Todos os posts de Rafael Pereira

Rafael Pereira é formado em Logística pela FATEC e pós graduando em Projetos pela FGV. De São Paulo, atua há 8 anos no setor logístico e de transporte. É colunista do Agora é Simples.

Você conhece o “First / Last Mile”?

Segundo artigo da série sobre a estrutura de sistemas de transporte por Rafael Pereira, colunista do Agora é Simples

Fonte: freepik.com

Para que você se situe é muito importante que veja o artigo anterior.

Saudações,

Estava me sentindo tão “distante” de vocês, confesso que com todo esse turbilhão de acontecimentos (que deixará marcas irreversíveis em nossa sociedade) tive um pequeno bloqueio em minhas inspirações e aspirações intelectuais. Porém, tal fato corroborou para o desenvolvimento do nosso presente tema, deixo abaixo alguns questionamentos para que você reflita, suas dúvidas irão favorecer na absorção do assunto.

Você sabia que um brasileiro comum leva em média 1h 20m para deslocar – se ao seu destino, partindo de sua origem? E que em média utilizam de três a quatro meios de transporte para chegar no seu destino final? Pesquisas do site Diário do Transporte apontam que 60% das pessoas estão evitando o transporte público, desses 39% estão utilizando veículos próprios e 48% utilizam aplicativos de transporte ou táxi, e houve um aumento de 10% na utilização de bicicletas.

Não quero apavorá-los, mas dados do IBGE apontam que os deslocamentos pendulares entre municípios tendem a crescer exponencialmente devido a atual mudança geográfica industrial e tecnológica. Agregando esses dados, quero lhe dizer:

A realidade é nua e crua, estamos longe de saber quais serão as consequências pós-pandemia e como elas nos afetarão, o nível de passageiros no transporte público está longe de alcançar o total de sua capacidade e, em algumas cidades, o percentual transportado não alcança 30% de sua totalidade. Com o aumento dos meios de transportes alternativos aliados a tecnologia, a tendência é ladeira abaixo, o que nos remete a buscar novos meios de fomentar novas estratégias e adequá-las a atualidade. Assim, com base no descrito acima, vamos falar de First Mile e Last Mile

Você já ouviu falar do problema da primeira e última milha?

First / Last Mile ou Primeira e Última Milha é uma estratégia de dividir em etapas o transporte de cargas no ramo de logística, todavia essa teoria vem sendo aplicada no transporte público de pessoas. Muito pouco conhecido no Brasil, vem despontando ótimos resultados no exterior e readequando a estrutura em malha e a integração de diferentes meios de transporte e locomoção de pessoas.

Vamos entender o conceito de forma simples.

A viagem de uma pessoa nada mais é do que o percurso da origem ao destino final. Partindo dessa premissa, entende-se que essa mesma pessoa pode utilizar vários modos, tipos ou modais de transporte para concluir seu deslocamento como caminhar, dirigir, pilotar ou utilizar um meio de transporte público ou alternativo.

Porém, sempre haverá um meio de transporte a qual ele será o principal integrador, ou seja, a milha principal que integra os pontos de origem ou Midde Mile, traduzindo Milha média. Normalmente costumam ser veículos de grande porte com capacidade de deslocar várias pessoas a grandes distâncias como ônibus, articulados – bi, metrôs e trens, são estruturas que são bem estabelecidas nas grandes cidades passando por redes viárias ou ferroviárias, nada fora do habitual entendido que o principal problema não prevalece na média milha.

Com a expansão da urbanização, falta de investimentos na estruturação dos bairros mais afastados das grandes cidades, permeiam as dificuldades para promover um deslocamento eficiente para as pessoas nessas regiões, aí que mora o problema das milhas…

First Mile

Nada mais é do que o deslocamento do individuo até o inicio do principal núcleo de viagem, conforme imagem abaixo:

Na atualidade, todo o movimento do indivíduo mudou, muitos poucos estão se deslocando de suas residências, afinal, ainda estamos “pandêmicos”, e aqueles que se deslocam, preferem utilizar meios de transporte individuais como Uber, Bicicletas, e em algumas cidades existe um alto índice de adeptos de Patinetes. Existem empresas de tecnologia inserindo esses tipos de veículos nas áreas periféricas das grandes cidades no nosso pais, além da famosa caminhada. Em um país com índices exorbitantes de sedentários e obesos, as caminhadas estão calhando bem.

Enquanto isso, viações de transporte público, ao invés de identificar os gargalhos estruturais pré-existentes, buscar por novos meios de atender a demanda restante (quase nada) e buscar novos destinos, seccionamentos, tecnologias e integrações de linhas, fazem o contrário, se escondem atrás de guardas chuvas contratuais e diminuem cada vez mais o serviço estipulado em concessão sem ao mesmo buscar melhorias, são adeptos do famoso reduzir custos sem planejar de forma eficaz, sem pensar fora da caixinha.

Não fiquem assustados, mas o problema da Primeira milha vai acabar com muitas linhas de ônibus, principalmente as do tipo alimentadoras. E reitero, muitas viações irão perecer aos novos meios de deslocamentos, fato consumado, apenas os mais evoluídos permanecerão.  

Last Mile

É o deslocamento do indivíduo a partir do desembarque do principal núcleo de viagem, conforme imagem abaixo:

Com alto custo para manter um escritório ou uma indústria em zonas centrais, a descentralização das zonas urbanas é algo natural que irá ocorrer, e com a migração dos empregadores para as cidades com melhores incentivos fiscais ou que obtenham benefícios estratégicos para suas operações. Com isso, os grandes polos de demanda e eixos de emprego tendem a diminuir, mudando toda a rede estrutural do transporte público.

Antes, transportar pessoas era uma tarefa um tanto quanto fácil no Last Mile, um exemplo clássico na Cidade de São Paulo: “Não sei de onde as pessoas vieram, mais só sei que as encontro na Praça da Sé”. É fato que o destino mais procurado é aonde está a concentração de empregos e tendem a calhar com o fluxo natural das linhas troncais.

