Lotação de ônibus em São Paulo vai de encontro com as medidas propostas pela Prefeitura
No dia 05 de junho de 2020 foram disponibilizados dois mil ônibus a mais para a cidade de São Paulo a fim de evitar aglomerações no transporte público. Porém, diante das diversas ocorrências e não respeito à medida de proteção, os ônibus estão cada dia mais lotados. A Prefeitura de São Paulo estabeleceu então uma recomendação para que ônibus municipais viajassem apenas com passageiros sentados.
A SPTrans, empresa que gerencia o transporte público da capital, encaminhou circular no último sábado (06 de junho) para empresas concessionárias de ônibus orientando que as viagens sejam realizadas sem exceder a capacidade máxima de passageiros sentados. Assim, os motoristas possuem autorização para não parar em pontos de embarque, caso o coletivo se encontre com todos assentos ocupados.
No entanto, nesta quarta-feira, dia 10 de junho, houve a reabertura do comércio na capital e ônibus lotados circulavam com passageiros em pé. No corredor da avenida Dona Belmira Marin, no Grajaú (zona sul de São Paulo), local observado pelo jornal Folha, muitos ônibus apresentavam passageiros viajando nos degraus e encostados na porta em razão da lotação. Situação similar ocorre na linha de ônibus que realiza o trajeto de Guaianases (zona leste de SP) para o Metrô Tatuapé, segundo G1 nesta última terça (09 de junho).
Como solução, a Secretaria Municipal de Transportes anunciou que seriam adicionados 784 coletivos aos dois mil previstos para operar. Além da disponibilização de mais ônibus, avisos sonoros no terminal Grajaú (zona sul de São Paulo) informam sobre a determinação de que passageiros não devem viajar em pé. Mesmo assim, algumas linhas partem do terminal já cheias, de acordo com o Agora.
A medida, implantada no dia 08 de junho (segunda-feira), não têm apresentado bons resultados. Com isso, o prefeito Bruno Covas disse que deu um prazo de cinco dias para que seu secretário municipal de Transportes, Edson Caram, garanta que os ônibus circulem na cidade apenas com passageiros sentados.
A partir da necessidade de equilíbrio entre oferta e demanda da frota de ônibus e entendimento dos principais locais com maior necessidade de aumento na quantidade de linhas operantes, esse momento se torna essencial para garantir a segurança da sociedade e a viabilidade econômica do serviço.
Em entrevista ao Agora é Simples, Roberto Speicys, cofundador da Scipopulis, empresa focada em cidades inteligentes e mobilidade urbana, afirma que a principal fonte de informações para o planejamento do transporte público em São Paulo é a pesquisa Origem e Destino, realizada pelo Metrô a cada 10 anos. O planejamento correto envolve prover segurança à população no que diz respeito à utilização do meio de transporte.
Segundo a SPTrans, as equipes de campo da empresa seguem monitorando a movimentação de passageiros e ajustará a frota de acordo com a demanda da população, em especial aos trabalhadores de serviços essenciais. Até o momento, não há previsão de multa caso a recomendação não seja cumprida pelas empresas de ônibus, mas elas serão notificadas.
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