A estrutura do transporte público: modos e tipos de linha

Primeiro artigo da série sobre a estrutura de sistemas de transporte por Rafael Pereira, colunista do Agora é Simples

O conteúdo abaixo, que será a base para a parte 2 desse artigo, teve como referência o site Via circular, o qual indico vocês. Sem esse conteúdo, o próximo artigo não faria sentido, então agradeço o Via circular pelo material.

Se você acompanha minha trajetória e lê os meus artigos sobre transporte coletivo de pessoas, provavelmente já sabe como funciona todo o dimensionamento de frota, gerenciamento de funcionários, estatísticas para atender a demanda, entre outras informações que devem estar na ponta da sua língua. Mas caso seja novo em nosso recinto, aconselho a revisar os artigos anteriores.

Ladies and Gentleman, caminhamos para mais um episódio. Sabe de tudo sobre transporte né, Zézinho e Mariazinha? Sabe nada! Vamos abordar sobre a temática estrutural do sistema de “busão”, afinal, cada linha tem uma finalidade de atendimento e deslocamento, e é sobre isso que vamos hablar hoje, preparados? Bora.

Modos

Temos três modos de transporte coletivo rodoviário que são altamente utilizados quando se trata de veículos do tipo ônibus que são: Urbano, Intermunicipal e Interestadual.

Urbano

A modalidade urbano tem como finalidade locomover pessoas entre bairros dentro do município, podendo interagir com outros meios de transporte. Essa interação acontece devido ao alto índice de congestionamentos nas grandes cidades, o que favorece a integração entre modais tornando o transporte urbano o mais dinâmico entre as três modalidades.

Normalmente, é de responsabilidade de órgãos ligados a prefeitura municipal.

Intermunicipal

Já a modalidade intermunicipal visa ligar municípios vizinhos, ou vários municípios, em uma única linha. Este tipo de modalidade normalmente é construída por longos trechos de rodagem e é de responsabilidade de órgãos ligados ao governo do estado.

O intermunicipal é utilizado quando não há acesso a malhas ferroviárias estaduais que possam atender a demanda existente, sendo assim, uma opção mais barata.

Interestadual

É a modalidade de maior rodagem e mais abrangente. O interestadual visa ligar um ou mais estados via malha rodoviária.

Este perdeu muito espaço com o barateamento e conforto do modal aeroviário e com o sucateamento da malha ferroviária, que impede integrações eficientes. Porém, corresponde a uma boa fatia do mercado de transporte de pessoas principalmente em locais interioranos. Sua gestão e fiscalização é feita por órgãos ligados ao governo federal.

Tipos de Redes

Rede é a forma de distribuição do transporte coletivo na arquitetura da cidade. Existem várias formatações de rede que atendem diferentes tipos de cidade a qual cada uma adequa-se às necessidades do seu viário. Cito três abaixo:

Rede Radial

É a formatação mais utilizada nas grandes cidades pois utiliza a premissa sistêmica de levar a demanda dos bairros para o centro da cidade, que acaba virando o ponto de concentração.

Rede em Malha

Utilizada quando a concentração da demanda é bem distribuída na cidade, com isso surge oportunidades para pontos de cruzamentos e integrações entre as linhas sem a necessidade de todas passarem na região central da cidade interligando terminais.

Rede BRT (Bus Rapid Transit)

É um sistema de corredores exclusivo para ônibus com faixas de ultrapassagens e estações de paradas paralelo às vias principais, com isso, exerce maior velocidade operacional à rede de coletivos, proporcionando maior agilidade ao fluxo de demanda. Foi adotada em várias grandes cidades, e necessita de estrutura proporcional devido a utilização de veículos de maior capacidade.

Tipos de Linhas

Você sabe qual os tipos de linhas que existem em sua cidade? Bem provável que não. Pois é! O conhecimento técnico sobre transporte coletivo é muito pouco difundido ou por muitos chega a ser “preguiça” de aprofundar-se ao o assunto, afinal, em todas as áreas é muito mais fácil reclamar de como as coisas estão do que entender a arquitetura do sistema e promover debates para a melhoraria. Detalhes a parte de minha opinião “sucinta”, vamos entender alguns tipos de linhas:

Diametral

Liga dois bairros diferentes passando pela região central.

Perimetral

Liga dois bairros diferentes sem passar pela região central.

Radial

É o tipo de linha que tem como intuito ligar o bairro ao centro e vice e versa.

Local

Linha que opera somente em uma determinada e pequena região.

Circular

Linha que circula determinada região passando uma única vez no trajeto em cada viagem.

Funções das Linhas

Agora você já sabe os tipos de linhas, né? Está ficando mais fácil de entender que uma linha de ônibus não está ali puramente para rodar com veículos “à toa” e gastar o mais precioso bem da humanidade, que são os combustíveis fosseis, causadores de diversas guerras. Legal, vamos falar de funcionalidade então:

Convencional ou Comum

São linhas que ao longo do trajeto param em todos os pontos sem nenhum tipo de restrição.

Alimentadora

São linhas de pequenos trajetos que tem como intuito redistribuir a demanda do bairro em linhas de ciclos maiores ou em grandes terminais.

Troncal

São linhas que operam nas vias principais da cidade e tem como origem e destino grandes concentrações de demanda, seja no bairro ou no terminal.

Expressa

Linha que liga um ponto inicial e um final sem paradas no trajeto.

Especial

Linhas que normalmente são criadas para atender grandes eventos. Normalmente perduram até a concretização por haver uma demanda momentânea.

Seletivo ou Executivo

São linhas com a funcionalidade de atender itinerários e horários mais flexíveis com serviços diferenciados ao serviço comum, como atendimentos de aeroportos, entre outras situações.

Rural

São linhas com atendimentos fora do perímetro urbano e normalmente atendem vias com má ou sem pavimentação. O serviço normalmente é bem precário.

Escolar

O nome por si só já diz muito. São atendimentos voltados ao público escolar e universitário.

Corujão

São linhas que costumam atender locais com demanda noturna.

É isso aí! Muito bem organizado e estruturado o conteúdo compartilhado por meus amigos da Via Circular. Ajudou em muito para o entendimento do foco principal a qual quero dialogar com vocês, que veremos no próximo artigo. “Firt Mile, Last Mile” como ficará o transporte público? Até o próximo artigo.

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Referência

Via Circular

Rafael Pereira

Rafael Pereira é formado em Logística pela FATEC e pós graduando em Projetos pela FGV. De São Paulo, atua há 8 anos no setor logístico e de transporte. É colunista do Agora é Simples.

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