Trabalhando com Estimativas de Custos e Receita no transporte público
Mais um conteúdo prático voltado aos gestores do transporte urbano de pessoas na coluna de Rafael Pereira
Demorei mas voltei, ufaaa…
Caro colega, antes que comece essa leitura quero lhe dizer algo e sinto ao lhe dizer isso: se você sonha em um dia ser um exímio administrador, gerente ou CEO e não sabe lidar ou pelo menos busca compreender o básico do conceito de estimativas e controle de custos e receita, infelizmente você será apenas um sonhador.
E se você já tem carreira consolidada nessas posições e não conhece o básico do tema abordado, infelizmente exímio você não é, e a empresa que você administra corre sérios perigos.
A gestão de custos e despesas está em toda parte, desde o café da manhã em sua mesa até a gasolina que você coloca em seu carro, afinal o esforço do seu trabalho lhe gerou uma renda que deve ser usada com sabedoria, caso contrário, você terá dificuldades em manter seus gastos e continuar gerando riqueza, e em uma empresa não é diferente e por meio da estimativa de custo é possível antecipar o equilíbrio, as necessidades, qualidades e liquidez de uma corporação.
Entenda a analogia feita acima e terás retornos significativos. Não prolongarei extensivamente a prosa, rascunharei o básico para que um (a) entusiasta de transporte público possa conhecer, caso lhe interesse aconselho a se aprofundar nas teorias avançadas.
Existem diversos artigos ótimos de especialistas sobre o assunto. Tenha como exemplo os dados abaixo da linha M12TRO a qual fizemos dimensionamentos anteriormente, façamos as análises:
Trataremos apenas do resultado operacional, iniciamos com alguns conceitos que encontrei em uma apostila que utilizei na FGV, segue abaixo:
Gastos
Gasto é um valor usado pela empresa na aquisição de outros bens ou serviços. Ele corresponde a um esforço financeiro e pode ser efetivado no momento da aquisição ou posteriormente.
Custos
Custo é a parte do gasto que se agrega ao produto. É a parcela do esforço produtivo que é transferida ao produto. Em uma visão mais ampla, pode incluir também as perdas, isto é, aquela parcela do esforço produtivo que deveria ter sido agregada ao produto (bens ou serviços).
Custos diretos
São aqueles alocados diretamente aos produtos ou objetos de custo, considerando a unidade de produção, não necessitando de rateios.
Custos indiretos
São os custos que beneficiam toda a produção, mas não são identificados com cada produto ou serviço específico, referem-se aos custos de apoio à produção. São os que, para serem incorporados aos produtos, geralmente necessitam da utilização de algum critério de rateio.
Custos fixos
São aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da produção. Independem, portanto, do nível de atividade. São conhecidos também como custo de estrutura. Segue exemplo:
Custos variáveis
São aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem diretamente do volume produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período. Segue exemplo:
Despesas
As despesas são gastos que não se identificam com o processo de transformação ou produção dos bens e produtos. As despesas estão relacionadas aos valores gastos com a estrutura administrativa e comercial da empresa.
Despesas fixas
São os gastos não associados ao custo de um produto, ou seja, é sempre o mesmo independente dos custos de produção e venda. Segue exemplo:
Despesas variáveis
Despesas variáveis são aquelas que estão diretamente relacionadas ao volume de produção ou venda de seu produto ou serviço. Segue exemplo:
Perceba abaixo que existe uma tendência em os custos e despesas variáveis serem diretamente ligados ao esforço produtivo, já as contas fixas tendem a ser ligados indiretamente. Segue exemplo:
Demanda
É a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir por um preço definido em um mercado.
Receita
Receita refere-se ao valor da venda de produtos e mercadorias ou da prestação de serviços durante um determinado período contábil.
Lucro
É o resultado da receita total menos todos os custos, despesas e outras deduções que surgirem.
Dado as informações básicas, vamos falar de alguns cálculos necessários para obtenção do resultado.
Ponto de Equilíbrio
Ponto de equilíbrio é a igualdade entre receitas e despesas. É o quanto é necessário produzir ou gerar em serviço para pagar os custos e despesas da operação. Existe diversos cálculos para abordar o tema e diversas visões para cada setor, abordarei o formato mais simples para nossa utilidade. Segue cálculo e exemplo abaixo:
Margem de Contribuição
A margem de contribuição é a diferença entre a receita obtida e os custos e despesas variáveis, que servirá para pagamento dos custos e despesas fixos. Segue cálculo e exemplo abaixo:
Ebitda ou Lajida
A sigla Ebitda vem do inglês Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. É um indicador financeiro que informa o lucro de uma companhia antes de serem descontados o que a empresa gastou em juros e impostos, e perdeu em depreciação e amortização.
Com os dados acima, seguimos com um mini DRE da linha M12TRO:
Finalizamos aqui a pincelada bem básica sobre estimativas de custos, o tema é muito mais amplo do que abordei aqui, porém, acredito eu que exista especialistas capacitados como Controllers, Contabilistas e Analistas Financeiro que possam dar um baile de ações na empresa em que você trabalha, mas, você entender sobre o assunto faz toda a diferença, nos vemos no próximo tema que é sobre indicadores de desempenho.
Abraços!
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