Uma visão panorâmica da bilhetagem no transporte público e suas vantagens em um sistema gratuito
A bilhetagem é um sistema utilizado em diversos setores que demandam controle de acesso de pessoas, como os de entretenimento, industrial ou empresarial. Com o avanço da tecnologia, a bilhetagem passou a se caracterizar como um sistema automático, o que permitiu uma maior eficiência em inúmeros processos e serviços.
Todo sistema de bilhetagem é composto por pelo menos um software e um hardware. O primeiro geralmente fornece um banco de dados e pode auxiliar na gestão das informações, enquanto o segundo representa o equipamento pelo qual haverá a validação da tecnologia imposta para controle, seja um bilhete, ticket, cartão, biometria ou análogo.
No transporte público, a bilhetagem corresponde a um sistema de emissão, venda e validação de bilhetes. A partir de uma pesquisa realizada pela ANTP (Associação Nacional de Transporte Público), as tecnologias utilizadas para validação em transporte público têm se desenvolvido cada vez mais e o uso de smartcards contactless, ou seja, sem contato, tem crescido durante os anos.
Várias cidades brasileiras já possuem ou estão estudando a implantação de sistemas de bilhetagem. Em sua grande maioria, há uma parceria entre o setor público e privado, onde empresários compram os equipamentos e a concepção e implantação do sistema são realizadas em conjunto, permitindo que operadores e Estado tenham acesso aos dados, podendo usá-los como política de transparência, o que geralmente não ocorre na prática.
Há diversos ganhos com a implementação do sistema, desde o controle de arrecadação até redução de custos com a dispensa de cobradores, por exemplo. Todavia, quando abordamos a possibilidade da maioria dos municípios brasileiros oferecerem transporte público gratuito à sociedade, esses argumentos não condizem com o propósito da gratuidade e fica a dúvida sobre a real importância do sistema.
A bilhetagem pode proporcionar uma eficiência enorme em todos os setores empresariais. Para isso, é importante que o sistema contemple todas as necessidades das pessoas que utilizam o serviço, seja cliente, órgão gestor, operador, empregado ou proprietário de empresa. Para isso, analisamos as principais oportunidades que o sistema pode oferecer e vamos tratar delas aqui.
Controle do serviço prestado
Com a implementação de um sistema de bilhetagem integrado é possível recolher informações para a fiscalização da empresa operadora ou do órgão gestor, dados sobre número de passageiros transportados por ônibus, linha e faixa horária, número de veículos em operação, tempo de viagem, entre outros. Informações fundamentais para qualidade e sustentabilidade de uma operação como esta, evitando lotações e o uso ineficiente dos recursos.
A partir dessas informações, o planejamento do sistema de transporte se torna mais eficaz, trabalhando com as ferramentas adequadas para não haver ônibus lotados ou vazios em funcionamento.
Maior eficiência
A automação dos processos produtivos traz inúmeras modificações, principalmente sobre a melhora da produtividade. Com um sistema de bilhetagem é possível otimizar o gerenciamento com a rapidez de informações acerca dos hábitos de clientes, como rota e horário. Dessa forma, a coleta de dados para projeção da oferta e demanda, por exemplo, passa a ser automatizada, evitando custos exacerbados dessa pesquisa.
Além disso, o sistema de bilhetagem pode assumir a função de outros dispositivos embarcados, como por exemplo AVL, UCP e outras funcionalidades. Neste caso, a integração e a usabilidade aumentam a produtividade, pois permite o cruzamento de dados necessários para eficácia do planejamento e operação do transporte público coletivo.
Planejamento de demanda
A obtenção de dados sobre a quantidade de passageiros por linha, local e faixa horária possibilita o planejamento pleno da demanda. Essas informações são importantes inclusive para indicar as sazonalidades horárias, diárias, semanais, mensais e locais de cada veículo.
Ao mesmo tempo, possibilita o planejamento de alocação de frota e mão-de-obra de forma racional e produtiva, permite conhecer a origem e o destino das viagens, entrada de usuários por ponto de parada, trecho de maior carregamento, velocidade dos veículos em cada ponto e vários outros dados importantes para a realização de um planejamento operacional eficiente.
