Extinção da EMTU por governo Dória é criticada
Proposta enviada à Alesp recebe emendas parlamentares. Especialistas afirmam que movimento não fará bem ao transporte público do Estado.
A gestão de João Dória no governo paulista apresentou à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de SP) um “pacotaço” de privatizações e extinções, que inclui o fim da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), ligada à Secretaria de Transportes Metropolitanos, responsável pela operação de ônibus intermunicipais em regiões metropolitanas do Estado e sistemas de BRT. No ano passado, a empresa movimentou 602 milhões de pessoas em 134 cidades.
Na proposta as atribuições da companhia são passadas à Artesp, agência reguladora de transporte rodoviário e rodovias ligada à Secretaria de Governo.
A proposta gerou rápida reação contrária de especialistas e deputados, sendo divergente inclusive no próprio governo. A Secretaria de Transportes Metropolitanos foi contra, como mostra o jornal Folha, mas perdeu a queda de braço dentro do governo.
Especialistas ouvidos pelo Diário de Transporte afirmam que a medida vai na contramão do que é feito no mundo, pois a extinção pode prejudicar o planejamento e gestão do transporte intermunicipal, uma vez que a Artesp não tem competência no transporte urbano.
Para estes, é mais produtivo pensar na necessidade de uma Autarquia que una diferentes empresas de transporte em regiões metropolitanas, como é o caso da CPTM, Metrô e CCR em São Paulo. Uma estrutura que una os planejamentos de todos esses sistemas contribui para a unificação de pagamentos e o enxugamento da burocracia, facilitando a tomada de decisão.
O governo de São Paulo espera economizar R$8,8 bilhões com o pacote de extinções e privatizações, mas especialistas concordam que a EMTU já possui estrutura enxuta em comparação a importância do seu trabalho. Uma autarquia que reúna diferentes companhias administradoras de transporte poderia ter ainda mais impacto se o principal motivo for mesmo diminuição de custos.
Emenda parlamentar apresentada pela deputada Erica Malunguinho (PSOL) prevê essa junção de CPTM, EMTU e Metrô, com uma diretoria executiva apenas, o que diminui custos com altos salários executivos e otimiza a comunicação, planejamento e tomada de decisão.
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