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Construção de ciclovias gera mais emprego do que priorização de carros

Estudos comprovam geração de 2 mil empregos na criação de ciclovias nas cidades, índice maior do que qualquer outro tipo de estrutura viária

O transporte ativo, por bicicleta ou a pé, ganhou força nos últimos tempos, impulsionado ainda mais pela pandemia de coronavírus. Isso foi percebido por prefeituras como Paris, Milão, Buenos Aires, Bogotá, Curitiba, Belo Horizonte e outras, que adotaram rapidamente a extensão – provisória ou definitiva – de ciclovias. De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), foram feitas mais de 100 intervenções desse tipo em todo o mundo por causa da pandemia.

“É essencial nas discussões de cidades sustentáveis, inteligentes, resilientes ao clima que se incentive mais espaço para pedestres, para a bicicleta. A Covid gerou toda uma preocupação em repensar as cidades.”

afirma Andrea Santos, pesquisadora da Coppe/UFRJ e secretária-executiva do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

A construção de ciclovias geram benefícios econômicos como aumento de receitas e empregos para empresas locais. Conjuntamente auxilia na redução de congestionamentos, melhora na qualidade do ar, rotas de viagem mais seguras e melhores resultados de saúde.

Um estudo do Instituto de Pesquisa em Economia Política (PERI, sigla em inglês), da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, conclui que criar novas ciclovias gera mais empregos do que qualquer outro tipo de estrutura viária nas cidades. Os pesquisadores compararam 58 projetos viários em 11 cidades americanas. 

No geral, o estudo apresenta que a construção de infraestrutura para o ciclismo cria a maioria dos empregos para um determinado nível de gastos, ou seja, para cada US$ 1 milhão investidos, são gerados 11,4 empregos no Estado do projeto. Em regiões onde as vias são exclusivas para carros, o índice é de 7,75 e para áreas exclusivas para pedestres, 9,9.

O estudo analisou projetos de infraestrutura para transporte, como alargamento de estradas existentes ou pavimentação de estradas que não têm ciclovias e/ou calçadas, projetos de estradas que incluem componentes de pedestres (como calçadas, estradas com estrutura para pedestres e bicicletas), projetos com instalações exclusivas para pedestres (como reforma de calçadas ou travessia de pedestres), projetos específicos do ciclo (como adicionar marcação de ciclovias), trilhas multiuso, entre outros.

Além disso, o ClimaInfo calcula que podem ser gerados cerca de 2 mil empregos, diretos e indiretos, imediatamente com investimentos de R$ 1 bilhão de reais em mobilidade ativa. O valor seria suficiente para construir 5.000 km de ciclovias, ou criar 2.000 km de faixas exclusivas de ônibus, ou recuperar e construir 1.750 km de calçadas.

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