Integração multimodal
A integração intra e entre os diversos modos de transporte é uma preocupação de vários municípios. Nas últimas décadas, a solução para um sistema integrado era a construção de terminais com transferência livre, o que apresentava alto custo e, em sua grande maioria, era inviabilizado.
Com a Bilhetagem Digital é possível oferecer uma integração com baixo custo de implantação, pois é possível instalá-la em qualquer ponto, sem a necessidade de terminais e grandes estruturas. Além disso, influencia o comportamento dos usuários através da possibilidade de maximizar a utilização da infraestrutura de transporte coletivo.
A coleta de dados não garante o efetivo gerenciamento. No entanto, a partir do banco de dados gerado é possível avaliar toda qualidade de serviços prestados. O estabelecimento de um padrão de desempenho pode ser definido para a operação, no que se refere a segurança, conforto, vida útil de veículos, vistorias e etc, cruzando dados para melhoria do sistema. Isso permite ajustes na operação para melhor atender aos passageiros e clientes finais.
Possibilidades de nicho
A bilhetagem pode auxiliar no entendimento de diversos públicos e seus deslocamentos a fim de estruturar uma operação orientada aos passageiros. Pois, dentro de um mesmo sistema, há pessoas que desejam fazer deslocamentos curtos, longos, pessoas que utilizam o serviço esporadicamente e outras frequentemente, que utilizam em horários de pico e outros não, usuários que têm que fazer baldeação ou viagem simples, pessoas que pagam o serviço adiantado e outras que pagam na hora do consumo, entre inúmeros casos. Assim, com um sistema de bilhetagem aplicado corretamente, é possível disponibilizar um serviço que atenda públicos distintos homogeneamente.
Atualmente, a bilhetagem eletrônica não consegue entregar um serviço que atenda satisfatoriamente os pontos levantados, além de ser um serviço extremamente caro e gerar uma série de atritos durante sua utilização.
Para a obtenção de melhorias, é necessário que os sistemas possam ter interface amigável, integrada e segura, além do planejamento estar alinhado com os objetivos e expectativas de todas as pessoas que utilizam o transporte, seja poder público, privado ou usuário. Assim, a Bilhetagem Digital é a melhor alternativa, pois se torna a grande responsável pela devolução da competitividade do serviço e para solucionar os desafios atuais do setor.
A transformação digital chegou no transporte público. Se você está pensando em trocar de validador em sua operação, leia isso!
Os validadores em ônibus são componentes importantes da bilhetagem eletrônica nos sistemas de transporte público. No Brasil, estima-se que 86,5% das empresas de ônibus possuem sistemas de bilhetagem em suas operações.
Mas a escolha desses equipamentos e de todo o sistema de bilhetagem precisa ser cautelosa, uma vez que existem diferenças profundas em tecnologia e, principalmente, em modelos de contrato, que podem ser mais ou menos benéficos para concessionárias de transporte urbano.
Com a crise de financiamento na qual o transporte público está passando, conhecer mais as propostas antes de investir em uma nova bilhetagem pode ser a chave para o sucesso – ou a quebra – de empresas pelo país.
Neste texto você verá:
Problemas da bilhetagem atual
O que é a bilhetagem digital
Preços de validadores em ônibus
Investimento a longo prazo.
Problemas da bilhetagem atual: crise no relacionamento
Imagine você comprando um celular novo. Mas esse aparelho é diferente do que estamos acostumados.
Para baixar qualquer aplicativo você precisa pedir autorização à fabricante.
Isso mesmo, a fabricante que te vendeu o celular tem controle total sobre o sistema operacional.
Somente depois de inúmeras reclamações e ameaças suas de trocar de aparelho ela permite que você baixe o aplicativo que você quer, mas te cobra caro para permitir a instalação.
E pior, depois que você compra o aparelho o sistema operacional nunca mais é atualizado tornando o celular obsoleto e defasado a partir do dia seguinte.
Isso chega a parecer absurdo e algo impossível de se imaginar no mercado de celulares mundial, mas é preciso contar: essa é a realidade das empresas de transporte no país com seus fornecedores de bilhetagem.
Com apenas 6 empresas fornecedoras de hardware e de sistemas de bilhetagem, companhias do setor enfrentam práticas por vezes abusivas e que impedem a inovação.