Porém o que se observa é que a estruturas das Redes que atualmente são Radiais e levam o individuo do bairro ao centro urbano, tendem a se reestruturarem em Redes em Malha com uma distribuição uniforme dos individuo pelos bairros e cidades. Esse movimento fomenta o aumento de linhas Diametrais e Perimetrais, visando sempre a interação com outras localidades, passando ou não pela região central. As empresas que não identificarem esse movimento em suas operações, provavelmente irão perder oportunidades diversas para outros meios de transporte ou até para empresas concorrentes no mercado.

Bom, chegamos ao fim da prosa, espero ter agregado conhecimento à todos, entretanto advirto que esse assunto é muito mais amplo do que parece e quem tiver interesse busque mais informação sobre. É enriquecedor e esclarecedor se tratando de planejamento estrutural, porém 90% do que tem disponível está na língua inglesa.

Deixo aqui meu recado: Observe os movimentos tecnológicos, acompanhem as novas tendências, o passageiro agora é cliente, ele tem diversas escolhas e busca qualidade.

Não durma no ponto!

Os textos de colunistas são de sua inteira responsabilidade e não expressam a opinião do Agora é Simples e seu corpo editorial.

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A estrutura do transporte público: modos e tipos de linha

Primeiro artigo da série sobre a estrutura de sistemas de transporte por Rafael Pereira, colunista do Agora é Simples

O conteúdo abaixo, que será a base para a parte 2 desse artigo, teve como referência o site Via circular, o qual indico vocês. Sem esse conteúdo, o próximo artigo não faria sentido, então agradeço o Via circular pelo material.

Se você acompanha minha trajetória e lê os meus artigos sobre transporte coletivo de pessoas, provavelmente já sabe como funciona todo o dimensionamento de frota, gerenciamento de funcionários, estatísticas para atender a demanda, entre outras informações que devem estar na ponta da sua língua. Mas caso seja novo em nosso recinto, aconselho a revisar os artigos anteriores.

Ladies and Gentleman, caminhamos para mais um episódio. Sabe de tudo sobre transporte né, Zézinho e Mariazinha? Sabe nada! Vamos abordar sobre a temática estrutural do sistema de “busão”, afinal, cada linha tem uma finalidade de atendimento e deslocamento, e é sobre isso que vamos hablar hoje, preparados? Bora.

Modos

Temos três modos de transporte coletivo rodoviário que são altamente utilizados quando se trata de veículos do tipo ônibus que são: Urbano, Intermunicipal e Interestadual.

Urbano

A modalidade urbano tem como finalidade locomover pessoas entre bairros dentro do município, podendo interagir com outros meios de transporte. Essa interação acontece devido ao alto índice de congestionamentos nas grandes cidades, o que favorece a integração entre modais tornando o transporte urbano o mais dinâmico entre as três modalidades.

Normalmente, é de responsabilidade de órgãos ligados a prefeitura municipal.

Intermunicipal

Já a modalidade intermunicipal visa ligar municípios vizinhos, ou vários municípios, em uma única linha. Este tipo de modalidade normalmente é construída por longos trechos de rodagem e é de responsabilidade de órgãos ligados ao governo do estado.

O intermunicipal é utilizado quando não há acesso a malhas ferroviárias estaduais que possam atender a demanda existente, sendo assim, uma opção mais barata.

Interestadual

É a modalidade de maior rodagem e mais abrangente. O interestadual visa ligar um ou mais estados via malha rodoviária.

Este perdeu muito espaço com o barateamento e conforto do modal aeroviário e com o sucateamento da malha ferroviária, que impede integrações eficientes. Porém, corresponde a uma boa fatia do mercado de transporte de pessoas principalmente em locais interioranos. Sua gestão e fiscalização é feita por órgãos ligados ao governo federal.

Tipos de Redes

Rede é a forma de distribuição do transporte coletivo na arquitetura da cidade. Existem várias formatações de rede que atendem diferentes tipos de cidade a qual cada uma adequa-se às necessidades do seu viário. Cito três abaixo:

Rede Radial

É a formatação mais utilizada nas grandes cidades pois utiliza a premissa sistêmica de levar a demanda dos bairros para o centro da cidade, que acaba virando o ponto de concentração.

Rede em Malha

Utilizada quando a concentração da demanda é bem distribuída na cidade, com isso surge oportunidades para pontos de cruzamentos e integrações entre as linhas sem a necessidade de todas passarem na região central da cidade interligando terminais.

Rede BRT (Bus Rapid Transit)

É um sistema de corredores exclusivo para ônibus com faixas de ultrapassagens e estações de paradas paralelo às vias principais, com isso, exerce maior velocidade operacional à rede de coletivos, proporcionando maior agilidade ao fluxo de demanda. Foi adotada em várias grandes cidades, e necessita de estrutura proporcional devido a utilização de veículos de maior capacidade.

Tipos de Linhas

Você sabe qual os tipos de linhas que existem em sua cidade? Bem provável que não. Pois é! O conhecimento técnico sobre transporte coletivo é muito pouco difundido ou por muitos chega a ser “preguiça” de aprofundar-se ao o assunto, afinal, em todas as áreas é muito mais fácil reclamar de como as coisas estão do que entender a arquitetura do sistema e promover debates para a melhoraria. Detalhes a parte de minha opinião “sucinta”, vamos entender alguns tipos de linhas:

Diametral

Liga dois bairros diferentes passando pela região central.

Perimetral

Liga dois bairros diferentes sem passar pela região central.

Radial

É o tipo de linha que tem como intuito ligar o bairro ao centro e vice e versa.

Local

Linha que opera somente em uma determinada e pequena região.

Circular

Linha que circula determinada região passando uma única vez no trajeto em cada viagem.

Funções das Linhas

Agora você já sabe os tipos de linhas, né? Está ficando mais fácil de entender que uma linha de ônibus não está ali puramente para rodar com veículos “à toa” e gastar o mais precioso bem da humanidade, que são os combustíveis fosseis, causadores de diversas guerras. Legal, vamos falar de funcionalidade então:

Convencional ou Comum

São linhas que ao longo do trajeto param em todos os pontos sem nenhum tipo de restrição.

