologia, v. 16, n. 1, p. 184-207, 2016.

Déficit da Empresa Carris. Gaucha ZH. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2019/09/pela-primeira-vez-em-sete-anos-carris-fecha-um-mes-com-lucro-liquido-ck0yaa8ug00h101mtrosyiwel.html>. Acesso em: 19 de outubro de 2020.

EPL – Empresa de Planejamento e Logística S.A. Estudo dos Custos do Transporte Hidroviário no Brasil. Disponível em: <https://www.epl.gov.br/estudo-dos-custos-do-transporte-hidroviario-no-brasil-elaboracao-de-ferramenta-de-simulacao>. Acesso em: 20 de outubro de 2020.

Indicadores Operacionais do Transporte Público em Porto Alegre. Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/eptc/default.php?p_secao=155>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Planos de Governos Eleições 2020. Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: <http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/municipios/2020/2030402020/88013/candidatos>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Situação do transporte público em Porto Alegre/RS. Summit Mobilidade 2020. Disponível em: <https://summitmobilidade.estadao.com.br/ir-e-vir-no-mundo/como-e-o-transporte-publico-em-porto-alegre/>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Trensurb – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. Disponível em: <http://www.trensurb.gov.br/paginas/galeria_projetos_detalhes.php?codigo_sitemap=39>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

TRI – Transporte Integrado de Porto Alegre. Disponível em: <https://www.tripoa.net.br/CLIENTE-VT>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Nota: Houve um equívoco na foto do Rodrigo Maroni, candidato do PROS. Para tanto, foi atualizada no dia 22/10/2020.

Medidas para criação de um transporte mais sustentável

Relatório “Transporte para menos de 2 graus” compreende opiniões de especialistas, empresas, ONGs e governos para a transformação do setor de transporte mais sustentável

O projeto Transport for Under Two Degrees (T4<2°), ou “Transporte para menos de 2 graus”, é um estudo prospectivo global sobre a descarbonização e transformação do setor de transporte. O objetivo é identificar desafios e oportunidades para um setor de transporte sustentável e de baixo carbono.

O projeto compactua com as propostas do Acordo de Paris, o qual firma compromisso que o aumento da temperatura média global não ultrapasse 2°C, e é apoiado pelo Fórum Econômico Mundial e pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.

Assim, o projeto T4<2º, que está em desenvolvimento há dois anos, resulta no relatório Way Forwad, baseado em estudos já existentes e novas entrevistas qualitativas. As entrevistas foram realizadas em conjunto com especialistas internacionais do setor de transportes e energia, além da participação de empresas, ONGs e governos. 

O relatório, divulgado no começo de outubro de 2020, há recomendações específicas dos especialistas sobre como alcançar a descarbonização do setor e empenhar esforços internacionais para uma transformação do sistema de transporte. 

Em relação à pandemia de Covid-19, o estudo aponta que em decorrência do declínio da atividade de transporte – e da produção industrial baseada em combustíveis fósseis -, houve melhoria da qualidade do ar e queda nas emissões de gases de efeito estufa. 

“As respostas ao COVID-19 têm mostrado o potencial de uma eventual mudança sistêmica no setor da mobilidade”

– Comitê de Direção do T4<2°.

No entanto, muitos passageiros ficaram com medo de utilizar o transporte público e voltaram aos carros. Assim, de acordo com o relatório, as mudanças positivas para a sociedade só serão realmente implementadas se houverem esforços de recuperação planejados principalmente por tomadores de decisão, ou seja, políticos.

Dessa forma, sabendo que o transporte é responsável por cerca de um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, as projeções indicam que o setor pode ultrapassar o dobro de suas emissões atuais até 2050 se os negócios continuarem como hoje. Logo, especialistas sugerem que a descarbonização total do setor até 2050 tenha colaboração conjunta de países desenvolvidos e subdesenvolvidos para trabalhar na inclusão social e desempenho econômico.

No debate público sobre o temas, a descarbonização do transporte está frequentemente associada a uma potencial perda de empregos. Porém, dois terços dos especialistas internacionais acreditam que haverá criação de empregos principalmente no setor de transporte, no setor industrial, no desenvolvimento de novas tecnologias, no setor de energia renovável, em serviços digitais, além de empregos na área de turismo.

No entanto, no que se refere ao consumo de energia por veículo, especialistas indicam que deve haver uma tecnologia mais eficiente e renovável para cada meio de transporte. Para isso, as energias eólica e solares são apontadas como promissoras para tornar a transformação do transporte um sucesso.

“A atual capacidade mundial de energias renováveis é insuficiente para atender às metas de eletrificação do transporte; o desenvolvimento de novas energias renováveis é fundamental”

– Líder sênior, no Fórum Global de Energia.

O relatório também aponta que o transporte público, os meios de transporte ativos, os serviços de mobilidade compartilhados, bem como o planejamento urbano sustentável serão a espinha dorsal do transporte urbano ecologicamente correto. Portanto, há de haver investimentos nesse setor com promoção da mobilidade ativa e compartilhamento de transporte. 

Um ponto interessante indicado por especialistas e instituições é a digitalização e condução autônoma. A maioria destes apostam que essas ações auxiliam na redução das emissões de gases de efeito estufa, como implantação de veículos autônomos no transporte rodoviário de passageiros.

Dentre esses e outros insights indicados no relatório, todos eles indicam que, sem governança e apoio de políticas públicas, não haverá uma mudança estrutural que possa atingir o objetivo até 2050. Estes e outros apontamentos podem ser encontrados em detalhes no site do projeto

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Eleições 2020, estrutura do transporte & mais – Não durma no ponto!

As principais notícias da última semana em uma leitura rápida e informativa. Comece a semana conectado no mundo. Não durma no ponto!

Já faz mais de uma semana que não nos vemos, aconteceu tanta coisa! A mais importante que venho anunciar é o início das eleições.

Para fins de informação, lembramos que o primeiro turno será no dia 15 de novembro de 2020. Nos locais em que houver segundo turno, o evento ocorrerá no dia 29 de novembro.

Assim, lembrando também que o transporte é um direito previsto na Constituição Federal e um serviço garantido pelo poder público, este se torna pauta primordial para o desenvolvimento das cidades e, consequentemente, deve estar presente no plano de governo de candidatos à Prefeitura.

Se você ainda não sabe o que seu candidato ou candidata prevê para o transporte público no mandato 2021-2024, a Redação do Agora é Simples fez uma análise exclusiva sobre as propostas para os municípios de São Paulo e Belo Horizonte. Confira:

Pensar na melhoria do transporte público é pensar na estrutura em que ele funciona

Seguindo na mesma linha de raciocínio, para propor a melhoria do sistema de transporte público, deve-se saber como este é subdividido. Para isso, nosso colunista parceiro Rafael Pereira começa sua série de artigos abordando os modos e tipos de linhas de transporte existentes. Saiba mais.

Mesmo sabendo como o transporte funciona, existem alguns pequenos pontos para não transformá-lo em um desserviço

Dentre todas as necessidades que o transporte público enfrenta, existem 6 pontos essenciais que devem ser considerados para o entendimento do sistema e podem auxiliar para a melhoria em sua eficiência e gestão.

O gestor executivo do transporte público, Miguel Pricinote, compartilha com a gente quais são esses principais pontos aqui.

Pesquisa aponta qual o principal impedimento para usar o transporte público hoje

A gente já sabe que o transporte público vem enfrentando uma evasão muito grande de passageiros conforme os anos passam. Conjuntamente, a pandemia enalteceu essa e outras dificuldade que o transporte enfrenta.

Mais de um terço da população brasileira começou a trabalhar em casa, no modelo home office – e ainda há tendência para que isto se torne definitivo nos próximos anos.

Além disso, as pessoas começaram a ficar com medo de andar de ônibus e acabar contraindo o novo coronavírus – embora já falamos aqui que o transporte não é vetor do vírus, o problema é a lotação (em decorrência da má gestão).

Uma pesquisa realizada em São Paulo, em parceira com o Ibope Inteligência, identifica tendências e dados fidedignos sobre os deslocamentos da população de São Paulo. Estes podem ser utilizados para formação de novas políticas e melhoria na gestão do sistema de transporte. Saiba quais são.

Bom, e esse é o ponto final.

Nos vemos na próxima segunda!

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Lotação é impedimento para retomada do uso do ônibus em SP, aponta pesquisa

Enquanto ônibus, trem e metrô perdem preferência, uso de transporte individual aumenta, mas acesso é limitado para as classes mais baixas

Foto: Carlos Alberto Silva.

A Rede Nossa São Paulo, organização da sociedade civil, divulgou nesta quinta-feira, 15 de outubro, a pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana”. Em parceria com o Ibope Inteligência, a pesquisa tem como objetivo identificar as tendências de deslocamentos da população de São Paulo para auxílio na elaboração de políticas públicas.

Numa análise temporal, o tempo médio gasto por deslocamento dos paulistanos diminuiu 14 minutos comparado ao ano anterior. Vale ressaltar que a diferença entre o tempo gasto de pessoas que utilizam carro todos os dias e daqueles que utilizam transporte público é de apenas 25 minutos, diferença pequena imposta principalmente devido ao congestionamento existente na grande São Paulo.

Em meio à pandemia de Covid-19, a pesquisa aponta que 35% dos paulistanos não estão saindo de casa para realizar atividades principais do dia-a-dia, o que envolve trabalho e estudo. Isso se deve ao fato de que mais de um terço das pessoas estão trabalhando ou estudando em casa devido ao isolamento social imposto pela pandemia.

Contudo, essa proporção difere ao analisarmos a situação econômica dos entrevistados, indicando que quanto maior a renda e escolaridade, menos as pessoas saem de casa. Como consequência desse cenário, mesmo ainda sendo o meio de transporte mais utilizado, a queda no uso dos ônibus é notória, de 47% das viagens em 2019 para 35% agora. Enquanto isso, viagens a pé e por carro aumentaram. 