A ONBOARD, empresa de tecnologia premiada internacionalmente com o missão transformar digitalmente o transporte público brasileiro, sabe bem a dor na qual empresários passam.
A solução da empresa, nascida em 2016, substitui os cartões de transporte pelo celular do passageiro e transforma todo atendimento e relacionamento presencial dos postos de atendimento em digital.
Busca-se revolucionar o transporte público, assim como os bancos digitais fizeram com o setor bancário. É cada vez menos necessário enfrentar filas em agências e taxas abusivas, pois as tecnologias tornaram as operações mais baratas.
Igualmente, filas em postos de atendimento, dificuldade para entender a política tarifária e adquirir cartões do tipo bilhete único não podem mais ser uma realidade de sistemas públicos de mobilidade.
Embora nobre e promissora, a iniciativa da ONBOARD esbarrou em um primeiro momento num problema de mercado: as empresas de bilhetagem eletrônica presentes no Brasil não tiveram interesse em construir conjuntamente uma mobilidade digital.
Tampouco permitiram que os operadores de transporte coletivo, seus clientes, se transformassem digitalmente acompanhando assim as transformações do mundo contemporâneo.
Há 3 anos existe tecnologia digital desenvolvida pela ONBOARD que digitaliza sistemas e pode ser facilmente integrada aos validadores atuais.
Mas não há interesse para que isso aconteça por parte das fornecedoras atuais, pois estas temem perder mercado e, assim, continuam com suas práticas de retenção que não agregam ao serviço final e a qualidade das operações.
Alguns relatos comuns de empresários de transporte público são:
“Eles [empresas de validador] me cobram até orçamento”
“Depende de integração com bilhetagem [incluir os serviços da ONBOARD]?! Esquece!”
“Me apresenta uma alternativa que eu troco todos meus equipamentos”
Essa experiência de mercado, ouvir a frustração de empresários e gestores, motivou a criação do DBD – Dispositivo de Bilhetagem Digital. Não é só mais um validador, mas uma tecnologia flexível, independente e com melhor custo benefício.
O que é a Bilhetagem Digital
A Bilhetagem Digital é um sistema baseado em contas, onde o cliente não possui mais seus créditos numa mídia física, o dinheiro em papel ou os cartões de transporte.
O saldo está vinculado a uma conta que pode ser acessada de diversos dispositivos: celulares, relógios inteligentes, cartões bancários, QRCodes, além dos cartões MIFARE, Cipurse e Calypso tradicionais.
Além disso, o novo tipo de validador usa sistema Android e Linux, que são abertos, o que permite autonomia para empresas de transporte desenvolverem soluções próprias e que auxiliem em seus contextos. Sem contar que o mapa do cartão é sempre do cliente!
Muito diferente do modelo atual, onde qualquer nova implementação precisa passar pela fornecedora, o que sempre gera mais custos.
Para saber mais todos os benefícios da Bilhetagem Digital, que tem o potencial de renovar operações e abrir novas fontes de receitas, acesse nosso artigo exclusivo sobre o assunto.
Preços de validadores em ônibus
Um ponto fundamental para entender o problema da bilhetagem no Brasil é o preço dos validadores.
Em média um validador para ônibus custa R$7,5 mil, com as funcionalidades padrão e softwares proprietários. Já o Dispositivo de Bilhetagem Digital da ONBOARD chega a ser até 30% mais barato.
O preço das bilhetagens atuais é um impeditivo para empresas de pequeno porte, além de qualquer atualização do parque tecnológico.
Por sua vez, o DBD consegue ter melhor custo benefício pois é baseado em tecnologias novas ao invés reciclagem de projetos a fim de obter economias marginais interessantes somente às próprias fabricantes.
Com o novo validador de ônibus e outros modais DBD o back office, ou seja, os sistemas em nuvem que fazem a bilhetagem funcionar são fundamentais para a operação e o novo paradigma: um hardware sofisticado, mas econômico e um sistema complexo, poderoso e muito mais moderno.
Dessa forma, o investimento em novos equipamentos cabe no bolso de empresas de tamanhos diferentes e as atualizações são feitas por módulos, a partir das necessidades de cada cidade: cartões bancários, reconhecimento facial, Wi-Fi, CAN e telemetria podem ser adicionados ou removidos.