Alimentadora

São linhas de pequenos trajetos que tem como intuito redistribuir a demanda do bairro em linhas de ciclos maiores ou em grandes terminais.

Troncal

São linhas que operam nas vias principais da cidade e tem como origem e destino grandes concentrações de demanda, seja no bairro ou no terminal.

Expressa

Linha que liga um ponto inicial e um final sem paradas no trajeto.

Especial

Linhas que normalmente são criadas para atender grandes eventos. Normalmente perduram até a concretização por haver uma demanda momentânea.

Seletivo ou Executivo

São linhas com a funcionalidade de atender itinerários e horários mais flexíveis com serviços diferenciados ao serviço comum, como atendimentos de aeroportos, entre outras situações.

Rural

São linhas com atendimentos fora do perímetro urbano e normalmente atendem vias com má ou sem pavimentação. O serviço normalmente é bem precário.

Escolar

O nome por si só já diz muito. São atendimentos voltados ao público escolar e universitário.

Corujão

São linhas que costumam atender locais com demanda noturna.

É isso aí! Muito bem organizado e estruturado o conteúdo compartilhado por meus amigos da Via Circular. Ajudou em muito para o entendimento do foco principal a qual quero dialogar com vocês, que veremos no próximo artigo. “Firt Mile, Last Mile” como ficará o transporte público? Até o próximo artigo.

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Referência

Via Circular

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O papel do bom gestor no transporte público

E o que fazer para ser um. Parte 6 da série especial de artigos de Rafael Pereira sobre o dia dia e a gestão de sistemas de transporte público

Photo by Danilo Alvesd on Unsplash

Veja mais artigos da série especial de Rafael Pereira

  1. Transporte público de pessoas
  2. Pesquisa de campo no transporte público: você precisa saber disso
  3. Dimensionamento de frota no transporte público
  4. Trabalhando com Estimativas de Custos e Receita no transporte público
  5. Indicadores de Desempenho no Transporte Público

Agora vamos falar sério, vai. Você sabe o que é gestão? Sabe qual a importância do seu papel como gestor? Vou buscar a definição de gestão e gestor, veja se encaixa ao seu perfil:

“Gestão: Gerir é tomar decisões, do tipo planejamento, organização, direção e controle, de forma que a empresa (entidade) consiga atingir os seus objetivos (eficácia), com recursos adquiridos aos melhores preços (economia), com os consumos mínimos de recursos (eficiência), promovendo o bem estar e a realização das pessoas envolvidas (ética) e de uma forma “amigável” com o ambiente, respeitando-o e conservando-o para as gerações vindouras (ecologia). Com especial ênfase na Administração Pública, há uma outra restrição fundamental à qual a boa gestão tem de estar sujeita: o cumprimento da legalidade.” (Armindo Costa)

“Gestor: Indivíduo responsável pela administração e pelo gerenciamento (planejamento, organização, controle e direção) dos bens ou dos negócios que pertencem a outra pessoa, empresa ou instituição; tem como objetivo utilizar os recursos materiais com eficácia e economia e os recursos humanos com ética é liderança.” (Dicio.com)

Definições descritas, e aí se encaixa ao seu perfil? Não? Então sinto lhe dizer mas faço a seguinte afirmação: Muitos se tornam gestores por serem bons técnicos, porém são ineficaz em gerir, são péssimos em delegar e acabam acumulando toda a demanda de trabalho da equipe em si, o que sempre gera conflitos.

Um gestor cria um elo de confiança com a equipe, delega responsabilidades e integra o grupo, cada um com suas expertises, todos são diferentes, haverá conflitos, porém o gestor é o mediador, promove o engajamento, treinamento, feedback construtivo positivo e negativo, e intercepta os problemas de comunicação revertendo-os em transmissões eficazes.

O fato de existir gestores inadequados no mercado não provém apenas do indivíduo, as instituições têm 70% de culpa sobre esse problema congênito, pois normalmente é mais econômico promover alguém que esteja engajado internamente com know-how do negócio, porém nem sempre há de fato liderança pré-existente no indivíduo. 

Os planos de carreira nas empresas deveriam estimular e propor formas de desenvolver a liderança nos futuros gestores e no transporte público não é diferente, as interações são diversas, setorizadas em níveis micro e expandidas em nível macro, e para promover uma gestão eficaz nessa área, o líder deve conhecer bem as partes envolvidas a qual abordaremos abaixo

Partes envolvidas

No meu primeiro dia de trabalho imaginava eu: “- O que estou fazendo nessa garagem?” “- Cara vou planejar a contar moedas?” “- Que gestão existe aqui?” “Deve ser uma bagunça, Oras…” “Não vou ficar um mês…”… Bom, se passaram 8 anos e ainda estou no ramo.

Transporte de pessoas é muito mais abrangente do que se pensa, e a principal interação é com o munícipe, esse é o cara que dita as regras, qualidade, pontualidade e todas as necessidades operacionais são voltadas para o munícipe. 

Manter um canal aberto com a comunidade é de extrema importância para a sobrevivência de uma empresa de transporte público, afinal esse é o cliente a espera de um serviço prestado com eficiência e o gestor tem como principais tarefas planejar, executar e acompanhar operacionalmente a entrega do serviço.

Temos na outra ponta as pessoas que trabalham arduamente para entregar o serviço da melhor forma possível e com o máximo de excelência, que são os motorista e a equipe de execução, normalmente representam de 60% a 80% da composição de uma empresa de transporte público, são pessoas que estão diariamente na linha de frente sete dias por semana 24h por dia executando o programado pela equipe administrativa, atendendo as necessidades da comunidade. 

O papel do gestor é extremamente importante no engajamento e motivação das equipes que atuam em campo e estão sujeitas a todos os tipos de intempéries que se possa imaginar como: acidentes de trânsito, brigas, assaltos, problemas pessoais, entre outros. 

