Quem está ligado em tecnologia já deve ter ouvido a palavra convergência, tema muito debatido no começo do século e ainda hoje relevante quando o papo são novas tecnologias.
No centro da disseminação dos chatbots, assistentes virtuais, que por meio de chats nos ajudam em atividades do dia a dia, o assunto ganhou um novo fôlego. Qual é a relação dos dois? Esse post tem o objetivo de explicar isso para você.
Explicando convergência
Pensava-se no século XX que a convergência levaria a uma utopia da “caixa preta”. Um único equipamento teria todas as funções tecnológicas disponíveis. A ideia vinha em meio ao nascimento dos computadores e da multiplicação de gadgets, como videocassetes, videogames e outros equipamentos eletrônicos.
Imaginava-se que essa multiplicação de aparelhos só poderia levar a fusão de todos eles. Pela extrema dificuldade de transporte e armazenamento de tantos equipamentos.
A ideia de um único aparelho, contudo, naufragou. Como sabemos, hoje possuímos de tablets a relógios digitais. E parece improvável que uma única máquina possa atender todas as nossas necessidades.
Ao ler Henry Jenkins, em seu livro “Cultura da Convergência” fica claro que a convergência tem acontecido de outra forma: o software. E não o hardware. Ao invés de uma única máquina que faz tudo, existem diversas máquinas que conversam entre si e fazem os mesmos serviços.
É por isso que podemos comprar o mesmo item em sites e aplicativos, jogar jogos em smartphones, consoles, computadores e tablets. Ou mesmo pagar uma compra com o relógio, o cartão ou o celular.
A nova relação com as mídias e tecnologias
A convergência traz uma nova relação cognitiva com os equipamentos e as mídias, não somente uma mudança tecnológica.
Segundo a Wikipédia “cognição é o ato ou processo da aquisição do conhecimento que se dá através da percepção, da atenção, associação, memória, raciocínio…”.
E quando Jenkins fala que a nossa relação cognitiva muda com a convergência, ele quer dizer que a forma como percebemos e nos relacionamos com a mídia se transforma. Quer ver como?
A TV tem experimentado profundamente essa mudança. Se antes nos reuníamos na sala para acompanhar com a família nossos programas favoritos, hoje ver TV é uma experiência bastante individual.
Um exemplo simples são séries e filmes. Poder assistir uma produção no celular transformou para muitos o que era uma atividade para os fins de noite, antes de dormir, com companhia, em compromissos matinais, no ônibus, sozinhos até o trabalho.
O que chatbots tem a ver com isso
Rapidamente, podemos chamar os chatbots de assistentes virtuais, conceito difundido pela Cortana, Siri e similares. São robôs, que por meio de chats, realizam tarefas básicas como programar um alarme ou informar o clima.
Muitos chatbots usam Inteligência Artificial, permitindo que aprendam com suas interações e nos deem respostas mais criativas e interessantes.
Esses assistentes fazem parte da convergência ao oferecer serviços que antes eram prestados de outra forma. Não é algo necessariamente novo, mas um novo canal. Convergiu o software!
Convergência e chatbots no dia a dia
Se pegarmos alguns dos exemplos do post sobre 4 chatbots em português, temos ali alguns exemplos de convergência acontecendo.
Bipay, assistente virtual que recarrega o Bilhete Único e celulares, é um bom ponto de partida. O chatbot permite que usuários abandonem as filas das bilheterias, e oferece um serviço sem taxas e sem necessidade de novos downloads. Assim, muda a relação do consumidor com o transporte público e a compra de passes.
Também torna os meios digitais mais acessíveis, ao permitir aos usuários utilizarem os aplicativos já instalados, sem a necessidade de baixar um app exclusivo para recarga.
Além disso, ao facilitar o processo de recarga traz de volta as pessoas afastadas do transporte público.
A Beta, robô feminista, faz pressão em parlamentares para que não aprovem retrocessos em projetos de lei. Ela é o canal entre políticos e sociedade, com potencial de mudar nossa relação com protestos online.
O chatbot comunica os projetos de lei e envia, por nós, e-mails para os parlamentares. A princípio isso pode aumentar o número de pessoas engajadas, maximizando o debate nas redes sociais.
Essas tecnologias já chegaram e estão por aí. O frequente uso delas pode mudar nosso cotidiano. A convergência não é um bicho de sete cabeças. Porém, sem dúvida, veio para mudar nosso ponto de vista sobre diversas coisas.
Comente exemplos que você já percebeu de convergência e o que pensa sobre isso! Deixe sua opinião abaixo!
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