Fonte: Pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana” (2020).

É a primeira vez, desde o início da série histórica em 2017, que mais pessoas andam de transporte individual (carros próprios e sob demanda, táxis, bicicletas e a pé), do que transporte público (trem, metrô e ônibus) 

Tratando dos motivos que levam a escolher outro modal, o medo de contrair o novo coronavírus aparece como fator preponderante, logo atrás estão a possibilidade de usar o carro e encontrar veículos de transporte público lotados. 

Fonte: Pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana” (2020).

Entre as pessoas entrevistadas que utilizam o transporte público 5 dias na semana ou mais, destacam-se as que compreendem classes DE (30%), regiões Leste (26%) e Norte (25%). Conjuntamente, os grupos que mais citam lotação como um problema atual são grupos da classe DE (37%) e da Região Sul (35%).

Além disso, realizando uma análise para o pós pandemia, o medo de andar de transporte público continua. Os principais pontos citados no levantamento que justificam a preocupação são os ônibus continuarem superlotados, haver aumento no valor da tarifa de transporte, congestionamentos e aumento no preço da gasolina.

Considerando as atividades de lazer, grande parte da população deixou de utilizar o transporte público como modo de locomoção para esse fim. O motivo disso é principalmente o valor da tarifa de ônibus.

A preferência pelo uso do carro também diminuiu

Embora tenha aumentado os deslocamentos por carro em 2020, o uso diário deste meio está menos frequente em comparação com o ano anterior. Em relação ao ano anterior, a frequência do automóvel caiu de 31 para 28%. Nota-se ainda que o uso é menor quanto menor for a classe social, a renda e a escolaridade.

Por outro lado, deslocamentos a pé tiveram aumento de 7%, entre viagens diárias até corriqueiras, e bicicletas tiveram aumento de 3% na cidade. 

Fonte: Pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana” (2020).

A região Sul foi a que mais se destacou na diminuição do uso do carro, com queda de 18 pontos percentuais. A região Sul apresenta renda média mensal 25% menor do que a média da cidade e, de acordo com dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em setembro houve uma variação de 0,98% nos preços para população mais pobre, enquanto para a classe mais rica, apenas 0,29%.

Esses dados reforçam o impacto da pandemia na classe mais baixa da população. A metade mais pobre da população brasileira perdeu 27,9% de sua renda, enquanto os 10% mais ricos perderam 17,5%. Com isso, a classe mais atingida teve que tomar providências, vendendo ou deixando de usar o automóvel.

Porém, dos entrevistados que já utilizavam o carro antes da pandemia, a pesquisa indicou aumento na frequência de uso, sendo que a pandemia foi a grande impulsionadora. O perfil das pessoas que relataram esse aumento se encontra na faixa de 16 a 44 anos e moradores da região Leste de São Paulo.

Em contrapartida, essas pessoas que não deixaram de andar de carro na cidade de São Paulo deixaria de utilizá-lo caso houvesse uma boa alternativa de transporte público. Para isso, as melhorias que deveriam haver no transporte para chamar atenção destes seriam principalmente melhorias na ventilação (para diminuir o risco de contágio do coronavírus) e das condições físicas do transporte.

Confira a pesquisa completa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana

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Transporte público: quais são as propostas dos candidatos em BH?

As principais propostas para o transporte público em Belo Horizonte comparadas com sua viabilidade prática para os mandatos 2021-2024

Com o transporte público na linha de frente do desenvolvimento de cidades, os planos de governo são ótimos documentos para analisar o que futuros governantes planejam para buscar a melhoria do sistema, visto que a mobilidade é influenciada em grande parte pelas políticas públicas locais e pelo direcionamento dos recursos para infraestruturas e serviços.

Dentre artigos e estudos de especialistas do setor, a Redação Agora é Simples analisou a viabilidade das propostas relacionadas a mobilidade urbana para a cidade de Belo Horizonte. O objetivo é conferir a realidade prática para os mandatos de candidatos à prefeitura do município.

Belo Horizonte foi a primeira cidade planejada no Brasil e já possui um Plano de Mobilidade (PlanMob) direcionado para a construção de uma mobilidade urbana sustentável. No entanto, é a 9ª capital do mundo com maior tempo perdido em congestionamento, e a 3ª dentre as capitais brasileiras (INRIX, 2019).

Com isso em mente, apontamos neste artigo propostas de governo que vão ao encontro ou contra o que propõe os principais especialistas do setor e estudos na área. 

Áurea Carolina (PSOL)

A candidata do PSOL direciona suas propostas de mobilidade principalmente ao cumprimento e consonância com os planos de mobilidade já existentes e acaba não especificando os detalhes de seu projeto.

As propostas listadas englobam a mobilidade ativa e intermodalidade entre os sistemas, garantindo gratuidade aos estudantes e redução do valor da passagem rumo à Tarifa Zero. Para financiamento dessas iniciativas, Áurea pretende estruturar e redirecionar os gastos orçamentários que hoje priorizam obras voltadas para o transporte motorizado individual. 

Uma das propostas que chamam atenção é o retorno de trocadores (cobradores) em ônibus municipais. Hoje, a maior parte do transporte em BH possui bilhetagem eletrônica e voltar com profissionais exclusivos para cobrança vai contra tendência mundial de digitalização de pagamentos. É um aceno a esse grupo de profissionais que não leva em conta a possibilidade de reestruturação de carreiras para postos mais qualificados

Cabo Xavier (PMB)

Com uma gestão orientada a resultados de acordo com o candidato, as propostas para mobilidade urbana se encontram entre os 8 eixos estratégicos da candidatura. Abordando a circulação, Cabo Xavier visa a realização de obras e ações no Sistema Viário e no trânsito a fim de facilitar a acessibilidade e mobilidade da população.

No entanto, embora cite a pesquisa origem e destino para guiar as implementações, o candidato não especifica se as obras serão voltadas para melhoria do sistema de transporte público ou privado.

No que diz respeito ao transporte público, o candidato apenas detalha o objetivo da instalação de um novo sistema de transporte, com ar condicionado, acessibilidade e design moderno. Também prevê a implementação de novos corredores exclusivos ao transporte, estações e pontos de embarque, porém não indica como e quando as propostas serão implementadas e nem como serão financiadas.

Fabiano Cazeca (PROS)

A partir do slogan “Transporte Coletivo: Não tem outra solução. É nova licitação já!”, Fabiano demonstra sua preocupação em decorrência da última licitação, a qual foi concedida no ano de 2008 na cidade. 

Mais de 10 anos se passaram e o candidato aponta melhorias que devem ser revisadas nos contratos. Entre as melhorias, se encontram maior oferta de ônibus, transparência no valor da passagem, volta dos cobradores, renovação total da frota, entre outros.

Porém, os fatores indicados para melhoria já são de conhecimento da sociedade e de dever das prefeituras. Além de tudo, a implementação não é detalhada e não há propostas de financiamento das iniciativas durante o mandato.

João Vítor Xavier (Cidadania)

João é um dos únicos candidatos que aponta como proposta de financiamento parceria com o setor privado, além de propor o planejamento de recursos para mobilidade priorizando os modais de acordo com sua eficiência e sustentabilidade. No entanto, suas propostas são apresentadas de forma geral, sem nenhum detalhamento de iniciativas.

É interessante destacar aqui o texto do candidato para a construção de uma cidade mais compacta, a qual, segundo ele, estimulará a construção de empreendimentos em áreas com melhor infraestrutura. 

Especialistas defendem o adensamento de áreas urbanas, aumentando por exemplo o potencial construtivo das edificações para haver um melhor aproveitamento. Quando se tem o espraiamento das cidades, há maiores congestionamentos por conta dos movimentos pendulares e um maior gasto público para levar infraestrutura para essas regiões.

Assim, a proposta aponta para o melhor desenvolvimento e aproveitamento de espaços. Contudo, é necessário analisar se haverá inclusão das regiões que não se encontram nas áreas centrais de boa infraestrutura, visto que a suburbanização é uma questão onde os pontos negativos se sobressaem principalmente no quesito de desenvolvimento e mobilidade urbana, ou seja, áreas com pouca infraestrutura tendem a “oferecer” experiências desagradáveis.

Lafayette de Andrada (Republicanos)

Para o candidato problemas estruturais da mobilidade urbana podem ser resolvidos a partir da administração correta da BHTrans (Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte) e implementação de tecnologia e inteligência artificial nos sistemas. 

A tecnologia no transporte possibilita diversas soluções como redução de custos, redução de fraudes, entre outros. Porém, vale lembrar que sem um plano detalhado sobre como, onde, por que e para quem a inteligência artificial será aplicada, não há indicativos palpáveis que possamos predizer se haverá melhoria no sistema. 

Além de inúmeras intervenções que cita, Lafayette também demonstra viés para a construção de monotrilhos a fim de ampliar o transporte coletivo na cidade, e a construção de estacionamentos subterrâneos e passarelas para liberar as vias de trânsito e substituir os semáforos nas principais avenidas. O que, no final, acaba dando base para o incentivo ao uso de carros.

Uma das últimas propostas que chama atenção é a implementação da interoperabilidade dos sistemas de Bilhetagem Eletrônica já implantados. Ou seja, o candidato pretende possibilitar aos clientes de transporte público a utilização de um único cartão de passagens em diversos modais.

Embora a proposta seja o sonho de qualquer cidade, do ponto de vista técnico, não é viável devido aos inúmeros desafios para implementação no momento. Além ainda de não haver soluções concretas propostas pelo candidato.

Luisa Barreto (PSDB)

Dentro do eixo de Infraestrutura, Mobilidade e Desenvolvimento Urbano, a medida referente a melhoria do transporte público vem em 8º lugar no plano de governo de Luisa Barreto. A proposta é a integração da Região Metropolitana de BH (RMBH), no entanto, a candidata não fornece detalhes da implementação da mesma.