Cabe ao gestor estar preparado para exercer o papel de liderança e contornar todas essas situações de forma que o usuário final não saia prejudicado em seu deslocamento e a equipe operacional na outra ponta possa operar com dignidade e o máximo de conforto possível.

Quando existe conflitos trabalhistas entre a empresa e os funcionários, há o intermédio do sindicato que é uma associação representante dos funcionários, que é previsto em nossa constituição, nas empresas de transporte público a participação sindical é muito forte e a aderência dos funcionários à entidade é extremamente alto.

Um gestor que se preze mantém um bom relacionamento junto a associação para resolver e agregar prontamente problemas que possam surgir, estar preparado para resolver tais demandas que inevitavelmente são diárias e praticamente um checklist rotineiro. 

Uma empresa paralisada por falta de gestão e negociação de um gestor normalmente pode gerar danos severos e irreversíveis que podem chegar na casa dos milhões dependendo da quantidade de dias de paralisação, estar atento às leis trabalhistas cumprir e vigorar as regras pré-estabelecidas em acordo coletivo é primordial para evitar dores de cabeça, além das individualidades diárias de uma “garagem de ônibus”.

Quando os conflitos são com os munícipes e a comunidade, o órgão gestor (secretaria responsável e representante do governo) é quem cuidam da intermediação, fiscalização e determinação das regras de prestação de serviço e cumprimento do contrato de concessão ou permissão de operacionalização no município ou estado de atendimento. 

O gestor deve se fazer presente para solucionar e fazer cumprir as determinações previstas em contrato para atender da melhor forma possível o contrato de operacionalização, não é só soltar veículos de qualquer forma na rua, existem diversas normativas a serem seguidas e que se não cumpridas geram penalidades e desembolsos altos para as empresas. 

Citei de forma bem sucinta alguns dos elos de convivência na interação diária entre as partes envolvidas no transporte público, claro que é muito mais abrangente e eu poderia abordar conteúdo para um livro com volume significativo, porém a intenção deste artigo é abordar a importância da capacitação a nível de gestão e a importância da liderança nas abordagens com os diversos tipos de indivíduos que fazem parte da máquina de fazer transporte. 

Terminamos assim o pacote inicial sobre o tema Transporte Público de Pessoas, aconselho que se não leu, leia os artigos anteriores, são extremamente importantes para o entendimento e fluxo mental deste artigo.

Gestor, lembre-se:

“Seu nome, sua índole, sua honestidade são marcas que perpetuaram durante sua trajetória e serão crivadas no livro da sua história de vida.” (Rafael Pereira)

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Indicadores de Desempenho no Transporte Público

Foto: Victor Moriyama. WRI Cidades.

Caros amigos e amigas,

Posso chamá-los assim, afinal, estamos ficando íntimos e tivemos uma boa caminhada até chegarmos a esse tema tão importante e essencial. Esse é o cara que vai te dar uma diretriz, um norte para a tomada de decisão após a operacionalização e retorno sobre resultados e investimento.

Vejo os indicadores de desempenho em uma empresa de forma análoga com as seguintes referências: manteiga do pão, cereja do bolo, goiabada do queijo, semente da fruta, “mana da vida”. Exageros à parte, esse cara vai apontar para ti os erros e acertos da coisa toda e, por esse motivo, é o nosso penúltimo tema a ser abordado, espero que seja um tema que fique registrado em sua trajetória no mundo corporativo e que o manuseio desses dados lhe faça um profissional com uma bela carreira, afinal quer conhecer uma empresa e dominar suas estratégias independente do ramo de atuação? Comece pelos indicadores de desempenho… Vamos ao conceito:

Os indicadores de desempenho podem ser definidos, segundo SANTOS (2004), como um instrumento capaz de proporcionar a compreensão de um dado fenômeno, oferecendo informações ou até um entendimento ampliado do mesmo fenômeno, tudo isto de forma simplificada, compreensível e comparável.

Conforme SANTOS (1994), os indicadores devem ser viáveis e práticos, apresentando duas características especiais:

•          Adaptabilidade: a capacidade de se adaptarem às diversas mudanças nas exigências dos clientes, pois ao longo do tempo os indicadores podem perder sua utilidade e consequentemente serem eliminados rapidamente.

•          Representatividade: a capacidade em evidenciarem etapas críticas e importantes dos processos, para que, de forma satisfatória, sejam representativos e abrangentes.

Indicadores de desempenho são classificados da seguinte forma:

  1. Índice: tudo aquilo que representa ou atribui algum valor ou aspecto importante do que se analisa.
  2. Coeficiente: propriedade que possui condições que permitem uma avaliação numérica.
  3. Taxa: é definida como a relação entre grandezas.
  4. Parâmetro: é uma variável ou constante que apresenta funções específicas e diferenciadas das demais variáveis.

Além disto, existe as formas de visualização de indicadores, como gráficos, tabelas, dados absolutos e dados relativos.

Bom, até aqui tranquilo. Você já sabe o conceito de indicadores, agora vamos tratá-los no âmbito do transporte público de pessoas.

Uma empresa de transporte público tem diversas áreas e setores que mantêm a engrenagem organizacional girando, porém existem três grandes áreas que estão ligadas diretamente com a força motriz empresarial e que a efetividade de suas ações são acompanhadas constantemente para que não haja grandes desvios que possam desacelerar o bom andamento da oferta e demanda, são eles: Planejamento, Operação e Manutenção.

