Por que empresas de transporte precisam falar em Transformação Digital

A transformação digital no transporte público é um assunto urgente para o futuro do setor no Brasil

Os negócios neste século estão passando por uma transformação digital profunda atrelada principalmente à disrupção tecnológica que muda modelos de negócio. 

As empresas nascidas na era anterior possuíam uma proposta de valor praticamente imutável, constante, mas esse valor duradouro faz cada vez menos sentido num contexto de transformações rápidas e onde concorrentes aparecem com novas propostas de valor chamativas e inovadoras a todo momento. 

Nesse sentido, a transformação digital é necessária para acompanhar as mudanças no mercado e sobreviver em um mundo cada vez mais competitivo. Por isso, neste texto abordamos os seguintes aspectos:

  1. O que é transformação digital
  2. Transformação digital no transporte público
  3. Novos caminhos a partir da transformação digital
  4. Principais dificuldades para transformação digital no setor de transportes

O que é a transformação digital

As empresas de base tecnológica, também conhecidas como startups, inovaram ao adotar novos pontos de vista sobre seus produtos e serviços, usando de Big Data, Inteligência Artificial, Machine Learning e outras tecnologias. 

Além disso, tão importante quanto são os métodos ágeis e a diminuição da complexidade nas relações com foco absoluto na experiência do cliente. 

Num primeiro momento gestores podem imaginar que a transformação digital é possuir um aplicativo ou um sistema embarcado moderno. Mas vai muito além disso. 

A transformação digital envolve toda a empresa em uma cultura comum, o que por si só já é mais complexo do que simplesmente delegar ao setor de TI uma nova aplicação online. 

Para haver uma transformação digital real é necessário uma orientação dos negócios da empresa aos dados – que são gerados numa quantidade e velocidade únicas -, à experiência do usuário e aos processos ágeis baseados em testes e validações.

Transformação digital no transporte público

Na mobilidade urbana, a transformação digital é cada vez mais nítida quando analisamos como um serviço como o Uber que se enraizou em nossa sociedade e tem conquistado fatias importantes do deslocamento das pessoas pelo mundo todo, mesmo sem possuir carros. Segundo a Pesquisa Origem e Destino do Metrô São Paulo, as corridas por apps já somam 362 mil ao dia na capital paulista; táxis fazem três vezes menos viagem.

Por outro lado, o transporte público junto aos carros são grandes responsáveis por como as pessoas se movimentam nas cidades, porém enquanto possuir um carro chega quase a ser estranho para muitos millennials, a relação com o transporte massivo de pessoas continua bastante similar. Até mesmo em tecnologia, com bilhetagens antigas sujeitas a fraudes e outros problemas de integração, há pouca inovação desde o surgimento dos cartões inteligentes, como o Bilhete Único.

A indústria automobilística tem conseguido alterar o status do carro gradualmente em uma agenda global, com o apoio de novos serviços de compartilhamento de carros, caronas e outros.

Embora pareça estranho ter um carro para uma parcela da população, o uso ocasional, como “serviço”, do carro é bem visto numa dinâmica de multimodalidade na era digital.

Andar a pé, metrô, ônibus, trem, bicicleta, patinete, carro, carona, moto táxi… As variedades são cada vez maiores. 

Entretanto, a mesma transformação digital que está mudando os negócios automobilísticos ainda não chegou ao transporte massivo de pessoas. Principalmente o transporte coletivo no Brasil, seja urbano ou rodoviário, se mantém em sistemas antigos, códigos que sustentam todos os dados da empresa mas que ao mesmo tempo atrasam a inovação.

Sem uma agenda de transformação digital, que alie experiência do cliente, digitalização de serviços e uma cultura voltada à inovação, o transporte coletivo de pessoas está sujeito a novos entrantes vorazes por sua parcela de mercado. 

A Buser é um exemplo. A startup recebeu R$ 300 milhões em investimento no último mês de outubro e tem conquistado vitórias em tribunais federais em disputa com empresas de ônibus tradicionais, onde se questiona a legalidade de atuação da novata. 

O modelo de negócios da Buser consiste em “conectar” ônibus para locação com consumidores. As viagens são agendadas e realizadas se há gente suficiente para dividir aquele trecho por ônibus.