Um ponto que foi recomendado por instituições internacionais e é apontado como sugestão de melhoria da candidata, é a revisão de contratos de concessão de ônibus. A ideia é que estes sejam monitorados a partir da qualidade do serviço prestado ao cidadão.

Luisa ainda pretende estabelecer mecanismos de incentivo para uso do transporte coletivo diretamente por meio de redução da tarifa através de melhorias de gestão. Ou seja, alterações em itinerário e frequência do transporte e por meio de identificação de novas fontes de financiamento.

Já o incentivo indireto é proposto através da implementação de programas de micro-mobilidade. Além disso, há a previsão da criação de serviços on-demand, ou seja, transporte compartilhado sobre demanda por meio de aplicativos.

É cada vez mais consenso entre especialistas que transporte público sob demanda pode atender a necessidades específicas e suprimir gargalos existentes hoje. Já existem editais modernos no Brasil que visam integrar o transporte coletivo comum ao sob demanda no sistema.

Marcelo Souza e Silva (Patriota)

Com tema de plano de governo sobre “Retomada da Economia, do Protagonismo e da Prosperidade em BH”, Marcelo pretende revisar o PlanMob-BH (Plano de Mobilidade de Belo Horizonte). O plano hoje consta com 8 eixos de atuação e é utilizado como caderno de referência para elaboração de Plano de Mobilidade Urbana na cidade.

Dentre propostas como reduzir tempo de viagem, implantar ônibus executivos e novas linhas de transporte suplementar, apoiar expansão do metrô, iniciar troca da frota por ônibus elétricos e outras, o postulante não aborda como sustentará suas iniciativas durante o mandato.

Além do mais, a proposta de aumentar o Metrô já existe há um bom tempo em BH e ainda não há medidas palpáveis sobre sua implementação, principalmente no momento delicado de crise em que o país e o mundo se encontram. Empresas e prefeituras não possuem recurso para tal e, ao compararmos BH e SP, percebe-se que o investimento poderá ser bem maior devido principalmente à topografia da cidade.

Contudo, não há justificativas referente ao orçamento para troca total da frota de coletivos por ônibus elétricos. Considerando os extensos gastos orçamentários para tal, também não há propostas para manutenção posterior desses novos coletivos.

Nilmário Miranda (PT)

Candidato pelo PT, Nilmário direciona suas diretrizes à revisão de contrato de concessão do transporte público na cidade. A ideia é retomar a gestão da oferta para o poder público municipal, impondo somente às empresas a fiscalização do mesmo, totalmente contrário a realidade de hoje, onde o Poder Público fiscaliza o sistema, enquanto empresas privadas operam, não havendo muita aplicabilidade prática.

Nilmário também deseja implementar a Tarifa Zero, no entanto, o plano aponta a necessidade de buscar alternativas de financiamento para tal, indicando que não há proposta no momento. Além disso, promete continuidade da construção do metrô a partir de recursos e compromissos junto aos governos estadual e federal.

Professor Wendel Mesquita (Solidariedade)

Eleito duas vezes como vereador, Prof. Wendel se candidata à prefeitura e tem como uma das primeiras propostas a criação da Tarifa Estudantil, passagem a R$2,00 para estudantes, e criação do Programa BH AVANÇA a fim de impulsionar obras de infraestrutura para melhorar os acessos à capital, sem definir se priorizará carros ou transporte público e mobilidade ativa. Assim, se as obras forem destinadas aos carros, haverá impactos negativos no congestionamento e poluição de BH, que já são graves na cidade.

O candidato também prevê a implementação de novas linhas para transporte público e metrô. No entanto, nenhuma das iniciativas apresentam previsão de financiamento. O que, sem base empírica, só acarreta mais custos às prefeituras.

Assim como Áurea, Wendel prevê o retorno dos trocadores em todas as linhas do transporte público em horário integral. Essa proposta vai contra tudo o que especialistas apontam, pois além de criar despesas obrigatórias que não traz benefício ao público final que é usuário do transporte público, pode trazer riscos de assaltos aos coletivos e mais.

Além disso, Wendel tem como objetivo criar novas rotas de táxi nos principais corredores de trânsito da cidade. Aqui, é interessante destacar que a cidade possui faixas exclusivas ao transporte público quase inexistentes, assim, ao priorizar as rotas para táxis, a mobilidade acaba por caminhar do lado oposto da realidade que se prevê.

Rodrigo Paiva (Novo)

Uma das bandeiras levantadas pelo candidato do Partido Novo é de um transporte inteligente para garantir a mobilidade e o desenvolvimento da cidade. Dessa forma, Rodrigo Paiva aponta a importância da priorização do transporte coletivo em detrimento do individual usando inteligência de tráfego.

As propostas buscam o financiamento de iniciativas privadas e a revisão dos contratos de concessão para viabilizar o uso de tecnologias. Junto a outras empresas como SUDECAP (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) e BHTrans (Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte), o candidato pretende ter apoio técnico, gerenciamento e consultoria dos serviços de transporte presentes na cidade.

Rodrigo também prevê investimentos para o desenvolvimento e aprimoração de aplicativos para mapeamento de rotas para o cliente. O objetivo é otimizar e adequar os meios de transporte no deslocamento e trabalhar para a redução do valor da passagem para clientes que avisarem os trechos e horários a serem utilizados com antecedência.

Wadson Ribeiro (PCdoB)

Wadson é o único candidato que prevê como subsídio para redução da tarifa a implementação de taxas no transporte por aplicativo, em estacionamentos pagos e no estacionamento rotativo. Além ainda de comentar sobre a possibilidade de gratuidade aos domingos e feriados a partir desse financiamento.

A proposta de taxação por transporte de aplicativo visa a cobrança de uma média de R$ 0,15 a depender do horário, por km rodado em BH. Considerando que a cidade possui cerca de 40 mil motoristas de aplicativos, cada um percorrendo diariamente cerca de 200 km/dia, a arrecadação total seria próximo a R$ 30 milhões por mês.

A taxação por transporte de aplicativo é parecida com a medida adotada em São Paulo, com um imposto municipal de R$0,10/km. Essa iniciativa pode servir como modelo internacional de regulação do serviço prestado na cidade.

Outro modelo de financiamento previsto vem através do trabalhador de carteira assinada. Ao invés das empresas pagarem o vale-transporte para cada profissional, o valor será recolhido pela prefeitura e a pessoa receberá um cartão de gratuidade no transporte público e não terá o valor descontado de seu salário.

Essa medida se espelha ao Taux Du Versement Transport (TVT) da França, no entanto não é claro os parâmetros a serem adotados para o recolhimento. Além disso, não há medidas descritas para pessoas sem carteira assinada, número este que cresce a cada dia diante da crise que enfrentamos.

Wadson também pretende descentralizar a gestão do sistema de arrecadação tarifária. Hoje, quem cuida dessa questão é a Transfácil, consórcio de empresas privadas do setor. Com a retomada da gestão do sistema de bilhetagem eletrônica para a prefeitura, o candidato pretende garantir o controle e fiscalização efetiva da operação, podendo ainda gerar receita para contribuir na redução da tarifa.

Essa descentralização da gestão é citada por muitos estudos da área, os quais indicam que não é bom as empresas que operam o transporte coletivo também operarem a bilhetagem.

O candidato ainda propõe a formação de um convênio de cooperação entre municípios da RMBH e Governo do Estado a fim de promover a integração operacional e tarifária do sistema de transporte na região. Além de outras propostas relacionadas à melhoria do sistema e da infraestrutura para o setor.

Wanderson Rocha (PSTU)

O PSTU tem forte luta contra o processo de privatização do metrô e, como uma das propostas para redução na tarifa do mesmo, prevê o financiamento impulsionado através do valor pago pelas empresas mineradoras devido ao uso da malha viária pública.

O candidato também propõe a interrupção de todos os contratos descumpridos pelas empresas privadas que hoje detêm concessão sobre o transporte coletivo de Belo Horizonte. Wanderson justifica a proposta por meio das não conformidades ocorridas durante disputa sobre a concessão do transporte em 2008 e multas acumuladas durante esses anos.

A revisão de contratos também está listada entre as propostas, principalmente sobre o detalhamento do custo real de cada viagem e o lucro das empresas e concessionárias que fazem a gestão atual do sistema.

Wanderson demonstra atenção ao que diz respeito à participação da sociedade nas decisões do transporte público, prevendo construir um Fórum de Debate sobre o papel deste como serviço público, coletivo e gratuito. O objetivo é debater sobre a limitação dos transportes na procura por emprego, estudos, acesso à saúde, espaços esportivos e de lazer.

Outro ponto de atenção ao plano são as iniciativas voltadas à inserção e inclusão de trabalhadores do transporte através da criação de Conselhos Regionais, revisão de plano de cargos e salários e abertura de novos concursos públicos para o setor.

Wanderson ainda reforça a possibilidade de redução de tarifa ou Tarifa Zero embasando sua proposta com modelos aplicados em outras cidades de Minas Gerais. Em Maricá, exemplo citado pelo candidato, com cerca de 150 mil habitantes, a prefeitura da cidade arca com, no máximo, 2% do orçamento para garantir o transporte público à população.

Outros candidatos analisados pela Redação Agora é Simples, como Alexandre Kalil (PSD) e Marília Domingues (PCO) possuem poucas ou nenhuma proposta clara sobre transporte público. Já o candidato Bruno Engler (PRTB) não havia proposta de governo divulgada no site do TSE até o dia desta publicação.

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Referências

Notícia sobre retirada de cobradores dos ônibus em BH. Disponível em: <https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/retirada-de-cobradores-dos-coletivos-de-bh-economiza-r-210-milh%C3%B5es-em-um-ano-1.775802>. Acesso em: 08 de outubro de 2020.