O sistema é atualizado constantemente sem a necessidade de novos investimentos ou mesmo o pedido dos clientes para tal.
Ou seja, não é necessário trocar toda a bilhetagem quando uma nova tecnologia surgir no pedaço. Basta apenas acoplá-la ao DBD que foi feito para ser flexível e a última bilhetagem que sua empresa precisará.
Investimento em validadores a longo prazo
Agora você já tem em mãos informações valiosas antes de investir em uma nova bilhetagem, resumimos aqui um pouco da nossa conversa:
Comparação de benefícios das bilhetagens
Validador de ônibus comum
Dispositivo de Bilhetagem Digital
Preço
Em média R$7.5 mil + gastos adicionais com periféricos necessários para o funcionamento adequado
30% mais barato que os validadores tradicionais sem necessidade de periféricos
Software
Proprietário e fechado
Android e Linux, abertos
Hospedagem
Alguns dizem que é na nuvem, mas o servidor está aqui em Hortolândia (a conta vai ficar cara)
Bilhetagem na nuvem com arquitetura baseada em microsserviços
Meio de acesso principal
Mifare
Mifare, Cipurse, Calypso, EMV (Cartões bancários), NFC e QR Code
Novas instalações
Precisa trocar todos os cartões em posse os usuários
Interoperabilidade com qualquer sistema legado
Funcionalidades
Bilhetagem
Bilhetagem, Telemetria, Contagem de passageiros por imagem, Integração com sistema de Som
Novos canais
Apenas rede de vendas caras e cobrança para novas integrações
Bilhetagem já nasce integrada a aplicativos, chatbots, sites, plataformas de atendimento e rede de vendas
Falar sobre um novo investimento é delicado em tempos de crise financeira.
Algumas empresas estão buscando uma nova bilhetagem mas tem receio de que tudo mude em pouco tempo.
É preciso ser sincero: tudo mudará em pouco tempo. E por isso, não faz sentido investir em algo conhecidamente ultrapassado na tecnologia, no modelo de negócio e na prestação do serviço.
Sistema de bilhetagem nenhum no Brasil está funcionando direito. Chegou a hora de se separar do seu problema e dar uma chance para o novo.
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Você sabe diferenciar a bilhetagem eletrônica da digital? Nesse texto você saberá os benefícios de cada uma e como a nova era digital pode contribuir para que o transporte público saia da crise atual
Muita gente pesquisa sobre bilhetagem eletrônica buscando entender mais sobre o conceito, a implantação e as tecnologias envolvidas.
O que muita gente não sabe é a história do ramo no país, além das inovações que estão sendo criadas nesse momento e que visam diminuir os principais atritos em relação a prestação de serviços de bilhetagem eletrônica no transporte público.
Saiba o que é bilhetagem eletrônica no transporte público e conheça a implantação da nova Bilhetagem Digital:
Comemorando 15 anos em 2019, o Bilhete Único de São Paulo é o maior sistema de bilhetagem eletrônica do país. Primeiramente adotada nos ônibus em 2004 e com adesão no Metrô e CPTM em 2006. O sistema de bilhetagem eletrônica, por meio do Bilhete Único, permitiu:
Antecipar o fluxo de caixa das empresas de transporte;
Reduzir custos com emissão dos antigos bilhetes de papel e tarja magnética;
Diminuir o dinheiro embarcado e, consequentemente, aumentar a segurança;
Oferecer condições comerciais mais atrativas aos passageiros a partir de integrações tarifárias.
Todas estas novidades iam ao encontro do que era mais moderno à época para bilhetagem no mundo, a exemplo de experimentos na América do Norte e Europa. Porém, com o tempo, a tecnologia se tornou obsoleta.
Em um sistema defasado se abrem portas para fraudes. Isso acontece pois os padrões de segurança de cartões antigos e massivamente difundidos são mais fáceis de serem fraudados, sem contar nas limitações em inovação.
O que é bilhetagem eletrônica?
O sistema de bilhetagem eletrônica é composto pelos equipamentos e softwares responsáveis pelo pagamento e administração das passagens no transporte público, ou seja, o processo de emissão, venda e compra de créditos/passes para acesso aos transportes.
