Tendências para o transporte público no pós pandemia
Evento Connected Smart Cities Mobility Digital Xperience traz palestrantes do setor de transporte público e aborda tendências e projetos para o pós pandemia
Nos dias 8 a 9 de setembro, foi realizada, de forma totalmente online, a 6ª edição do evento do Connected Smart Cities Mobility, CSCM Digital Xperience. O evento promoveu temas como o novo conceito do transporte público no pós-pandemia, o projeto BRT em Campinas, a intermodalidade e disrupção para o setor de transporte público, além de projetos de mobilidade no programa de parcerias do Estado de São Paulo.
O mestre DX, Filipe Lemos, conduziu o evento o qual seguiu das apresentações de cada local e mesa de debate. Filipe reforçou que o evento volta-se para a criação de cidades inteligentes, mais humanas e sustentáveis além de, este ano, estarem apoiando o Instituto As Valquírias.
O primeiro palestrante, secretário Carlos Barreiro, da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, apresentou o projeto da instalação de BRT na cidade, afirma que a mobilidade elétrica está inserida no transporte público dentro do conceito de mobilidade urbana e sustentável.
Campinas foi contemplada com um recurso de aceleração para mobilidade, onde o mesmo foi destinado à implantação de corredores exclusivos para BRT em 2018, onde são previstos a implantação de cerca de 37 km além de integração com sistema convencional e malha cicloviária. Atualmente, de acordo com o secretário, 82% das obras estão concluídas.
As melhorias observadas envolvem:
- Mais agilidade
- Mais segurança devido à iluminação LED
- Requalificação asfáltica
- Melhoria na fluidez viária
- Eliminação de pontos de cruzamento em nível
- Desenvolvimento econômico no entorno dos corredores
- Evitando a combustão de cerca de 155 mil litros de diesel
Em seguida, Paulo Roberto de Guimarães, secretário da SEMOB/SJC (Secretaria de Mobilidade Urbana de São José dos Campos), abordou o fato do impacto da pandemia no transporte público, principalmente em decorrência da diminuição do serviço nesse momento, e a necessidade de reinventar o sistema nas cidades.
Atrelado à esses fatos, o palestrante direciona a necessidade de construção de um novo transporte voltado para aumentar a atratividade do transporte, oferecendo mais frequência, mais conforto e menor valor da tarifa, além de modernizar o sistema e oferecer um transporte menos poluentes.
A proposta para SJC é a instalação de dois modelos de transporte sob demanda, um dos modelos é de tarifa fixa integrada e outro de tarifa variável, o qual se aproxima ao modelo dos transportes por aplicativo. Esse último modelo tem como objetivo gerar receita adicional além de competir com o transporte individual.
Paulo comenta a necessidade da separação do sistema apresentando como solução a divisão de 5 sistemas de inteligentes de tecnologia:
- Financeiro (compensação de créditos, tarifa, entre outros)
- Operacional (localização dos veículos, GPS, controle de frota)
- Comunicação com usuários (aplicativo, informações de ônibus)
- Transporte sob demanda
- Mobilidade como serviço (MaaS)
Um ponto importante é a desmistificação do transporte público ser um vetor do novo coronavírus. De acordo com o secretário, 5,8% da população de São José dos Campos podem ter sido infectados no transporte público e, em relação aos funcionários das empresas de ônibus, apenas 2,72% testaram positivo para o vírus. Os resultados vieram através de ações de segurança e qualidade no serviço em SJC, além de acompanhamento de oferta e demanda, monitoramento de superlotações, pesquisas de carregamento visual.
Além disso, Paulo Roberto falou que as cidades que não podem fazer uma nova licitação neste momento, caso estejam no meio de um contrato ou acabaram de assiná-lo, podem exigir melhorias e/ou novos formatos como contrapartida do fundo para a mobilidade de R$4 bilhões que foi aprovado no Congresso recentemente. Vale ressaltar que este é um momento de negociação também.
Seguindo nas palestras, Roberto Speicys Cardoso, sócio fundador da Scipopulis, também aponta as consequências do vírus na sociedade. Roberto mostra dados referente às frotas e número de passageiros, tanto de carro quanto de ônibus, para exemplificar a situação de impacto caso o transporte individual fosse o principal de locomoção meio na cidade de São Paulo. Em entrevista à Redação Agora é Simples, Roberto conta sobre como é feito o planejamento da oferta de transporte público.
De acordo com Roberto, ainda há desafios sanitários no sentido de manter o transporte higienizado e seguro principalmente neste momento, problemas de imagem no transporte devido à população acreditar que este não é 100% seguro, além de problemas relacionados à eficiência e sustentabilidade financeira, devido a redução de frota durante pandemia.
O palestrante aponta as perspectivas do transporte, fazendo uma análise do pré pandemia conjuntamente com uma projeção para o pós pandemia. As perspectivas são positivas no que diz respeito à velocidade, emissão de poluentes e outros dados provenientes do Trancity, ferramenta desenvolvida pela Scipopulis juntamente com o grupo Green4T. A ferramenta é gratuita com objetivo de auxiliar a gestão do transporte na pandemia.
Sabemos que o transporte público é fundamental para as cidades e que o financiamento vem sendo um problema há alguns anos, mas que seu grau de intensidade ampliou durante a pandemia e que mais dinheiro não basta.
A secretária executiva do Conselho de Desestatização do Estado de São Paulo, Gabriela Engler, conta um pouco sobre os projetos de mobilidade existentes no estado de São Paulo. Hoje existem 3 projetos ativos: PPP Trem Intercidades, Concessão de Linhas da CPTM e a Concessão de Ônibus intermunicipal.
Todos os modelos e soluções propostas direcionam à sustentabilidade do transporte e fornecem insights interessantes para gestores do transporte. O evento está disponível através do link e pode ser acessado gratuitamente: www.sites.google.com/nectainova.com.br/cscmdx-10-palco11-11h/
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