INRIX. Ranking de tráfego global 2019. Disponível em: <https://inrix.com/scorecard/>. Acesso em: 08 de outubro de 2020.

Planos de governo de candidatos à prefeitura em Belo Horizonte. Disponível em: <http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/municipios/2020/2030402020/41238/candidatos>. Acesso em: 08 de outubro de 2020.

PlanMob-BH. Plano de Mobilidade de Belo Horizonte. Disponível em: <https://www.mobilidadebh.org/plano>. Acesso em 09 de outubro de 2020.

Corrida 99 pode ser solicitada pelo Whatsapp em cidades de SP

Demanda por serviço digital e pouco espaço no celular impulsiona parceria entre 99 e Whatsapp

A empresa e aplicativo de transporte individual 99 começa a aceitar pedidos de corrida através do Whatsapp. Além da alta na demanda impulsionada pela pandemia, a iniciativa também envolve a preocupação com o espaço interno nos smartphones brasileiros e a região de acesso à telefonia móvel, principalmente das classes C e D. 

“É um meio de evitar a fricção e permitir acesso ao serviço para um universo maior, já que as pessoas não precisarão mais baixar nosso aplicativo para pedir as corridas”

– Livia Pozzi, diretora de operações da 99, para a Folha.

O Brasil é o primeiro país a implementar a medida. Segundo a 99, será implementada agora em outubro e atenderá inicialmente quatro cidades do interior de São Paulo: São Carlos, Araraquara, Bauru e Presidente Prudente. No entanto, a empresa pretende estar disponível em todo país até o fim de 2020.

As corridas solicitadas através do aplicativo de mensagem só poderão ser pagas com dinheiro e os valores serão os mesmos caso fosse solicitada pelo aplicativo da 99. Com a previsão de implementação do Whatsapp Pay, futuramente poderá haver pagamento por cartão.

No que se diz respeito a segurança, será necessário confirmar os dados cadastrais no primeiro pedido. Em seguida, para solicitar o serviço, deverão ser informados locais de embarque e destino com um mapa integrado. Por fim, o aplicativo enviará uma precisão do valor, tempo de espera, nome do motorista e dados do veículo para o cliente confirmar. 

A parceria se mostra promissora. A 99 possui cerca de 20 milhões de clientes cadastrados no aplicativo e mais de 750 mil motoristas ativos em quase todo Brasil. Já o WhatsApp tem 120 milhões de usuários ativos no país.

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Transporte público: quais são as propostas dos candidatos em São Paulo?

Veja quais são as principais propostas e se elas estão condizentes com o que dizem os maiores especialistas da área.

A campanha eleitoral já começou e o transporte público é parte importante do debate envolvendo os atuais candidatos. Desde 2015 como um direito social garantido pela Constituição, sistemas públicos de transporte ganham cada vez mais atenção por parte da população, principalmente nesse momento de decisão do voto. 

Pensando em fazer um trabalho de informação social, a Redação do Agora é Simples separou as propostas para a mobilidade urbana e transportes coletivos dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo, maior cidade da América Latina e com o transporte público mais complexo dessa região. 

Dentre as propostas, analisaremos sua viabilidade com base em artigos e documentos já publicados por especialistas do setor. A proposta desse artigo é qualificar os planos de governo dos postulantes, buscando uma realidade prática para seus mandados (2021-2024), rompendo com o populismo sem base e respaldo técnico e científico sério. 

O que falam especialistas do setor

Para este desafio utilizaremos como base alguns documentos da área, assinados por instituições como a Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), Associação Nacional do Transporte Público (ANTP), Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, Banco Mundial e portais, a saber Caos Planejado e A Cidade Estacionada

Pontos comuns entre os maiores especialistas sobre como melhorar a qualidade e diminuir o valor do transporte público: 

  • Custeio

Os subsídios pagos ao transporte por prefeituras é cada vez maior, em São Paulo chegam a 3 bilhões e não resolvem problemas crônicos do setor. A tarifa é calculada, principalmente, a partir de previsão da demanda e custos da operação. Com custos aumentando e cada vez menos passageiros há uma enorme pressão por constantes aumentos no preço da passagem e mais repasse do poder público aos sistemas.

Entretanto, a permanência nesse modelo diminui ainda mais os passageiros e perpetua a defasagem do transporte público. Como a tarifa paga pelo usuário é a principal fonte de recursos, há pouco espaço para novos investimentos e melhorias. Novos modelos de concessão e de obtenção de receitas são urgentes para manutenção e investimentos nos sistemas. 

Entre as propostas para romper com esse problema estrutural estão licitações que prevejam remuneração a partir de metas de operação; redesenho das linhas com uso dados de origem e destino em tempo real; distinção da licitação para operar o sistema de transportes e a oferta de veículos; pagamento digital facilitado à população; revisão de como são aplicadas e financiadas as gratuidades hoje. 

  • Infraestrutura

A criação de corredores de ônibus, BRTs e linhas de trem e metrô são urgentes. Principalmente para os ônibus, esses investimentos aumentam sua velocidade média e atraem novos usuários, que vão preferir a velocidade do transporte público ao trânsito do transporte privado. 

Outro fator visto como positivo para melhorar a mobilidade da população nas periferias é a oferta de micro ônibus e vans que forneçam serviços entre bairros, complementando o transporte de massa. 

Além dessas propostas, investimentos em iluminação, calçadas, ciclovias e pontos de ônibus também qualificam os sistemas de transporte coletivo com integração à mobilidade ativa. 

  • Financiamento

Hoje operadores de transporte e o poder público encontram muita dificuldade para fazer investimentos. Especialistas afirmam ser necessário abrir novas linhas de crédito e parcerias público-privadas que garantam os investimentos necessários. Novos tipos de licitação também podem contribuir para solução desse problema, dando mais dinamismo à concorrência. 

  • Transparência

Conhecido por ser uma “caixa preta”, até mesmo entidades do setor admitem ser necessário criar mecanismos de controle da população sobre os custos, os pagamentos e os investimentos no transporte público, justamente para aumentar a confiança e a visão positiva da opinião pública. 

Entre as propostas estão aplicativos de fiscalização, comunicação institucional e maior participação da sociedade civil em comissões e órgãos relacionados à mobilidade e transportes. 

  • Padrões de qualidade

Ter critérios claros e objetivos para operadores de transporte executarem seus serviços. Reduzir o tempo de viagem, estabelecer novos horários para atividades econômicas a fim de diminuir o “horário de pico”, ouvir o público usuário e criar mecanismos que dê incentivos para boa qualidade e puna em casos de descumprimento de contratos.

Com base nesses pontos, analisamos os planos de governo dos candidatos em busca de propostas que vão ao encontro ou contra o que propõe as principais vozes do setor. 

Joice Hasselmann (PSL)

Nas oportunidades que teve na mídia, a candidata do PSL enfatizou que irá extinguir a SPTrans, responsável por regular o Bilhete Único e o sistema de transporte sob ônibus na capital. 

Em debate na TV Bandeirantes, o primeiro da campanha, a candidata afirmou que a companhia “não serve para nada, e não faz a fiscalização“ e que serve como “cabidão de empregos”. 

De acordo com o portal da transparência da prefeitura, a SPTrans possui 1765 funcionários, entre comissionados – aqueles de confiança, sem concurso, que são indicações política – técnicos e de carreira. Desse total, 222 são comissionados, cerca de 12%. 

Em matéria no Diário do Transporte, em 2014, especialistas alertaram para o alto número de profissionais sem concurso na estrutura da companhia pública. Entretanto, não há registro entre os maiores especialistas de propostas para extinção da companhia, apenas seu fortalecimento e desburocratização. 

Segundo o Banco Mundial, Autoridades de Transporte, como a SPTrans, podem inovar na forma como prestam seus serviços, sendo as donas dos ônibus e garagens, alugando-os às empresas contratadas. Nada sobre extinguir entidades que gerem sistemas de transporte. 

Na fala da candidata Hasselmann também não fica claro qual órgão ficaria responsável pelas atribuições hoje da SPTrans, como a administração do Bilhete Único, responsável por movimentar bilhões todos os anos. 

Márcio França (PSB)

Em 35 páginas o ex-governador e atual candidato, Márcio França, expõe seu plano de governo, dedicando duas páginas à mobilidade e transportes. O principal ponto é a gratuidade no transporte público aos domingos e feriados, compromisso reafirmado no primeiro debate na TV

Para pagar por esse benefício, a candidatura propõe um patrocínio em rede de comerciantes e prestadores de serviço que forem beneficiados com o maior fluxo de pessoas nesses dias e publicidade dentro dos ônibus. Não especifica nada sobre os investimentos para instalação e manutenção das TVs com fins publicitários. 

Embora seja uma proposta benéfica, principalmente para inclusão de grupos vulneráveis em atividades de lazer e cultura no final de semana, a iniciativa não ataca os problemas crônicos do transporte público, como seu financiamento

Em um ponto do plano de governo, França afirma que manterá o preço da tarifa como é hoje, assim como aumentar o tempo da integração, sem explicar se aumentará subsídios ou encontrará novas fontes de receitas para manter os sistemas. 

Outro ponto é “transparência para a bilhetagem”, responsável pelo sistema do Bilhete Único. Transparência, não só na bilhetagem mas em toda a relação sociedade-sistema de transporte, é uma das propostas para qualificação do transporte público das principais entidades do setor. 

O candidato também propõe a utilização do saldo do Bilhete Único tanto em ônibus, quanto em Uber e táxis. A prefeitura subsidiará a proposta e o objetivo é evitar a comercialização do saldo pelos passageiros. 

Guilherme Boulos (PSOL) 

As propostas para mobilidade urbana da candidatura de Boulos à Prefeitura possuem três páginas, sendo a mais ousada e detalhada entre as analisadas. 

