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O que falta para termos um sistema de transporte público que atraia os usuários?

Amplamente financiado com recursos oriundos das tarifas, o transporte público brasileiro tem grandes desafios. É um momento de inflexão, pois esse modelo de financiamento das operações encontra-se cansado e necessitado de correções.

O fator principal é sua lógica negativa. Hoje, se o número de passageiros cai, seja por crise econômica, incentivo a compra de automóveis, outras opções de transporte, etc., a qualidade também cai, uma vez que há menos dinheiro em caixa para reparar o que é preciso.

Fonte: NTU. Diminuição no fluxo de passageiros em diversas cidades do Brasil.

Dessa forma, os sistemas de transporte público no Brasil vivem um ciclo vicioso de sucateamento. Cada vez menos usuários diminuem a arrecadação, eleva-se a tarifa e perpetua-se a baixa qualidade dos serviços e a desmotivação em usar o transporte coletivo.

Qualquer transporte de boa qualidade custa caro e não consegue ser suportado somente pela tarifa. Essa é a realidade observada em vários países mundo afora, onde a receita tarifária é complementada com outras fontes de receita não tarifária para cobrir os custos totais dos serviços prestados. (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos
Anuário NTU: 2017-2018)

Embora saiba-se disso, mudar a matriz de financiamento hoje em dia é bastante difícil, levando em conta que são políticas estabelecidas e, para qualquer alteração, necessitam de motivação dos entes responsáveis.

Mas o que é possível fazer pelo transporte público sem pôr na conta do usuário?

Os sistemas de transporte coletivos não alteraram sua mentalidade em meio às inovações disruptivas que tomaram conta da mobilidade urbana nos últimos anos. Por disrupção, leia-se Uber, 99 táxis, bicicletas compartilhadas, car sharing, entre outros. O que esses meios têm em comum? São baseados em tecnologia, com acesso fácil, barato e seguro.

Tudo o que o transporte público menos representa hoje

Uma pesquisa do Instituto Clima e Sociedade (2018) aponta que 49% dos usuários de Uber costumavam usar ônibus, contra 37% que costumava usar táxis. Ou seja, o transporte público perdeu mais para carros compartilhados do que os táxis, segmento que brigou durante a entrada do Uber e similares no país.

O desafio de gestores de todo o país é melhorar a qualidade do serviço, sem representar aumentos tarifários à população, extremamente sensível a variações. Com isso, espera-se trazer de volta usuários que hoje optam pelo transporte individual, sobretudo pelos obstáculos de usar o transporte coletivo.

Aprender com essas novas formas de mobilidade pode trazer ótimos resultados

Apesar da bilhetagem eletrônica estar presente em 86,5% das cidades brasileiras, na maioria o pagamento é feito exclusivamente por dinheiro. Ignora-se, portanto, a taxa de bancarizados no país que nunca esteve tão alta, 90,4% em 2016 (Fonte: Febraban/Delloite).

Um dos caminhos para melhorar a qualidade do serviço, neste ponto, sem aumentar os custos e a tarifa, é facilitar o acesso a serviços. Como exemplos, a compra de créditos, emissão de cartões, resolução de problemas, consulta de saldo e horários do ônibus.

São Paulo faz isso muito bem. Além da própria operação, conta com uma rede de parceiros credenciados que obtêm porcentagens das passagens vendidas. A conta fecha pois, uma vez retirados do sistema de compra tradicional, reduz-se custos com bilheterias e cobradores.

Esse tipo de otimização deve ser empregada em todas as áreas nos transportes coletivos, rompendo com a lógica “qualidade = mais custos”, empregada hoje.

O que a ONBOARD tem feito hoje

Para mudar o cenário de estagnação das empresas de transporte existe a ONBOARD. A startup, vencedora do Smart City Business Brasil e do Connected Smart Cities em 2017, desenvolve uma série de serviços para melhorar a qualidade da mobilidade urbana no país. Entre elas:

  1. Recarga pelas redes sociais
  2. Solicitação de cartão de transporte por redes sociais e envio por correios
  3. Bilhete Único Digital
  4. Horário do ônibus por redes sociais

Recarga pelas redes sociais

Em São Paulo opera o chatbot Bipay, robô que faz a recarga do cartão de transporte por redes sociais. Atualmente, no chat do Facebook, o Messenger e, em breve, no WhatsApp.

A iniciativa, bastante comemorada e elogiada em seu lançamento, aumenta as possibilidades de recarga. Populariza, também, a recarga online – diminuindo custos em bilheterias – e exime a necessidade de espaço no celular por parte do comprador. Muita gente usa e têm as redes sociais instaladas (Messenger, WhatsApp, etc.).

Atualmente, contratado pelas empresas municipal e metropolitana de transportes, o chatbot prepara-se para estrear em Belo Horizonte.

Solicitação por redes sociais e envio do cartão de transporte por correios

Um grande problema hoje é o acesso aos modais de transporte com os cartões oficiais de cada cidade. Geralmente, é necessário fazer cadastros online, pagar taxas e retirar presencialmente o cartão. Em São Paulo, por exemplo, a retirada pode levar até duas horas de fila. Toda a burocracia torna a vida de novos moradores mais difícil. É preciso lidar com muitas informações sobre os diversos tipos de cartão, como adquiri-lo e comprar créditos.

A OnBoard Mobility planeja e executa a solicitação dos cartões de transporte por app e redes sociais. O envia para o solicitante, sem a necessidade de deslocamentos e filas. O “cadastro em duas fotos” usa dados da rede social do usuário e pede apenas duas fotos para solicitar o bilhete: uma selfie e uma foto de um documento original com foto.

Bilhete Único Digital

Pensado para a capital paulista, mas apto a atender todas as grandes cidades, existe o Bilhete Único Digital. O pagamento é por smartphone, uso à vontade e desconto direto numa conta do usuário com o sistema de transporte. Com a ideia, torna-se desnecessário fazer a recarga, consultar saldo, etc. O uso do transporte público é livre e prático, do jeitinho que a geração millenium, tão afastada do transporte público, ama.

Vale lembrar que o crédito nessa conta com o sistema de transporte pode ser usado para pagar outras coisas. Entre elas,  viagens de táxi ou aquele comprinha no mercado na volta do trabalho. Com isso, leva-se receitas acessórias ao transporte público, melhorando o sistema de forma geral.

Horário do ônibus por redes sociais

A literatura acadêmica sobre o transporte público indica que os viajantes superestimam seu tempo de espera entre 9 a 13% quando têm informação sobre horários em tempo real. Por outro lado, quando não têm, a percepção negativa chega entre 24 e 30%. Hoje, há pontos com letreiros digitais indicando horários em muitas cidades. Porém, uma solução que não se limita a localidades é a informação por smartphone.

Ao pensar no consumidor, devemos nos ater também que a maioria da população têm pouco espaço de armazenamento no celular. Isso torna difícil o armazenamento de apps muito específicos, como os de horário do ônibus. A convergência desse serviço nas redes sociais, da mesma forma que é feita a recarga, melhora a percepção em relação a espera nos pontos.

Mudar a estrutura de financiamento dos sistemas de transportes nas cidades é uma tarefa complexa, que envolve diversos atores. Mas otimizar o sistema, com investimentos eficientes, é uma rota para salvar o transporte público do caos.

Por fim, quer conhecer mais da OnBoard Mobility? Acesse o site www.onboardmobility.com

Se quiser falar com um consultor, basta enviar um e-mail para falecom@onboardmobility.com