Empresas de ônibus tradicionais possuem muito mais cobranças em suas operações do que a Buser, com itinerários aprovados pela ANTT, sujeição à decisões do legislativo das cidades, regras e gastos obrigatórios como gratuidades e taxas de uso em rodoviárias.

Sem nada disso, a Buser entra no mercado com outra proposta que tem movimentado o setor rodoviário e é acusada de desleal por alguns.

Novos caminhos a partir da transformação digital

No transporte público urbano há uma precarização em seu modelo de negócios, com ajustes sufocados pelo poder público, o que complica as empresas, e o alto custo para o consumidor, que não suporta mais elevações constantes de preço.

Esse contexto leva à perda de passageiros para outros modais, principalmente carros e o andar a pé. Com menos dinheiros das passagens, operadores de transporte coletivo entram num círculo vicioso. 

Fonte: NTU. Diminuição no fluxo de passageiros em diversas cidades do Brasil.

A transformação digital, portanto, surge como alternativa ao retorno da competitividade de empresas de transporte pelo Brasil. Com negócios bastante regulados, o caminho pela transformação digital libera os negócios de altos custos com servidores antigos, manuseio de dinheiro em espécie, distribuição de cartões de transporte, entre outros serviços, além de gerar possibilidade de receitas extra tarifárias.

O que as empresas de ônibus líderes têm feito é se associar a startups para trazer essa disrupção “internamente”, antenadas na necessidade urgente de rever seus modelos de negócio e operações tendo em vista novas tecnologias

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), por exemplo, está atenta a isso. Na primeira edição do COLETIVO, programa de inovação da entidade, a OnBoard Mobility, startup que criou uma Bilhetagem Digital, foi vencedora do desafio, levando o grande prêmio e chamando a atenção para a proposta de Account Based Ticketing (ABT) com software aberto Android, se diferenciando das concorrentes com seus sistemas fechados. 

Esse é um primeiro passo para a recuperação do transporte público, é claro, pois há ainda que rever os modelos de concessão e financiamento, pouco feito pelo Estado, mesmo que este último tenha acrescentando o transporte público como direito do cidadão na Constituição Federal. 

Por fim, a transformação digital alivia as finanças e põe no páreo novamente as empresas de transporte que vivem no século passado.  Além disso, abre a possibilidade de deslocamento do valor que as empresas oferecem para novas frentes de negócio.

Principais dificuldades para transformação digital no setor de transportes

É comum que alguns setores demorem para adotar novos processos e tecnologias, muitos acreditando que a inovação não chegará até elas. Mas isso é um grande erro, como bem diria o CEO da Kodak hoje. 

Segundo o estudo “Transformações digitais no Brasil”, da consultoria global McKinsey, o setor de transportes e infraestrutura do país está abaixo da média de transformação digital em comparação a outros mercados, principalmente varejo, serviços financeiros e telecom. 

Falta iniciativa e espaço para investimentos, além disso, o desafio cultural se mostra um fator importante para a não adoção da transformação digital. 

Pensando nos ganhos do longo prazo e nos riscos em ficar parado no tempo a transformação digital se mostra como um investimento fundamental para a superação de grandes problemas do setor de transportes, como seu financiamento. 

Uma mudança cultural e operacional, por exemplo, pode diminuir até 25% dos atendimentos por telefone em 4 meses em uma empresa de transporte coletivo, colaborando para a economia com atendentes, centrais telefônicas e ligações. 

Igualmente, o manuseio de dinheiro físico é custoso. A Pesquisa Tendências realizada pela Mastercard já sinalizava em 2015 que 62% dos comerciantes declaram que a aceitação de cartões contribuiu para a redução no custo operacional.

Empresas sobreviventes serão aquelas a entender que a transformação digital é a saída imediata para a crise no setor de transportes e sua volta à competição com empresas de tecnologia. 

A OnBoard Mobility atua na transformação digital do transporte público urbano e rodoviário no Brasil. Nos envie uma mensagem no box do WhatsApp ao lado agora mesmo e vamos conversar sobre inovação e tecnologia na sua empresa.

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Antonia Moreira

Editora de Redação do Agora é Simples. Analista de Marketing na OnBoard Mobility. Mobilidade é uma de minhas paixões, compartilho aqui os melhores insights que encontro sobre o assunto. Me escreva: antonia@onboardmobility.com

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