O ponto que chama mais atenção é a proposta de tarifa zero para desempregados e estudantes. A proposta já foi ensaiada pela gestão de Fernando Haddad (PT), mas o Bilhete Único Desempregado nunca saiu do papel. Estudantes possuem, com exceções, gratuidade hoje. 

Diferentemente de outros planos, este aborda, mesmo que de forma superficial, como as gratuidades serão pagas. Existe a proposta da criação de um fundo municipal de subsídio ao transporte público, com recursos de diversas fontes não especificadas no plano. 

Porém, em discursos o postulante do PSOL afirma que fará uma reavaliação de contratos e novos modelos de licitação, o que é comum entre especialistas. Em muitos casos, independente da qualidade do serviço operadores de transporte são remunerados, perpetuando uma baixa qualidade e alta lucratividade. 

De acordo com o documento da ANTP e NTU, um fundo com receitas extra tarifárias é um ponto fundamental para termos transportes melhores, à exemplo de países europeus, que possuem taxas de congestionamento, gestão do meio fio e taxas para comércios em lugares valorizados por causa do transporte como fontes alternativas de recursos.

Brevemente, o plano de Boulos cita renegociar o vale-transporte para torná-lo fonte de recursos para o sistema de transporte, medida também vista entre as propostas de entidades do setor. A reformulação das licitações também está entre as propostas, ação fundamental para criar inovações na forma como empresas são remuneradas e prestam seus serviços.

Outro ponto que chama a atenção é a criação da Autoridade Metropolitana de Transportes Urbanos, que ficaria responsável pelo planejamento de mobilidade em toda a região metropolitana. Há anos especialistas no tema afirmam que um órgão como esse é necessário para que as cidades da região metropolitana cresçam de forma integrada em seus transportes, como recursos racionalizados.

Celso Russomanno (Republicanos)

O líder nas pesquisas de intenção de voto dedica 3 páginas à mobilidade urbana, com destaque ao fortalecimento e otimização da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego. 

Para o transporte público as propostas são “promover o incentivo ao uso do transporte público”, que para a candidatura se dará por meio da maior integração entre modais e melhoria de calçadas e vias públicas. A única proposta expressa no plano para o financiamento do transporte público é a concessão de terminais de ônibus, já em curso na atual gestão. 

Por fim, na última semana coluna no jornal Folha de São Paulo apontou interesse de empresa em nome de Russomanno em vender créditos do Bilhete Único na capital. O candidato se defendeu alegando que não há dinheiro envolvido e que as negociações estão paradas. 

Bruno Covas (PSDB)

Em seu plano de governo Bruno Covas apresenta obras que já estão em andamento, como linhas de BRT. Defende os quilômetros criados de corredores de ônibus e a principal promessa fica a cargo do transporte Aquático, nas represas da cidade realizado por barcas. A gestão pretende integrar esse novo modal ao Bilhete Único. 

Como atual ocupante do cargo de prefeito, Covas se encontra com o “teto de vidro”, pois sua gestão pode ser criticada em diversos pontos. Apesar de se orgulhar no plano de governo dos avanços em reformas de calçadas, cerca de 1,6 milhão de m² foram recuperados, apenas R$131 milhões dos R$400 milhões previstos em orçamento foram aplicados. 

Não há propostas para financiamento do transporte público. 

Andrea Matarazzo (PSD)

O postulante do PSD é o único entre o analisados que propõe uma redução progressiva dos subsídios às empresas de transporte público. No plano, se expressa a vontade de substituir os repasses por novas fontes de receita, sem especificar quais seriam esses novos recursos. 

Um ponto que chama a atenção é a proposta de fechar corredores de ônibus que funcionem em redundância com metrô em horários de pico. Não fica claro o objetivo dessa ação, mas parece que é favorável aos carros. 

As sobreposições de linhas de ônibus acontecem e têm sido palco de discussões recentes entre a SPTrans e a EMTU. Pela falta de transparência de dados de bilhetagem não encontramos dados ou evidências que corroborem a fala de Matarazzo sobre a sobreposição específica entre ônibus e metrô.

Filipe Sabará (Novo)

O principal ponto relacionado ao transporte público no plano de governo do candidado do Novo é o uso do termo “mobilidade como serviço”. O candidato se compromete a integrar o Bilhete Único com novos modais, facilitando entrantes no setor de transportes. Entretanto, o candidato utiliza como exemplo os patinetes, modal de transporte que encontra dificuldade em operar no mundo todo por conta de seu modelo de negócios insustentável. 

Especialistas em mobilidade, por outro lado, sugerem a reinserção organizada de vans e micro ônibus operados por motoristas independentes ou não, antes conhecidos como “perueiros”. Esses meios foram proibidos na maioria das cidades nas últimas décadas, mas poderiam aproveitar novos marcos regulatórios impostos por empresas como Uber e 99 para voltar a suprir carências, sobretudo em bairros periféricos de baixa densidade.

Por fim, no plano do candidato do NOVO o poder privado surge como grande apoiador da política de mobilidade, tanto com novos modais integrados ao transporte público, quanto em parcerias público-privadas na modernização de calçadas seguindo critérios técnicos. 

Jilmar Tatto (PT)

Na parte de mobilidade urbana do plano de governo, Jilmar Tatto aborda um histórico das políticas implementadas no setor anteriormente, apresentando pontos positivos e negativos de cada gestão. O próprio Tatto já foi secretário de transportes na cidade durante as gestões de Marta Suplicy e Fernando Haddad. 

Como propostas para esse mandato, o candidato descreve em 3 páginas e meia iniciativas em prol principalmente da mobilidade ativa. Um ponto que chama atenção é o desejo de implementar a Tarifa Zero nos ônibus da cidade. O projeto é voltado às famílias de baixa renda e terá como fonte de financiamento a cobrança de estacionamentos públicos.

Vale lembrar que a Zona Azul da capital é concedida à iniciativa privada e que esses espaços públicos custam R$5 a hora, muito abaixo da média de estacionamentos privados. Aumentar os custos para o uso do meio-fio é uma medida defendida por urbanistas, pesquisadores e entidades.

No plano, ainda há referência a subsídios para estudantes, população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, pessoas desempregadas, idosos e gestantes. Acrescentando proposta de combate ao assédio sexual, retomando segurança e fiscalização no transporte entre 20h e 6h.

Outra questão é a criação de Empresa Pública Municipal de Transporte Coletivo para operar o sistema de forma ambientalmente sustentável. No entanto, não há definições específicas sobre o que se trata essa empresa.

Por fim, sobre a infraestrutura, o candidato aborda  a necessidade da intermodalidade, reformas, oferta de serviço de qualidade etc – nada de novo do que já é dever das prefeituras.

Levy Fidelix (PRTB)

As propostas para o transporte público de Levy Fidelix são voltadas à qualidade e reestruturação de malhas e frotas de ônibus. Para isso, o candidato prevê abertura de novas licitações e introdução de ônibus elétrico e a gás de forma que, até 2021, esses ônibus constituam pelo menos 5% da frota total.

A ideia de substituir veículos hoje muito poluentes por elétricos é boa, mas operadores de transporte encontram muita dificuldade para obter linhas de crédito, problema não abordado no plano de governo do candidato. Além disso, um ônibus elétrico custa muito mais e possui uma autonomia ainda baixa, o que demanda mais veículos para rodar enquanto alguns são carregados. Esses desafios não são abordados no plano. 

Uma observação a se fazer é a proibição de linhas de ônibus que cruzam o centro da cidade paulista. A ideia é permitir que empresas transportem passageiros somente até o centro, e não mais façam o sentido bairro-bairro. Essa troncalização é muito criticada, pois diminui o custo da operação em detrimento da qualidade ao passageiro, que terá de fazer mais baldeações até seu destino. 

Aliado a isso, Levy ainda deseja ampliar a frota de táxis e reduzir tarifas cobradas da população para incentivo ao uso de carros. Esses pontos vão contra todas políticas em prol do uso do transporte público e da sustentabilidade na cidade, que priorizam o coletivo em detrimento do individual. 

Marina Helou (Rede)

O partido Rede vem com a proposta de “São Paulo sustentável: inclusiva, inovadora, saudável e acolhedora”. Com isso, Marina se mostra bastante preocupada com o principal público que usa o transporte público na cidade, ou seja, pessoas de baixa renda.

Entre 17 propostas, a candidata aborda a redução do valor da tarifa de ônibus, integração e intermodalidade do transporte, descentralização dos carros e, no quesito de levar a cidade para as periferias, Marina aborda o conceito de Paris em 15 minutos – que já falamos aqui no portal.

O plano se mostra firme sobre a importância da população na construção de um transporte de qualidade. Como forma de sustentar essa máquina, a candidata pretende transformar o Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) em órgão deliberativo, ampliando para 50% os assentos destinados à sociedade.

Conjuntamente, pretende criar o Fórum do Transporte Sustentável da Cidade de São Paulo como órgão consultivo, também destinado à participação e atuação da sociedade.

Vera Lucia (PSTU)

Como candidata à prefeitura, Vera Lucia é bem sucinta e direta em suas propostas. Referente ao transporte público, enfatiza a estatização dos transportes públicos e o “fim da máfia dos transportes”.

Ainda aponta a necessidade da reconstrução da Companhia Municipal de Transportes Coletivos  (CMTC) sob o controle dos trabalhadores e da comunidade, e promete passe livre para estudantes e pessoas desempregadas. Assim como outros candidatos, busca a redução de tarifa de ônibus, com proposta de seguir rumo à Tarifa Zero.

Arthur do Val (Patriota)

A principal proposta do candidato tem embasamento nos principais estudos em urbanismo e mobilidade: aumentar o adensamento urbano. A cidade de São Paulo é uma das mais espraiadas do mundo, ou seja, com maior extensão geográfica. Isso se deve aos planos diretores que priorizaram por décadas levar às pessoas até as regiões mais distantes da cidade.