Planejamento

O Planejamento tem como atribuições fazer levantamentos estatísticos baseados em dados anteriores, analisar, projetar e estipular metas, dimensionar programações de linhas, dimensionar a necessidade de pessoal operacional (Escala de Funcionário), tipo de tecnologia (Frota) a ser alocado na linha, fazer com que, baseado em OSO (Ordem de Serviço Operacional), seja cumprido pelo setor de operação e, se caso for inviável cumprir, negociar propostas de melhorias junto ao órgão gestor para suprir as necessidades dos usuários e clientes e as necessidades da organização. Tem como atribuição controlar os custos e índices de rentabilidade, e os dados estatísticos e indicadores que comprovem a viabilidade das linhas. Vamos abordar alguns indicadores importantes da área de planejamento:

  • Total de Passageiros Transportados: O indicador TPT expressa o somatório dos passageiros transportados durante o mês analisado, considerando sua totalidade de dias. É um índice expresso em algarismo e, quanto maior for o status do mesmo, melhor, pois demonstra a evolução da demanda. Segue o cálculo:
  • Média de Passageiros Transportados Dias Úteis: O indicador MPTU expressa a média aritmética de passageiros transportados nos dias úteis durante o mês analisado. Assim, considera o somatório de passageiros em dias úteis divido pela somatória da quantidade de dias úteis do mês. É um índice expresso em algarismo e, quanto maior for o status, melhor, pois demonstra a evolução da demanda. Segue o cálculo:
  • Média de Passageiros Transportados no Sábado: O indicador MPTS expressa a média aritmética de passageiros transportados nos dias de sábado durante o mês analisado. Assim, considera o somatório de passageiros em dias de sábado divido pela somatória da quantidade de dias de sábado do mês. É um índice expresso em algarismo e, quanto maior for o status, melhor, pois demonstra a evolução da demanda. Segue o cálculo:
  • Média de Passageiros Transportados no Domingo: O indicador MPTD expressa a média aritmética de passageiros transportados nos dias de domingo durante o mês analisado. Assim, considera o somatório de passageiros em dias de domingo divido pela somatória da quantidade de dias de domingo do mês. É um índice expresso em algarismo e, quanto maior for o status, melhor, pois demonstra a evolução da demanda. Segue o cálculo do indicador:
  • Índice de Passageiros por Quilômetro: O indicador IPK expressa a relação entre a quantidade de passageiros transportados no mês e a quilometragem percorrida. É expressa em algarismo e, quanto maior for o seu status, melhor, pois afere o nível e quantidade de passageiros por quilômetro percorrido, evidenciando a efetividade operacional e a capacidade de transformar custo em retorno financeiro. Segue o cálculo:
  • Receita por Quilômetro: O indicador RPK expressa a relação entre a receita operacional do mês e a quilometragem percorrida. É expressa em algarismo e, quanto maior for o seu status, melhor, pois indica, a cada quilômetro percorrido, o quanto de receita é gerada na operação. Com esse cálculo simples é fácil analisar o nível de rentabilidade da organização e também se a receita está nivelada, acima ou abaixo dos custos fixos e variáveis, por quilômetro. Segue o cálculo:
  • Receita por Veículo: O indicador RPV expressa a relação entre a receita operacional do mês e a quantidade de veículos operacionais escalados no mês, conforme programado e realizado. É expressa em algarismo e, quanto maior for o seu status ,melhor, pois indica a eficiência da frota e o aproveitamento de cada veículo. Segue o cálculo:
  • Quilometragem Rodada por Mês: O indicador KM expressa o somatório da quilometragem rodada durante o mês analisado considerando sua totalidade de dias. É um índice expresso em algarismo e, quanto menor ou igual for o status, melhor, pois demonstra a utilização correto da operação, seguindo o programado e seguindo os custos projetados para o mês, não ultrapassando as metas. Segue o cálculo:
  • Fator de Cumprimento de Viagens: O indicador FV avalia a confiabilidade do serviço prestado, levando em consideração a quantidade de viagens programadas e o que foi realizado, demonstrando a eficiência e eficácia da operação em cumprir a programação gerando resultados e qualidade no transporte. No caso, FV é a relação entre viagens realizadas dividido por viagens programadas vezes cem. É um índice expresso em percentual e, quanto maior for o status, melhor, pois demonstra cumprimento de metas. Segue o cálculo:
  • Rentabilidade do Capital Próprio: O indicador RCP indica a rentabilidade do capital próprio, isto é, o retorno do lucro líquido sobre o investimento realizado, levando em consideração o somatório do lucro líquido do mês antes do imposto de renda dividido pela média de investimento realizado no período de exercício. É um índice expresso em percentual e, quanto maior for o status, melhor, pois demonstra o nível de respostas do negócio da empresa em razão os investimentos realizados. Segue o cálculo:

Operação

A Operação é o processo final do preparo interno dos setores de planejamento que vai fomentar o que será realizado na rua, todo o cronograma a ser cumprido e a manutenção que irá preparar os veículos para serem disponibilizados à operação que, por sua vez, tem o objetivo de tirar do papel todo esse planejamento e trabalho interno para colocá-los em funcionamento. Para que isso seja feito da melhor forma possível, o objetivo da operação é atender o cliente com excelência, mantendo regularidades, um serviço com qualidade é fator de vital importância e confiança.

A operação conta com uma equipe de campo e fiscalização, que faz esse acompanhamento, preparando relatórios, administrando as saídas de veículos dentro do horário pré-estabelecido pelo Planejamento, entre outros. Tudo que não ocorrer conforme o programado é reportado ao controle de operação para poder registrar as inconformidades, acidentes, trânsito e tudo que possa gerar desvios do planejado, isto servirá como dados históricos para o futuro. Vejamos alguns indicadores importantes dessa área:

  • Turn Over: é a medição da rotatividade de funcionários da empresa. Este cálculo é útil e muito importante, sendo utilizado a fim de aferir se as medidas de retenção de funcionários e talentos têm sido efetivas, além de poder analisar a satisfação dos funcionários quanto as condições da empresa e suas expectativas. Ele é calculado a partir da divisão do total de demissões e admissões divido por 2, seguindo da divisão da soma de empregados no início do mês, conforme segue:
  • Índice de Reclamações: consiste em uma medição de satisfação dos clientes e usuários de uma linha, ou do geral, em relação ao serviço prestado pela empresa. Essas reclamações são registradas pelo órgão gestor e direcionadas para empresa ou registradas por meio de reclamações diretas dos usuários com a empresa, neste caso as informações são recebidas pelo SARC (Serviço de Atendimento de Reclamações do Cliente) e, assim, direcionadas ao setor. Seu cálculo é realizado por meio da divisão do número de reclamações pelo número de passageiros transportados no período, seguindo da multiplicação por 1 milhão. Segue o cálculo:
  • Frota em Operação: este indicador corresponde ao total de veículos que operaram em um dado período. Esta informação é utilizada pela empresa como base para análise da variação do número de veículos na frota e também como variável aplicada para outros cálculos dos demais indicadores da empresa. Segue o cálculo:
  • MKBF (Mean Kilometer Between Failure), ou “Quilometragem Média Rodada entre Falhas ou Avarias” Operacional: é a média de falhas operacionais por quilômetro rodado em um dado período. São consideradas “falhas operacionais” todo tipo de interrupção operacional. Este indicador tem como objetivo apresentar a frequência por quilômetro percorrido de interrupções na operação, e seu cálculo tem como base o total da quilometragem rodada dividido pelo total de falhas operacionais ocorridas em um período. Segue o cálculo:
  • Atestado: Consiste em dois índices: o total de atestados por pessoas (1) e a soma total dos dias de atestados por pessoas (2). Ele é importante para controlar o total de atestados e sua variação para cada período, funcionando como ferramenta para apontar problemas nas condições que os empregados trabalham e o nível de saúde e controle de funcionários. Segue os cálculos:
  • Faltas: consiste em dois índices: o total de pessoas em falta não justificadas (1) e a soma total de dias de faltas por pessoas (2). Este indicador é utilizado pela operação como ferramenta que permite analisar o aumento ou diminuição do absenteísmo, sendo importante para a introdução de medidas que venham corrigir aumentos neste indicador. Seguem os cálculos:
  • Multas RESAM (Regulamentações e Sanções de Multas): é o controle de multas e sanções sofridas pela empresa por causa de infrações cometidas na operação por funcionários na direção e infrações nos terminais, sempre apontadas pelo Órgão Gestor, sem vínculo com multas do DETRAN. Este índice é de grande importância para o setor, sendo que a empresa corresponde ao total de multas aplicadas aos funcionários, demonstrando o nível e qualidade na direção dos mesmos. O aumento neste indicador aponta para o crescimento nas irregularidades cometidas, o que exige medidas mais rigorosas na fiscalização operacional. Segue o cálculo:

Manutenção

A principal atividade da Manutenção consiste na disponibilidade do veículo para atender a área da Operação, pois essa área é considerada como o cliente interno do setor de manutenção, ou seja, o primeiro foco é disponibilizar veículos em perfeitas condições, por custo baixo e segurança.

As funções do setor se resumem no “Tripé da Manutenção”, que é analisar, dimensionar e colocar na prática o plano de manutenção preventiva a fim de conseguir diminuir a manutenção corretiva, que são as quebras inesperadas, e para que seja capaz de manter a melhor relação de custo/benefício de aplicação de peças e insumos com base na manutenção preditiva. Segue alguns indicadores da área:

  • Combustível Consumido: é considerado a segunda maior conta de despesa da empresa depois da conta de folha de pagamento. Esse indicador é considerado o de maior representatividade para a Manutenção. Para que o indicador esteja dentro de índices acertados é necessário trabalhar a regulagem dos veículos, o controle da aplicação do combustível em cada carro e realizar o acompanhamento das médias consumidas. O cálculo divide o total de quilometragem percorrida pelo combustível consumido dentro de um período. Segue:
  • MKBF (Mean Kilometer Between Failure) “Quilometragem Média Rodada entre Falhas ou Avarias” Manutenção: é o índice de quebra da frota por quilômetro. Para obter esse resultado, o MKBF reúne o total de quebras que são subdivididas em SOS, que ocorre quando é disponibilizado um mecânico para ir até o ônibus que está quebrado ou quando ocorre uma recolhida anormal (RA), que se caracteriza pelas ocorrências fora do programado. Portanto, para se obter o MKB é feita a divisão da quilometragem total percorrida pelo somatório de SOS e RA, o qual vai definir com precisão a qualidade da Manutenção, pois ele é diretamente proporcional à manutenção preventiva e preditiva. Segue o cálculo:
  • Custo por Quilômetro: este indicador é composto por quatro tipos de custos variáveis gerados pela manutenção, eles são:
  1. Custo de combustíveis, que é a soma de todos os tipos de combustíveis consumidos na operacionalização, somado os seus custos e dividido pela quilometragem;
  2. Custo de peças por quilômetro, ao final de todo mês é realizada a somatória de todas as peças, custos de funilaria, de pintura, de suspensão, de LED, de sistemas de freio, de sistema do trem de força que é composto basicamente pelo motor, câmbio e diferencial, fazendo uma somatória de todos esses custos e dividindo pela quilometragem;
  3. Custo do óleo lubrificante, o qual tem o seu cálculo similar ao do custo de peças, somando o total do custo com óleo lubrificante e dividindo pela quilometragem rodada. Quando se fala a respeito de óleo lubrificante, englobam-se os óleos de motor, câmbio e diferencial.
  4. Custo de rodagem, que é o custo por quilômetro de pneus, entendendo como compra de pneus novos, recapagens e consertos externos, quando apresentar maior proporção, e consertos internos, quando apresentar menor proporção. Seu cálculo é feito pelo levantamento do valor mensal dividido pela quilometragem.

Esse indicador demonstra a oscilação com valores gastos e direciona à análises possíveis como troca de fornecedor, mudança de marcas de produtos, entre outras informações. Segue o cálculo do indicador:

Segue exemplo de um painel indicativo:

Bom, agora você tem uma bagagem imensa para poder aplicar no transporte público, não tem? Acredito que conceitualmente sim, pois sabe dos números, dos controles internos… Administrativamente você está fera, pois já conhece os principais conceitos, mas como gerir tudo isso? Como liderar, articular e fazer a política da coisa? Gostinho de quero mais, né? Apareça no próximo artigo, camarada!

Abraços fraternos!