Bilhetagem eletrônica compreende cartões, validadores e todo o sistema necessário para seu funcionamento. No caso, os validadores são aquelas máquinas onde encostamos o cartão, além de todo sistema que compõe essa tecnologia.
Atualmente, a maior parte das organizações do ramo apontam práticas que atrasam a renovação e a evolução tecnológica da bilhetagem brasileira e, consequentemente, do transporte público como um todo. Ainda em 2003, em relatório, a Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) comentava sobre os sistemas de bilhetagem eletrônica e seu engessamento.
“[O]s cartões e bilhetes somente podem ser comprados dos fornecedores, onerando bastante as compras. Outra grande restrição para os sistemas é a exigência de se pré-formatar/inicializar os cartões inteligentes somente pelo fornecedor de tecnologia, prejudicando muitas vezes a logística de distribuição – compra, armazenamento e venda”.
Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP, 2003).
Isso pouco mudou e ainda hoje o relacionamento entre fornecedores de tecnologia e empresas de transporte não atinge todo seu potencial. A dependência do transporte público em relação à poucas empresas de tecnologia atrasou o desenvolvimento de relacionamento com o consumidor e inovação que poderiam rejuvenescer e ajustar sistemas de transporte tão carentes de mudanças.
Porém, hoje, o setor de tecnologia tem em mãos instrumentos fundamentais para a transformação da mobilidade urbana para melhor, com o objetivo final de movimentar toda a cadeia positivamente e entregar melhores serviços ao consumidor final.
Quais os benefícios da bilhetagem eletrônica?
Em 2008, a European Metropolitan Transport Authorities já abordava as múltiplas possibilidades que a bilhetagem eletrônica poderia oferecer, tais como:
Para o poder público
Unificação da bilhetagem;
Fontes de dados para planejamento;
Melhor controle de receitas e subsídios;
Extensão do esquema tarifário para outros players, como táxis.
Para as operadoras do transporte público
Novos consumidores com abordagem moderna;
Aumentar o lucro operacional médio e reduzir a fraude;
Reduzir custos de manutenção;
Aumento de agilidade à bordo;
Possibilidade de adicionar novos serviços;
Fontes de dados para marketing e planejamento.
Para o consumidor do transporte público
Conveniência, velocidade e praticidade sem o dinheiro;
Jornadas tranquilas e práticas mesmo em modais diferentes;
Facilitação na aquisição de créditos;
Serviços adicionais, quando disponíveis.
Podemos notar que a bilhetagem eletrônica, por meio dos cartões de transporte, também chamados de smartcards adotados no Brasil, como o Bilhete Único, possibilitaram alguns desses benefícios aos envolvidos nos sistemas de transporte urbano.
Outros benefícios, porém, foram subutilizados e alguns inclusive são desafios que a bilhetagem precisa resolver no contexto atual.
Podemos citar como principais desafios o combate à fraude, o relacionamento com o consumidor e a extensão do esquema tarifário para outras plataformas, assunto especialmente importante hoje.
Prejuízos no Bilhete Único
Em 2019, CPTM e Metrô, concessionárias do transporte por trilhos em São Paulo, contrataram auditorias para averiguar a queda de arrecadação proveniente do Bilhete Único – que é administrado pela São Paulo Transporte, SPTrans – enquanto o número de passageiros aumentava.
As companhias alegaram que não havia lógica e a principal suspeita eram as fraudes ocorridas no sistema de bilhetagem gerido pela SPTrans. A CPTM afirmou ter perdido 192 milhões de reais no Bilhete Único em 2018.
A bilhetagem eletrônica foi desenvolvida para simplificar a vida de passageiros e diminuir custos do transporte público. Entretanto, pode contribui para a perda crônica de passageiros ao permitir milhões em fraude que poderiam ser revertidos em investimentos. Além disso, não permitem explorar totalmente os benefícios de pagamentos digitais na nova era.
A simples troca de cartões não é a solução definitiva
A associação do Bilhete Único ao cartão de plástico é inevitável, mas é importante fazermos a distinção entre o serviço e o meio. O Bilhete Único é o serviço possibilitado através da bilhetagem eletrônica, e o smartcard é o meio, ou seja, o cartão inteligente sem contato que viabiliza a utilização do serviço. Assim, muitas das fraudes que acontecem hoje ocorrem devido ao uso de smartcards antigos, que já tiveram inúmeros mecanismos antifraude quebrados.