Para a próxima gestão rever o plano diretor é uma grande oportunidade, pois em 2021 o planejamento dos próximos 10 anos será feito novamente.

O postulante do Patriota sugere cobrar menos pela verticalização da cidade nas regiões centrais, com a construção de prédios mais altos, que permitam a população morar perto do trabalho e estudo.

Os outros candidatos analisados pela redação do Agora é Simples, como Antonio Carlos (PCO) e Orlando Silva (PCdoB) possuem poucas ou nenhuma proposta clara sobre transporte público. 

Concluindo, cabe ressaltar neste artigo que, além do direito ao voto, a Constituição prevê outras formas de participação popular. Nós, como civis, temos direito ao voto em plebiscitos, sobre medidas ainda não implementadas; em referendos, sobre textos de leis já propostas. Além ainda de podermos apresentar um projeto que, sendo assinado por pelo menos 1% dos eleitores em, no mínimo, 5 estados, deverá ser avaliado pelo Congresso.

Logo, a participação política não cabe somente aos candidatos à política, todas as pessoas têm o direito e dever de atuar e fiscalizar as ações que estão sendo implementadas. Uma cidade inteligente, integrada e sustentável requer a participação de todos.

Acesse os planos de governo: 

Andrea Matarazzo (PSD)

Antonio Carlos Silvas (PCO)

Arthur do Val (Patriota)

Bruno Covas (PSDB)

Celso Russomanno (Republicanos)

Filipe Sabará (NOVO)

Guilherme Boulos (PSOL)

Jilmar Tatto (PT)

Joice Hasselmann (PSL)

Levy Fidelix (PRTB)

Marina Helou (REDE)

Márcio França (PSB)

Orlando Silva Jr. (PCdoB)

Vera Lúcia (PSTU)

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Referências 

Agora é Simples. Estratégias de requalificação do transporte público para cidades, gestores e empresas. Disponível em: <https://agoraesimples.com.br/e-book-estrategias-de-requalificacao-do-transporte-publico/>. Acesso em 06 de outubro de 2020. 

Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) et al. Como ter um transporte público eficiente, barato e com qualidade na sua cidade. Disponível em: <https://files.antp.org.br/2020/9/28/guia-transporte-publico-nas-eleicoes-2020_web.pdf>. Acesso em 05 de outubro de 2020. 

Caos Planejado. Como evitar o colapso do transporte coletivo no pós pandemia. Disponível em: <https://caosplanejado.com/como-evitar-o-colapso-do-transporte-coletivo-pos-pandemia/>. Acesso em 06 de outubro de 2020. 

Debate ao vivo. Eleições 2020 – Bandeirantes. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4pWftXUlNgQ>. Acesso em 07 de outubro de 2020.

Fala Universidades. Resumos e propostas dos candidatos à prefeitura de São Paulo 2020. Disponível em: <https://falauniversidades.com.br/candidatos-a-prefeitura-sao-paulo-2020/>. Acesso em 04 de outubro de 2020. 

João Melhado. A cidade estacionada: uma análise sobre a gestão do meio-fio e da zona azul em São Paulo. Disponível em: <https://www.acidadeestacionada.com/>. Acesso em 06 de outubro de 2020. World Bank. One Bus Away: How unbundling bus provision from operation can support bus modernization programs. Disponível: <https://blogs.worldbank.org/transport/one-bus-away-how-unbundling-bus-provision-operation-can-support-bus-modernization-programs>. Acesso em 06 de outubro de 2020.

CNH gratuita no Espírito Santo e carteira digital evidenciam mudanças

Programa CNH Social no Espírito Santo promete 4.500 CNH gratuitas para auxiliar a entrada da população no mercado de trabalho

No Espírito Santo o Governo do Estado acaba de abrir 4.500 vagas para a obtenção da CNH de forma gratuita. Para isso, é necessário que a pessoa interessada esteja registrada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com dados atualizados e realize a inscrição no site do Detran/ES (www.detran.es.gov.br) até o dia 07 de outubro de 2020.

De acordo com o Governo do Estado, a oportunidade é oferecida por meio do programa CNH Social. O incentivo se relaciona ao fato do valor elevado para obtenção da CNH. 

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de 2014 a 2017, a emissão da CNH para jovens de 18 a 21 anos caiu 20,61%. Entre as causas estão crise econômica, inconvenientes do trânsito e custo para tirar habilitação.

O projeto CNH Social foi desenvolvido pelo SEST/SENAT (Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), em 2004, permitindo a emissão gratuita do documento. O objetivo principal é ampliar o acesso das camadas mais baixas à carteira, favorecendo a inserção no mercado de trabalho.

O projeto está presente somente nos estados de Goiás, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Amazonas e Acre. Em Espírito Santo, as vagas do projeto em aberto serão destinadas à Primeira Habilitação nas categorias A (moto) ou B (carro), para condutores já habilitados que querem fazer a mudança de categoria para D (van, micro-ônibus, ônibus) ou E (caminhão e carreta) e para a adição de categoria A ou B.

Os requisitos do projeto envolvem:

  • Possuir 18 anos completos no momento da inscrição;
  • Residir no Espírito Santo;
  • Ter renda familiar de até dois salários mínimos; e
  • Não estar judicialmente impedido de possuir a CNH.

Espírito Santo prevê o investimento de quase R$ 7,5 milhões em 2020 para possibilitar o acesso à carteira de habilitação de forma gratuita a pessoas de baixa renda que residem em municípios capixabas. Até 2022, a previsão é que sejam oferecidas 25 mil carteiras de habilitação gratuitamente pelo programa.

Ainda, o programa reservará 5% das vagas para pessoas com deficiência, havendo seleção prévia. Para as pessoas solicitantes que não forem selecionadas na primeira lista, haverá uma nova oportunidade de ser contemplado. Em 2019, 1,2 mil suplentes foram chamados nas duas fases do programa.

A CNH tem buscado se renovar para se tornar mais prática e moderna. Dentre as ações, criaram a CNH Digital.

O que é CNH Digital?

A CNH digital é uma versão digital da CNH, porém com o mesmo valor jurídico da versão impressa e sua obtenção é opcional. O acesso ao documento digital é possível desde o início de fevereiro de 2018, oficializado pelo Denatran, sendo chamado então por Carteira Digital de Trânsito (CDT).

Essa medida foi muito importante durante a pandemia, visto que a maior parte das unidades de atendimento foram paralisadas. Além do mais, a tendência é que a transformação digital cresça neste e em muitos outros setores.

Dentre as vantagens da CNH digital estão principalmente a segurança e praticidade, devido o documento possuir QR Code com dados criptografados podendo ser acessado pelo próprio smartphone. 

Além disso, o documento é considerado oficial conforme Portaria do Denatran nº 184 de 17 de agosto de 2017 e Resolução do Contran nº 684 de 25 de julho de 2017, podendo substituir o documento físico.

CNH Digital. Fonte: Detran/MG.

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A diversidade como pauta, mobilidade ativa & mais – Não durma no ponto!

As principais notícias da última semana em uma leitura rápida e informativa. Comece a semana conectado no mundo. Não durma no ponto!

A equidade de gênero é aquele livrinho de bolso que toda pessoa deveria carregar no seu dia a dia. E repare, falamos de equidade e não de igualdade. Afinal, igualdade de sermos livres todos temos, mas equidade de chances é bem diferente. 

O Agora é Simples realizou um levantamento sobre o quanto as mulheres estão sendo representadas nos lugares de tomada de decisão e – pasmem – de acordo com dados da ONU, no Legislativo, entre 191 países, o Brasil ocupa o 140º lugar no ranking de países com maior representação feminina.

A presença feminina nos lugares de poder impacta diretamente na construção, desenvolvimento e mobilidade dos municípios. Como prova disso, trazemos exemplos de cidades como Paris, Bogotá e Barcelona, onde mulheres são exemplos de liderança.

Quer saber mais? Acesse: Cidades sob comando de mulheres.

Quem sabe a lâmpada de boas ideias acenda na sua cidade.

Momento reflexão…

Miguel Pricinote, gestor executivo da Viação Reunidas, compartilhou em primeira mão algumas de suas reflexões a respeito do transporte público brasileiro.

O gestor aponta a necessidade de analisarmos a crise e as críticas do transporte público de forma a entender o que é preciso para que haja uma transformação positiva no sistema.

Afinal, como diz o ditado “o ignorante afirma, o sábio duvida e o sensato reflete.”

Será que as empresas também estão refletindo?

A gente já conversou aqui sobre o aumento na procura por bicicletas. Desde que a quarentena se instalou, as pessoas começaram a buscar por práticas mais saudáveis e sustentáveis de se viver.

No entanto, uma notícia que causou estranheza na última semana foi o fato da Bonnie Tu, presidente da maior fabricante de bicicletas do mundo, dizer que isso é apenas um boom momentâneo, ou seja, logo passará.

Bonnie ainda complementa que a empresa não aumentará os investimentos neste momento. Isso vai contra o que a maioria das pessoas estão fazendo – andando mais de bike – e contra todas propostas e iniciativas de mobilidade mais ativa das cidades – como o projeto em PoA.

Com tantas iniciativas sendo implementadas durante esse momento ímpar da humanidade, talvez o boom das bicicletas não caia assim tão rápido como espera Bonnie, e sim, permaneça no pós-pandemia.

Os dados estão aí pra isso!

O aplicativo Strava, de mobilidade ativa, tem registrado aumento no número de usuários e, na semana passada disponibilizou dados de deslocamento – de forma anônima, conforme a LGPD

Os dados indicam as ruas mais usadas para pedalar, quais as principais rotas, velocidade, dia, horário e outras informações. Tudo isso destinado principalmente à governos e urbanistas para promover a melhoria da mobilidade e identificar oportunidades de investimento nas cidades.