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Trabalhando com Estimativas de Custos e Receita no transporte público

Mais um conteúdo prático voltado aos gestores do transporte urbano de pessoas na coluna de Rafael Pereira

Demorei mas voltei, ufaaa…

Caro colega, antes que comece essa leitura quero lhe dizer algo e sinto ao lhe dizer isso: se você sonha em um dia ser um exímio administrador, gerente ou CEO e não sabe lidar ou pelo menos busca compreender o básico do conceito de estimativas e controle de custos e receita, infelizmente você será apenas um sonhador.

E se você já tem carreira consolidada nessas posições e não conhece o básico do tema abordado, infelizmente exímio você não é, e a empresa que você administra corre sérios perigos.

A gestão de custos e despesas está em toda parte, desde o café da manhã em sua mesa até a gasolina que você coloca em seu carro, afinal o esforço do seu trabalho lhe gerou uma renda que deve ser usada com sabedoria, caso contrário, você terá dificuldades em manter seus gastos e continuar gerando riqueza, e em uma empresa não é diferente e por meio da estimativa de custo é possível antecipar o equilíbrio, as necessidades, qualidades e liquidez de uma corporação.

Entenda a analogia feita acima e terás retornos significativos. Não prolongarei extensivamente a prosa, rascunharei o básico para que um (a) entusiasta de transporte público possa conhecer, caso lhe interesse aconselho a se aprofundar nas teorias avançadas.

Existem diversos artigos ótimos de especialistas sobre o assunto. Tenha como exemplo os dados abaixo da linha M12TRO a qual fizemos dimensionamentos anteriormente, façamos as análises:

Trataremos apenas do resultado operacional, iniciamos com alguns conceitos que encontrei em uma apostila que utilizei na FGV, segue abaixo:

Gastos

Gasto é um valor usado pela empresa na aquisição de outros bens ou serviços. Ele corresponde a um esforço financeiro e pode ser efetivado no momento da aquisição ou posteriormente.

Custos

Custo é a parte do gasto que se agrega ao produto. É a parcela do esforço produtivo que é transferida ao produto. Em uma visão mais ampla, pode incluir também as perdas, isto é, aquela parcela do esforço produtivo que deveria ter sido agregada ao produto (bens ou serviços).

Custos diretos 

São aqueles alocados diretamente aos produtos ou objetos de custo, considerando a unidade de produção, não necessitando de rateios.

Custos indiretos 

São os custos que beneficiam toda a produção, mas não são identificados com cada produto ou serviço específico, referem-se aos custos de apoio à produção. São os que, para serem incorporados aos produtos, geralmente necessitam da utilização de algum critério de rateio.

Custos fixos 

São aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da produção. Independem, portanto, do nível de atividade. São conhecidos também como custo de estrutura. Segue exemplo:

Custos variáveis 

São aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem diretamente do volume produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período. Segue exemplo:

Despesas

As despesas são gastos que não se identificam com o processo de transformação ou produção dos bens e produtos. As despesas estão relacionadas aos valores gastos com a estrutura administrativa e comercial da empresa.

Despesas fixas 

São os gastos não associados ao custo de um produto, ou seja, é sempre o mesmo independente dos custos de produção e venda. Segue exemplo:

Despesas variáveis 

Despesas variáveis são aquelas que estão diretamente relacionadas ao volume de produção ou venda de seu produto ou serviço. Segue exemplo:

Perceba abaixo que existe uma tendência em os custos e despesas variáveis serem diretamente ligados ao esforço produtivo, já as contas fixas tendem a ser ligados indiretamente. Segue exemplo:

Demanda

É a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir por um preço definido em um mercado.

Receita

Receita refere-se ao valor da venda de produtos e mercadorias ou da prestação de serviços durante um determinado período contábil.

Lucro

É o resultado da receita total menos todos os custos, despesas e outras deduções que surgirem.

Dado as informações básicas, vamos falar de alguns cálculos necessários para obtenção do resultado.

Ponto de Equilíbrio

Ponto de equilíbrio é a igualdade entre receitas e despesas. É o quanto é necessário produzir ou gerar em serviço para pagar os custos e despesas da operação. Existe diversos cálculos para abordar o tema e diversas visões para cada setor, abordarei o formato mais simples para nossa utilidade. Segue cálculo e exemplo abaixo:

Margem de Contribuição

A margem de contribuição é a diferença entre a receita obtida e os custos e despesas variáveis, que servirá para pagamento dos custos e despesas fixos. Segue cálculo e exemplo abaixo:

Ebitda ou Lajida

A sigla Ebitda vem do inglês Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. É um indicador financeiro que informa o lucro de uma companhia antes de serem descontados o que a empresa gastou em juros e impostos, e perdeu em depreciação e amortização.

Com os dados acima, seguimos com um mini DRE da linha M12TRO:

Finalizamos aqui a pincelada bem básica sobre estimativas de custos, o tema é muito mais amplo do que abordei aqui, porém, acredito eu que exista especialistas capacitados como Controllers, Contabilistas e Analistas Financeiro que possam dar um baile de ações na empresa em que você trabalha, mas, você entender sobre o assunto faz toda a diferença, nos vemos no próximo tema que é sobre indicadores de desempenho.

Abraços!

Veja mais artigos da série especial de Rafael Pereira

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Isso é obrigatório.
Isso é obrigatório.

Dimensionamento de Frota no Transporte Público

Fórmulas e conhecimento básico para gestores de planejamento operacional no transporte urbano de passageiros

Pelo visto você realmente ficou interessado (a) no assunto do tal transporte público, muito bom, então vou parar de papo e irei direto ao assunto. Vamos brincar de matemática, então, preste atenção em cada passo e concentre-se na lógica da coisa, sei que durante anos a matemática lhe torturou, mas nesse artigo você a verá como sua redentora, caso não tenha visto os artigos anteriores eu recomendo que os veja para poder seguir a mesma linha de raciocínio.

Para realizar o dimensionamento de frota são necessárias as seguintes informações:

Valor médio de passageiro na seção crítica ou máximo pico (PAX);

Fator de renovação (FR);

Capacidade da frota operacional ou Capacidade de oferta de lugares (C);

Tempo de ciclo ou Tempo percurso (ida + volta) (T).