Diante disso, empresas de transporte do país todo têm trocado seus cartões por versões mais modernas e de difícil falsificação. Inclusive a SPTrans fez isso de uma forma muito inteligente, reduzindo os benefícios do cartão antigo – como o limite de saldo – para estimular a troca pelo novo.
Entendemos, porém, que a simples troca de cartões não é a solução definitiva para a fraude. Tampouco para as outras limitações que a bilhetagem eletrônica atual cria no sistema. Para uma mudança de verdade, é necessário mudar nossa relação com as tecnologias existentes.
No Brasil, tradicionalmente, os sistemas de bilhetagem eletrônica sofrem muito com a necessidade de retrocompatibilidade com as versões anteriores. A dificuldade torna cada vez mais difícil a adequação destes sistemas legados aos novos meios de pagamento.
Esses sistemas, que não se adequaram à diversidade de meios de pagamento que foram surgindo, são grandes responsáveis pelas limitações que a bilhetagem eletrônica possui e a deformação dos benefícios propostos em seu conceito.
Bilhetagem digital, o novo paradigma
Hoje, a tecnologia de Account Based Ticketing (ABT) começa a ser empregada no transporte público para solucionar os problemas relatados.
O termo ABT significa “Bilhetagem baseada em contas” e corresponde a uma transação sem bilhetes que permite viagens em transportes usando um token seguro, vinculado à uma conta no backoffice. O meio de acesso podem ser cartões inteligentes, smartphones, relógios, QRCodes e cartões bancários.
Dessa forma, empresas de transporte não ficam “presas” a cartões inteligentes ultrapassados, além de poderem oferecer novos meios de pagamento à seus clientes.
A segurança se aplica a este novo cenário. Antes, os sistemas concentravam esforços e recursos para evitar que essa possibilidade acontecesse. Hoje, entende-se que que as fraudes vão acontecer e o papel da segurança é mitigar os riscos.
Através desta nova abordagem, o controle sobre os sistemas e suas falhas também se torna muito mais adaptativo e dinâmico. Aliado ainda à possibilidade de utilização de tecnologias de vanguarda como o Aprendizado de Máquina e a Inteligência Artificial.
Nos smartcards, por exemplo, toda informação fica gravada fisicamente no cartão (como ID, saldo e transações), e por isso todo o esforço gira em torno da criptografia desses cartões.
Com o advento da tecnologia ABT, a bilhetagem ganhou o reforço da tokenização. O token auxilia a diminuir os riscos por meio do acesso ao armazenamento de informação numa conta digital online.
Esse ganho em confiabilidade existe, pois um sistema ABT comporta muito mais checagens de segurança e mecanismos de diminuição de risco e detecção de fraude do que os sistemas legados atuais.
Um token representa apenas uma garantia de passagem limitada, em tempo e forma de utilização. Assim, caso fraudado, o prejuízo é baixíssimo e extremamente controlado ao sistema ou ao seu emissor.
Pensando além da segurança, a Bilhetagem Digital em ABT atende outros pontos das potencialidades que a bilhetagem eletrônica aplicada hoje não foi capaz de atender:
Relacionamento com o consumidor. Enquanto os cartões guardam dados básicos de uso e informações cadastrais, um Bilhete Digital pode ser veiculado por aplicativo ou redes sociais que, por sua vez, contém ferramentas de comunicação como notificações que permitem acesso direto ao cliente, implementação de estratégias de retenção e branding.
Extensão do esquema tarifário para outras plataformas. Dada a flexibilidade do Bilhete Digital, novos modais como bicicletas, táxis e carros compartilhados podem ser integrados ao esquema de divisão tarifária aplicada de forma automática e eficiente, sem as barreiras comuns de sistemas fechados e pouco flexíveis.
Por que mudar a tecnologia de bilhetagem embarcada em ônibus?
O modelo de negócio baseado em hardware e software proprietários – onde somente a fabricante tem acesso às suas configurações – criou um alto grau de dependência dos sistemas em relação aos fornecedores.