A disponibilização de informações como essas podem auxiliar gestores na criação de políticas e estratégias de mobilidade refinadas e avaliar se estão obtendo resultados positivos. 

Logo, nesse momento, cabe a boa gestão e interpretação de dados para direcionamento de políticas e desenvolvimento de cidades.

Então? Quer saber mais do que acontece por aqui? Se inscreva na nossa newsletter e avalie nosso painel. Afinal, toda segunda-feira tem um resumo produzido especialmente à você!

Bom, esse é o ponto final, descemos aqui.

Até a próxima segunda!

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App de mobilidade disponibiliza dados de deslocamento

Strava disponibilizou de forma gratuita informações de deslocamentos a pé e bicicletas com intuito de auxiliar gestão da mobilidade urbana nas cidades

O Strava Metro é uma plataforma de monitoramento de transporte urbano que reúne mais de 68 milhões de usuários no mundo e apresenta dados de forma anônima. Na última semana, o app disponibilizou dados de deslocamentos a pé e de bicicleta dos usuários do aplicativo.

A plataforma aponta quais ruas das cidades são mais usadas para pedalar e em quais rotas os ciclistas conseguem ir mais rápido. Também apresenta os trechos mais utilizados em cada dia e horário, e se os ciclistas estão usando a bike como meio de transporte ou só pedalando por lazer.

O compartilhamento de dados divulgado pela empresa é destinado principalmente à urbanistas, governos municipais e ativistas. O foco é que, a partir dos dados, as entidades possam entender padrões de mobilidade, identificar oportunidades de investimento e avaliar o impacto de mudanças na infraestrutura de transporte nas cidades.

De acordo com a empresa, é necessário submeter uma solicitação com plano de mobilidade urbana para ter acesso às informações. Em seguida, os dados são disponibilizados gratuitamente.

“O que se nota ao redor do mundo é que os investimentos em infraestrutura não conseguem acompanhar as mudanças de comportamento das pessoas. […] congestionamentos no trânsito são cada vez mais frequentes. Em paralelo, há um aumento de pessoas se deslocando de bicicleta ou a pé, pelas mais diferentes razões.”

– Rosana Fortes, Country Manager do Strava no Brasil.

Em 2018, o app já registrava aumento de 42% nos deslocamentos inseridos na plataforma. E, em relação a 2020, a cidade de São Paulo registrou alta de mais de 31% no total de atividades de bicicleta no mês de agosto, em relação ao ano anterior. Enquanto no Rio de Janeiro a alta foi de 91% no mesmo período.

A disponibilização de informações como essas podem auxiliar gestores na criação de políticas e estratégias de mobilidade refinadas e avaliar se estão obtendo resultados positivos. A necessidade de planejamento com base em dados é primordial para construção de cidades mais seguras, integradas e sustentáveis.

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Maior fabricante de bicicletas prevê queda nas vendas

Aumento na procura por bicicletas, os impasses na maior fabricante do mundo e a reestruturação das cidades para priorização de pedestres e ciclistas

Foto: Kara.

A procura por bicicletas aumentou muito durante a quarentena, as pessoas começaram a buscar mais saúde e segurança em seus deslocamentos e novas formas para evitar o transporte público. Como resultado, a demanda por bicicletas foi tão grande que as empresas começaram a ter escassez do produto.

Além da maior demanda, a escassez também está relacionada com impasses nos locais de fabricação. A maior fabricante no mundo é a Giant, com sede em Taiwan. No entanto, devido a alta infestação do novo coronavírus na China, a produção foi interrompida durante alguns meses.

Somando-se à crise, parte da fabricação era destinada aos Estados Unidos e União Europeia e, diante de taxas impostas por esses países, boa parte da produção passou para a base da empresa. Assim, enquanto a demanda por bicicletas dava um salto, a produção se manteve limitada em Taiwan.

Porém, de acordo com Bonnie Tu, presidente da Giant, apesar da alta demanda pelo produto, a empresa ainda não está convencida sobre a procura no pós-pandemia. Isso embasa a decisão de não aumentar os investimentos.

“Todo boom termina algum dia, é apenas uma questão de rapidez ou lentidão”

Bonnie Tu, presidente da Giant em entrevista ao New York Times.

Em contrapartida, cidades atuam na proposta de redução de automóveis nas ruas e propõem melhorias para pedestres e ciclistas. O momento atual trouxe a importância do espaço para as pessoas, principalmente quando se pensa no desenvolvimento de cidades mais sustentáveis, seguras e integradas.

Com isso, alguns lugares já estudam a proposta de transferência do espaço de carros para a construção de ciclovias. Em 2016, a cidade de Toronto substituiu o estacionamento na rua por uma ciclovia ao longo de um trecho de 2,4 km e um estudo piloto avaliou as mudanças.

No estudo, pesquisadores identificaram mais pontos positivos do que negativos com a mudança. Quando o estacionamento na rua é convertido em ciclovias em áreas urbanas com andares térreos comerciais, a atividade econômica como um todo permanece tão forte quanto antes, muitas vezes mais forte.

Além da economia, as razões para a mudança na infraestrutura das cidades contribuem para maior segurança, mais espaço público, menos poluição e maior contribuição no uso de modais ativos. Exemplo disso aqui no Brasil é o Plano de Mobilidade Ativa no Distrito Federal (PMA/DF).

Com tantas iniciativas sendo implementadas durante esse momento ímpar da humanidade, talvez o boom das bicicletas não caia assim tão rápido como espera a Giant, e sim, permaneça no pós-pandemia.

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Novo meio de pagamento, home office & mais – Não durma no ponto!

As principais notícias da última semana em uma leitura rápida e informativa. Comece a semana conectado no mundo. Não durma no ponto!

PIX no transporte público: o que você precisa saber

O PIX é o novo meio de pagamento que promete ser mais rápido e prático do que as formas existentes hoje – que além de caras, não caem na hora.

Com a novidade, há a projeção de que mais pessoas se integrem no movimento financeiro. Isso diminuirá a circulação de dinheiro vivo nos comércios. E é aí que o transporte público entra.

Imagine que você entra no ônibus e, ao passar o seu cartão, se depara com a falta de créditos para a viagem. Sem dinheiro no bolso, o que você faz?

Bom, com o PIX será possível comprar créditos em carteiras digitais e cartões de transporte muito mais facilmente, e melhor, cairá na hora!

Entenda um pouco mais sobre o novo sistema de pagamento PIX.

O home office veio para ficar?

O home office se tornou muito mais comum depois que a pandemia se instalou no mundo. As empresas tiveram que se reinventar e a sala de trabalho passou a ser o cômodo da casa.

Bom para quem levava muito tempo até chegar ao trabalho, pois otimiza o trajeto.

Pesquisas ainda demonstram que há mais pontos positivos do que negativos na adoção do home office. Com isso, a maioria das multinacionais que atuam no Brasil visam o modelo no pós pandemia.

Porém, as atividades ocupacionais e a situação socioeconômica da região interferem nessa adoção, saiba o por quê.

A preocupação com o transporte coletivo no pós-Covid

Segundo o último relatório de mobilidade do Google, o Brasil está na faixa de 10% de redução no deslocamento a locais de trabalho, ou seja, 90% seguem se deslocando para o trabalho normalmente. Houve apenas um pico de redução em agosto.

COVID-19: Relatório de mobilidade da comunidade. Fonte: Google.

Essas informações impactam diretamente no uso do transporte, afinal, a classe trabalhadora é a que mais utiliza o transporte público como meio de locomoção.

Assim, a pandemia foi o gatilho que faltava para evidenciar a dimensão e relevância do transporte coletivo nas cidades. O setor se tornou um dos que mais sofreram – e sofrem – com a pandemia de Covid-19.

Saiba o que os especialistas dizem.

LGPD é acionada no transporte público pela primeira vez

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) mal saiu do forno e já foi acionada. A lei regula a segurança de dados pessoais, principalmente no meio digital.

No ônibus em Recife, os cartões começaram a ser bloqueados caso não houvesse cadastramento da biometria facial. Um estudante , ao ter se cartão bloqueado, questionou a operadora de bilhetagem sobre como seus dados seriam utilizados.

Como o estudante não obteve esclarecimentos, ele entrou com ação judicial alegando que o bloqueio sem esclarecimentos fere o artigo I da LGPD.

Até agora, nenhuma atualização sobre o caso – fiquemos na espera do desenrolar.

E chegamos ao ponto final.

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LGPD é acionada no transporte público pela primeira vez

Estudante questionou operadora da bilhetagem no Recife sobre como seus dados de biometria facial são utilizados com base nova lei de proteção de dados

Foto: WRI Brasil

Sancionada ainda este mês (setembro) pelo presidente Jair Bolsonaro, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) embasou um estude de Recife a ajuizar ação contra o bloqueio do seu cartão de transporte “VEM Estudante”.

O benefício de meia entrada do estudante foi bloqueado por não ter feito o cadastramento da biometria facial. Ao ser informado da necessidade de cadastro questionou o funcionário da operadora sobre a política de dados da empresa, informação que não obteve resposta.

Segundo o site Conjur, o estudante ajuizou ação na 18ª Vara Cível do Recife, alegando que o bloqueio do cartão sem esclarecimentos sobre a política de dados da empresa fere o artigo I da LGPD.

“Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.”

Entre os pedidos estão o recadastramento imediato sem a biometria facial até que a ação seja julgada.

O Agora é Simples já abordou a Lei Geral de Proteção de Dados no transporte público, lei que visa dar autonomia aos cidadãos sobre o destino de seus dados pessoais. No artigo, os principais pontos da nova lei são vistos sob a realidade de operadores de transporte.

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Isso é obrigatório.
Isso é obrigatório.

PIX no transporte público: o que você precisa saber

Novo meio de pagamento entra em vigor e será uma nova forma de comprar créditos em carteiras digitais e cartões de transporte

O PIX é um novo meio de pagamentos criado pelo Banco Central do Brasil com o objetivo de ser mais rápido, econômico e digital que as atuais formas, em especial o dinheiro em espécie, mas também TED, DOC, boleto e cartões. 

