QR Code lidera pagamentos instantâneos

Do papel direto para o celular: os cartões de crédito deixarão de existir?

O mundo está cada vez mais na palma da mão, as novas tecnologias estão facilitando principalmente o dia-a-dia de pagamentos com smartphones, seja por aproximação ou escaneamento. Uma das tecnologias envolvidas que disputa a preferência dos consumidores é o QR Code. Um código gerado por plataformas e exibido por estabelecimentos o qual, ao realizar a leitura, direciona o cliente para página de pagamentos. Sendo acessível, pode ser utilizada por qualquer celular com câmera e conexão à internet. 

Do outro lado, a tecnologia NFC (Near Field Communication) que envolve pagamentos por aproximação através de smartphones ou smartwatches. No entanto, não está presente em todos os modelos de celulares. Para os que disponibilizam a opção, é necessário utilizar aplicativos como Samsung Pay, Apple Pay e Google Pay, nos quais insere-se os dados de um cartão de crédito ou débito, podendo usar o dispositivo como substituto do cartão. A Apple ganha uma pequena taxa por transação, enquanto Samsung e Google não cobram nada. Em geral, a tecnologia está disponível nos aparelhos mais modernos, o que restringe sua presença na sociedade como um todo.

Pesquisa realizada recentemente com brasileiros que utilizam smartphones para pagamento indicou que 35% fizeram por meio de QR Code, frente a 23% dos que realizaram por aproximação. O perfil desse público envolve principalmente homens jovens, de 16 a 29 anos, em geral das classes A e B. Essa preferência pelo QR Code envolve campanhas de divulgação de empresas como Mercado Pago, Paypal e PicPay, as quais oferecem descontos, cashback e outras vantagens, sendo o PicPay em destaque como meio do recebimento de auxílio governamental durante a pandemia.

O levantamento indica que, para QR Code, 39% do público eram homens e 30% mulheres, sendo mais popular entre jovens de 16 a 29 anos (39%) do que entre aqueles de 30 a 49 anos (35%) ou de 50 anos ou mais (24%); e envole 39% das classes A e B e 33% das classes C, D e E. Enquanto que, para NFC, 27% do público eram homens e 18% mulheres; mais voltado à idade de 16 a 29 anos (26%), do que 30 a 49 anos (22%) ou 50 anos ou mais (18%); alcançando 29% das classes A e B e 21% das classes C, D e E. 

Essa diferença entre as tecnologias pode aumentar ainda mais por meio do lançamento do serviço de pagamento instantâneo PIX, do Banco Central, que será mandatório para todos os grandes bancos e terá também a opção de uso do QR Code. Essa iniciativa busca padronizar os códigos de modo a tornar todo o processo independente, ou seja, não será necessário que o cliente e o lojista tenha o mesmo banco ou o mesmo aplicativo no celular.

Ao aumentar a inclusão financeira de uma população com baixo acesso a serviços bancários através do uso de celulares e QR Code para pagamentos, o sistema bancário brasileiro pode caminhar para a substituição de cartões de crédito e dinheiro em espécie. Atualmente, duas em cada três transações bancárias no país são feitas por meio de aplicativos de celular, internet banking ou call centers, o que corresponde a 66% do total de operações. De acordo com levantamento do Banco Central, celulares e tablets representaram 33% dessas transações, ou seja, 25 bilhões de transações por esse canal.

O Mercado Pago ainda aponta que mais de 50 mil estabelecimentos no Brasil já utilizam o QR Code. Os motivos envolvem uma tecnologia de baixo custo, o pagamento imediato através do uso do código e a praticidade para o consumidor e para o lojista. Essa alternativa é vantajosa para o comércio visto a não existência do valor da taxa de vendas a débito e/ou crédito (proporcionado pelas maquininhas de cartão), valor que pode ser revertido como oferta para o consumidor.

A partir do uso das tecnologias, exclui-se a presença de intermediários e, consequentemente, a taxa do cartão deixa de existir, fazendo com que o valor seja destinado à uma única empresa, a que cuida da carteira virtual. Mesmo que, na prática, as carteiras virtuais apresentem funções (e custos) como saques com tarifas de mais de R$6, muito parecidas com as das contas digitais Nubank ou PagBank, elas oferecem muito mais benefícios para ganhar os clientes, como cashback e descontos.

Relatório da Economia Móvel 2019, da GSMA, empresa que representa o interesse de operadoras e avalia o ecossistema móvel, indica que 204 milhões de brasileiros possuem smartphones, ou seja, 97% do país. Destes milhões de brasileiros que possuem celular com câmera poderão pagar suas compras a partir do uso de QR Code, já que o processo é semelhante à tirar uma foto, tornando fluída e digital a experiência dos lojistas e dos consumidores, preservando o nível de excelência em segurança na transação principalmente devido ao código ser criptografado.

Diante de toda modernização dos processos de pagamento, é possível que os cartões de crédito deixem de existir antes do papel moeda, pois ao utilizar QR Code, NFC ou outros aplicativos pelo celular, o plástico é substituído. A pergunta poderá passar a ser: “é crédito, débito ou QR Code?”.

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Larissa Belinazi

Estagiária na ONBOARD. Estudante de engenharia apaixonada por marketing de conteúdo.

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