Sindicatos e poder público promovem mudanças no transporte aliado à nova tecnologia proposta por piloto brasileiro
Diante da dispersão do Covid-19, medidas de contenção e prevenção são indispensáveis neste momento. E, considerando um dos maiores meios de locomoção adicionado à superlotação por conta de frota reduzida, a segurança nos transportes públicos é primordial.
Levantamento realizado pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), mapeou mais de 2,5 mil ocupações no país e alerta que motoristas e cobradores de ônibus apresentam 70% de risco de contágio pelo coronavírus.
Segundo o Sindicato de Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), no dia 16 de abril de 2020 já haviam 175 trabalhadores com suspeita de contaminação, 27 confirmados e 15 mortes pelo coronavírus, enquanto outras 12 aguardam o resultado.
Com isso, o Sindmotoristas já anunciou a necessidade das empresas de ônibus fornecerem os equipamentos de proteção individual como máscaras, luvas e álcool em gel para os trabalhadores.
Paralelamente, a SPTrans também autorizou as empresas de ônibus da capital paulista a disponibilizarem cortinas em “L” para os motoristas, a qual funcionará como barreira de proteção contra as gotículas de saliva, uma das principais formas de transmissão do vírus.
Aliado ao objetivo de mapear ações a serem realizadas diante da dificuldade enfrentada pelo transporte público, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou recentemente o documento “Transporte público e COVID-19. O que pode ser feito?”, o qual aborda ações para cada setor relacionado, ou seja, passageiros, operadores e poder público.
Uma das medidas a serem propostas pelo poder público é o projeto de lei da vereadora Sandra Tadeu (DEM), o qual propõe o uso obrigatório de máscaras em áreas públicas abertas ou fechadas e áreas privadas com livre acesso ao público, como também ônibus, trens da CPTM e metrô.
Em Uberaba (MG) já foi publicado decreto que limita os ônibus a circular com passageiros em pé e sem máscaras, assim como o uso para operadores do transporte. Outra cidade com decreto objetivando as medidas de prevenção para os ônibus é Guarapuava (PR), com operações suspensas de forma integral aos finais de semana e uso obrigatório de máscaras.
A tecnologia aliada à proteção
Projeto idealizado pelo piloto brasileiro Lucas di Grassi dá forma ao robô Hyperviolet C600 através da Zasso, o qual apresenta a capacidade de desinfectar cada carro ou ônibus em até um minuto através da emissão de luz ultravioleta (UV). O equipamento depende de energia por área (joule/m²), assim, com energia suficiente, a capacidade de esterilização pode chegar a 100%.
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo iniciou os testes dia 15 de abril de 2020 em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Se comprovada a eficácia, poderá ser implementada em todo o sistema do Estado: CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e no próprio Metrô.
Assista ao vídeo de funcionamento do robô.
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