Auxílio ao transporte vetado e número negativos na folha impulsionam setores a projetarem novo marco regulatório: 2020 terminou com 61% do número regular de passageiros e um prejuízo superior ao esperado
O setor de transporte público já se encontrava em crise há anos e, durante a quarentena, houve queda acentuada no número de passageiros. Assim, a fim de projetar o cenário para 2020, no início da pandemia, a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbanos) apontou recuperação positiva. No entanto, 2020 terminou com 61% do número usual de passageiros e apenas 80% da frota em operação, isso resultou numa perda de 8% a mais do previsto, totalizando R$9,5 bilhões no ano.
Em abril de 2020, uma pesquisa de impacto no transporte sobre a pandemia foi promovida pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e apontou que 60% das empresas de transporte público brasileiras não aguentariam mais de um mês sem apoio financeiro.
Isso também foi observado no setor metroferroviário. A ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) registrou queda de 1,9 bilhão de passageiros no balanço do 4º trimestre de 2020. Com isso, o setor prevê que essa perda perdure o ano de 2021, com expectativa de melhora dentro de 3 a 4 anos.
Essa queda na demanda e consequente perda de arrecadação impactou o serviço, cerca de 15% das companhias que operam nas capitais e DF suspenderam as atividades e/ou deixaram de operar em 2020. Esses impactos no setor confirmam a necessidade urgente de mudar as políticas de subsídio e as formas de arrecadação no transporte.
Além da revisão de subsídios, especialistas apontam também a necessidade de uma revisão e planejamento de concessões que considere variáveis como infraestrutura das cidades, editais de inovação, novas propostas de financiamento e serviços de transporte adicionais. Esses pontos são essenciais para que o transporte público sobreviva no pós-pandemia.
Em algumas cidades do mundo, o serviço de transporte conta com aportes parciais provenientes de outras taxas além de auxílio governamental, tirando a responsabilidade de financiamento dependente do valor recolhido pela tarifa de transporte paga pelo passageiro. Para isso, instâncias brasileiras e executivos tentam firmar outro marco em decorrência do veto presidencial ao auxílio financeiro que seria destinado a empresas do setor.
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