Isso ocorre, pois mesmo com o equipamento sendo adquirido pelo sistema de transporte público, o desenvolvimento e a manutenção só podem ser feitos pelo seu responsável tecnológico, ou seja, o próprio fornecedor. Há relatos absurdos de práticas comerciais em que até os orçamentos são cobrados.
Para agravar toda esta situação, alguns sistemas cometeram o equívoco de assinar contratos de exclusividade no fornecimento em troca de uma economia marginal na aquisição dos equipamentos, que são caros.
O impacto de tudo isso no presente é a crise que os sistemas de transporte público têm vivido e a falta de alternativas para tirá-los desta situação. A solução deveria ser simples, apenas trocar de fornecedor e é aqui que está o problema.
Para trocar de fornecedor, quando não há contratos de exclusividade, o sistema precisa fazer um novo investimento para instalação dos novos equipamentos custosos.
Na maioria dos casos, os fornecedores da tecnologia embarcada também são donos dos padrões de comunicação dos smartcards (chamado de mapa no ramo) em posse dos usuários do sistema, o que implica em mais investimento com a troca de todos os cartões e toda a insatisfação dos clientes por ter novamente que se adequar ao novo sistema embarcado.
A Bilhetagem Digital da ONBOARD
Atualizações constantes, um ecossistema de desenvolvimento pungente e a independência do transporte público, isso é possível? Sim, com um validador que preze por estes aspectos acima dos interesses corporativos de seu fornecedor.
O DBD – Dispositivo de Bilhetagem Digital da ONBOARDtrabalha com o conceito de ABT – Account Based Ticketing. Ou seja, transfere ao backoffice toda a operação e permite aos usuários o acesso do saldo por meio de qualquer aparelho, uma vez que o valor não está mais na mídia física (cartão), e sim em nuvem.
A Bilhetagem Digital da ONBOARD devolve autonomia aos operadores de transporte por utilizar sistema aberto para desenvolvimento. Além disso, pode ser usada em paralelo às bilhetagens atuais durante a transição, com o objetivo de minimizar os atritos da fase de troca.
Apesar de ser um sistema separado, a validação segue os mesmos princípios atuais, sendo feita de maneira offline através de um módulo SAM (Secure Access Module).
A mudança de paradigma da bilhetagem digital não está só na segurança: a experiência do usuário é impulsionada pela bilhetagem digital.
Hoje, para usar o transporte público, o usuário se dirige até um posto, enfrenta uma fila, carrega o bilhete para então começar a usar. Com a Bilhetagem Digital, o cadastro é online e o usuário passa a ter acesso ao sistema imediatamente após o cadastro, que inclusive é feito com uma simples foto de documento. O software processa a imagem, recorta a foto e preenche o formulário cadastral automaticamente.
Segundo Luiz Renato M. Mattos, CEO da ONBOARD, o sistema desenvolvido pela empresa visa “facilitar o acesso ao transporte público por meio de uma experiência digital, concentrando e integrando todas as opções de mobilidade urbana na mão dos passageiros”.
Para ele, vivemos em um momento onde o transporte público foi deixado de lado, portanto, busca-se “devolver o protagonismo e a competitividade ao transporte público fazendo dele o elo de conexão da mobilidade urbana atual”.
Tudo isso vai ao encontro do desejo do novo consumidor que busca praticidade e serviços digitais. Outros mercados, como os bancos, já perceberam isso e, mesmo com sistemas antigos e também legados, entraram de cabeça no mundo digital.
O varejo é outro exemplo, utilizando de carteiras digitais como responsáveis pelos pagamentos de seus clientes. Com milhares de consumidores recorrentes todos os dias, o transporte público também pode gerar receitas acessórias com transações fora de seus sistemas.
E tudo isso fica mais fácil com uma Bilhetagem Digital flexível e aberta.
A Bilhetagem Digital vai ao encontro da solução para os problemas vividos pelo sistema de São Paulo.
A SPTrans, através do Decreto 58.639 de 22 de fevereiro de 2019, já previu o Bilhete Digital. Agora resta saber quem dará o passo inicial para de fato resolver esses problemas e explorar a bilhetagem digital como solução.
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