Com o novo método, pessoas poderão transferir dinheiro 24 horas por dia 7 dias por semana em apenas 10 segundos, algo impossível nos atuais arranjos. Para a transferência, será necessário apenas ler um QR Code ou digitar uma chave de identificação do recebedor no aplicativo de preferência. 

Essa chave poderá ser o CPF, o e-mail ou telefone, diferentemente das atuais transações por TED e DOC, que exigem diversas informações como agência e conta. 

Um dos pontos mais animadores para o mercado é a diminuição drástica de preços. Se alguns bancos chegam a cobrar R$20 por um TED ou DOC, com o PIX, clientes não vão pagar nada. Apenas as próprias instituições financeiras terão um custo que, ainda assim, será baixíssimo: 10 transações custarão apenas 1 centavo.

É possível que repassam ao consumidor final esse custo, de qualquer forma, muito menos significativo do que os atuais modelos.

Entendeu a introdução do PIX? Então vamos abordar como esse novo meio poderá ser aplicado no transporte público. 

PIX e transporte público, tem a ver?

O PIX e o transporte público têm tudo a ver. Será uma grande oportunidade de diminuir a circulação de dinheiro, pois o PIX facilita a adesão de pessoas das classes CDE ao mundo financeiro digital, hoje as menos incluídas nesse meio. 

Com menos dinheiro circulando na sociedade, espera-se que menos dinheiro caia também nas mãos dos operadores de transporte. Com o PIX será mais fácil recarregar carteiras digitais, no caso dos sistemas de transporte que possuem validadores digitais, ou comprar créditos em cartões, como o Bilhete Único. 

Espera-se que o PIX ajude na inclusão financeira digital da população porque diversos aplicativos poderão oferecer transações em suas carteiras digitais, não somente bancos. Ou seja, muita gente poderá transferir e receber dinheiro em aplicativos que já possui, muitas pela primeira vez fazendo transações online. 

Pensando assim, o PIX tem tudo a ver com o transporte pois complementa as possibilidades de compra de créditos para viagens, facilitando esse processo em relação à ida a postos físicos, principal forma de recarga de cartões de transporte hoje. 

O PIX substituirá o cartão de transporte? 

A resposta é não! O PIX não é ideal para as transações dentro do ônibus, pois, como dissemos acima, ele pode demorar 10 segundos para autorizar uma transação, tempo demais para um embarque que precisa ser cada vez mais rápido. Outro fator é que o usuário precisa estar conectado na hora de passar na catraca. 

O ideal é que o PIX seja usado como forma de recarregar carteiras digitais, como o Bilhete Digital da ONBOARD, já preparado para essa integração. Antes mesmo de embarcar, o usuário já colocou dinheiro em sua carteira e usará na catraca o QR Code gerado pelo Bilhete Digital, sem precisar estar online. 

Dispositivo de Bilhetagem Digital (DBD) e PIX

A ONBOARD e seu sistema de bilhetagem em contas, que inclui o Dispositivo de Bilhetagem Digital (DBD), estão preparados para receber novos pagamentos por PIX, sem necessidade de novas instalações, diferentemente da maioria das bilhetagens eletrônicas tradicionais no mercado. 

Isso acontece porque a Bilhetagem Digital está baseada num poderoso backoffice que permite fazer as alterações necessárias para aceitar novos arranjos de pagamentos. Além do mais, o equipamento já conta com um leitor de QR Code, facilitando a adesão de sistemas de transporte às próprias carteiras digitais, que podem ser alimentadas via PIX e outros meios. 

É importante ressaltar aqui que o PIX vem para substituir principalmente o dinheiro, enquanto os cartões de transporte e carteiras digitais próprias permanecem relevantes como forma de relacionamento com o consumidor em sistemas de transporte. 

Assim, é uma nova forma de pagamentos que expande as possibilidades de acesso. Nada de chamar um carro quando se está sem créditos e longe de um posto de recarga! 

Todo o conceito do PIX, atrelado ao DBD e a Bilhetagem Digital da ONBOARD compõem um sistema de Account Based Ticketing (ABT). Com essa tecnologia aplicada, os custos relativos à operação com pontos físicos, recarga por cartão de crédito, bandeiras e máquinas de cartão é drasticamente diminuído. 

Tem mais dúvidas sobre o PIX? A equipe da ONBOARD está disponível para conversa. Basta enviar uma mensagem pelo WhatsApp aqui.

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Isso é obrigatório.
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A preocupação com o transporte coletivo no pós-Covid

A pandemia foi o gatilho que faltava para evidenciar a dimensão e relevância do transporte coletivo nas cidades

O transporte coletivo foi um dos setores que mais sofreram com a pandemia de Covid-19, e não foi só no Brasil. Nas cidades europeias houve uma queda de mais de 90% no número de passageiros durante meses.

As operadoras de transporte tiveram que reduzir a oferta de veículos. Em conjunto, medidas rígidas de higiene e de controle de passageiros foram implantadas em ônibus, trens e metrôs, além do uso obrigatório da máscara. 

Para Francisco Christovam, assessor especial do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) e membro da ANTP e da NTU, o transporte coletivo de passageiros é, além de essencial e estratégico, o serviço público que viabiliza os demais serviços de utilidade pública. Além de tornarem viáveis o funcionamento das cidades e o dia a dia das pessoas.

“Sem o transporte, a maioria das pessoas não chega ao local de trabalho, não se desloca até a escola, não acessa o médico ou o hospital, e não chega até as lojas ou ao supermercado. Sem o transporte, as pessoas entram em isolamento – palavra da moda – laboral, social e vivencial.”

– Francisco Christovam.

Por isso, o grande receio de Christovam é que não haja a garantia da prestação desse serviço público vital com a melhor qualidade possível e com custos razoáveis.

“Não há mais porque relegar o transporte coletivo de passageiros a um plano secundário e tratá-lo muito mais como um negócio de empresários privados do que como um direito do cidadão e um dever do Estado. Ele é essencial e pode deixar milhões de pessoas sem condições de poder exercer o seu direito de ir e vir e de contribuir para que a economia do País também não entre em colapso, como poderá acontecer, eventualmente, com a saúde pública.”

– diz Christovam.

Na opinião do especialista, não há como negar que a crise provocada pelo coronavírus foi o gatilho que faltava para despertar nas autoridades governamentais a real dimensão e a relevância do transporte coletivo de passageiros.

“Neste ano, com a realização das eleições municipais, é o momento de transformar promessas de campanha em projetos estruturados para o transporte coletivo. Um país sem transporte coletivo de qualidade não é um país decente. Ele é o grande bem das cidades eficientes, modernas e desenvolvidas em todo o mundo”.

– afirma o especialista.

Publicado originalmente em Pro Coletivo.

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Isso é obrigatório.
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O home office veio para ficar?

A maioria das multinacionais que atuam no Brasil apostam no home office para o pós pandemia, no entanto, a aplicabilidade pode ser diferente nas regiões do país

O home office aumentou significativamente no Brasil durante pandemia. De acordo com dados do IBGE da 1ª quinzena de agosto de 2020, 32,3% das empresas adotaram o trabalho domiciliar (teletrabalho, trabalho remoto e trabalho à distância).

Várias empresas anunciaram que vão manter o trabalho remoto mesmo depois da pandemia. De acordo com pesquisa da consultoria Cushman & Wakefield, 74% das multinacionais que atuam no Brasil projetam adoção do home office no pós-pandemia.

De acordo com a consultoria, obtida pela Exame, a pesquisa foi realizada com 122 executivos de multinacionais que atuam no país. Como resultado, para 25,4% das pessoas entrevistadas, a experiência do trabalho remoto é totalmente positiva e, para 59%, há mais pontos positivos do que negativos.

Todavia, antes do isolamento social, 42,6% das empresas brasileiras nunca tinham adotado a prática. Além disso, cerca de 24% das companhias apenas consideravam o home office como uma possibilidade apenas em análise, nada concreto.

O que se projeta agora é um cenário definitivo de ao menos 30% na adoção do home office no País, em relação ao quadro pré-pandemia, segundo o professor André Miceli, coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Muitas empresas não testavam o home office ou, se testavam, ficavam com a sensação de que não funcionava. Mas é um modelo que foi posto à prova de uma forma que não havia sido antes”

– André Miceli para o Estadão.

No entanto, a proporção do teletrabalho nas regiões do Brasil não é igual. O Sudeste apresenta o maior índice atualmente, com 41,2% de adoção do home office, seguido pelo Nordeste (29,5%), Centro-Oeste (23,%), Sul (20,5%) e Norte (19,6%).

Mesmo assim, a mudança na modalidade de trabalho e consequente redução de pessoas circulando nas cidades não influenciará muito no trânsito e na mobilidade urbana. Isso se deve à correlação com a possibilidade de home office e a renda per capita dos estados brasileiros. 

De acordo com estudo publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), economias de baixa renda apresentam parcela menor de trabalhos que podem ser realizados remotamente. Apenas 22,7% dos empregos no Brasil podem ser realizados inteiramente em casa.

No entanto, há variações significativas entre as diferentes Unidades da Federação (UFs) e os tipos de atividades ocupacionais. O Distrito Federal, por exemplo, apresenta o maior percentual de potencial para home office (31,6%), enquanto o Piauí apresenta o menor percentual (15,6%).

No que diz respeito as atividades ocupacionais, profissionais das ciências e intelectuais apresentam o maior potencial de teletrabalho (65%), seguido por Diretores e Gerentes (61%). Já para as funções como agropecuária, florestais, operação de instalações, máquinas e montadores, membros das Forças Armadas, policiais, bombeiros militares e outros, não apresentam potencial de aplicabilidade.

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