Vamos considerar os seguintes dados da linha M12TRO logo abaixo:

PAX = 2.000

FR = 1,61

C = 88

T = 01:20

Com os dados à disposição, seguimos com os próximos conceitos.

Passageiro Real (PAR)

Primeiro passo é identificar o passageiro real (PAR), que nada mais é do que o quociente da divisão do PAX pelo FR. Esse valor demonstra a quantidade de passageiros que realmente ficam dentro do coletivo durante a viagem conforme a renovação nos diversos polos de demandas existentes no trajeto, caso tenha dúvidas sobre o FR aconselho rever o artigo anterior. Segue fórmula:

                                                    PAR = PAX

                                                                FR

Exemplo: 2.000 / 1,61 = 1.242

Fluxo de Viagens (Q)

Próximo passo é identificar quantas viagens serão necessárias para transportar a quantidade de passageiros real durante a faixa horária de pico, para isso é necessário saber a quantidade de lugares disponíveis e dispor da seguinte fórmula:

                                                     Q = PAR

                                                              C

Exemplo 1.242 / 88 = 14

Vamos entender o primeiro resultado importante, Q = 14, logo podemos concluir que na faixa horário de pico com uma capacidade de 88 lugares por veículo conseguimos atender a demanda real de 1.242 com 14 viagens, próximo.

Intervalo entre Viagens ou Headway entre veículos (H)

Sabemos que na faixa horaria de pico precisamos de 14 viagens para suprir a demanda máxima real, porém os passageiros não saíram todos ao mesmo tempo em direção ao seu destino e os veículos não irão sair um atrás do outro ou utilizando o termo mais técnico em comboio, então é necessário um intervalo condizente ao atendimento de viagens. Segue fórmula para resolução do problema:

                                                      H = 60

                                                             Q

Exemplo: 60 / 14 = 4

Podemos concluir que na faixa horária do pico máximo, igual a 60 minutos, colocando em prática 14 viagens neste período, evita-se os comboios e se mentem um fluxo de distribuição de viagens retilíneas, com um dimensionamento sensato de uma viagem a cada 4 minutos.                                                                                             

Frota (F)

Certo, mas e a bendita frota? Vamos refletir. Sabemos que na faixa horária de pico com 60 minutos e um intervalo de 4 minutos conseguimos atender com 14 viagens de 14 veículos diferentes a demanda, logo a frota a dimensionar é 14 correto? Errado.

Vejamos, com 14 veículos atendemos 60 minutos de operação, mas o ciclo da linha é de 1 hora de 20 minutos, logo o período em que 1° veículo sair no minuto 1 e o 14° veículo sair no minuto 60, até o retorno do 1° abrirá um intervalo de 20 minutos. Para solucionarmos este problema utilizamos a seguinte fórmula:

                                               F = T

                                                     H

Exemplo: 01:20 / 4 = 18, 82 arredondando 19 veículos

Chegando no valor máximo de frota necessário para operacionalização da linha, basta o técnico responsável dimensionar as quantidades de viagens conforme demanda por faixas horarias e alocar os valores na programação horária a ser disponível ao usuário, podendo ser feita em excel ou nos diversos sistemas de programação horária disponível no mercado.

Acima foi demonstrado o básico que um gestor de planejamento operacional deve saber para tomar decisões no dimensionamento de frota, espero ter agregado conhecimento ao partilhar de minha experiência.

Para o próximo conteúdo aconselho a você pesquisar sobre os conceitos e os tipos de custos e despesas, a partir de agora a coisa fica séria.

Hasta la vista!!!

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Isso é obrigatório.
Isso é obrigatório.

Pesquisa de Campo no Transporte Público: você precisa saber disso

Em 2020 sua empresa precisa conhecer e saber como aplicar os métodos a seguir para continuar viva

Foto: WRI Brasil

Caro colega, peço mil desculpas se na introdução do artigo anterior fui rude, afinal dinossauros exerceram papéis primordiais na era mesozoica, porém, todavia Darwin nos ensinou que a evolução se conquista com a adaptação, e só os mais adaptados sobrevivem (âo,am), no mercado de trabalho não é diferente.

Pazes feitas? Acredito que esteja curioso para saber se o orador que aqui vos fala está com toda essa bola, não é? Bom então vamos ao que interessa.

Mão na massa: por que pesquisa?

Um professor me disse em certo momento que o marketing era a alma do negócio e a pesquisa era a espinha dorsal, na época muito imaturo não dei a devida atenção, pois jovens enxergam subjetivamente e demoram a desenvolver um instinto visionário. Passados os anos me deparei com o seguinte questionamento de um amigo indagando a seguinte frase: “Qual é o principal destino que os passageiros buscam na linha de ônibus x?”, ao que respondi: “Cara, tá aí uma incógnita, não sei te responder”.

Me senti envergonhado com tal situação, uma vez que essa pergunta tão simples demonstrou o meu despreparo no ramo de negócio em que atuo. Todavia, essa indagação foi crucial para o meu desempenho no passar dos anos, me ajudou a tornar a curiosidade minha ferramenta e a pesquisa minha diretriz.

Você sabia que em algum momento um estatístico previu que você compraria esse smartphone que está na sua mão agora? Previu o tipo, estilo e a cor de sua preferência e não se assuste não é magica e o cara não era Nostradamus, simplesmente ele utilizou a pesquisa de mercado aonde coletamos informações de uma pequena fatia percentual dos usuários de certo serviço ou produto e analisamos para entender as dinâmicas do mercado. 

Sua empresa não faz pesquisa? Então ela não conhece o cliente que tem e se equipara a uma alma perdida no purgatório pagando penitência, sorte sua ter o privilégio de mudar isso.

Feito assim minha forma meio maluca de teorizar “pesquisa”, vamos falar das principais pesquisas de campo no transporte público.

Origem e Destino

Pesquisa voltada normalmente para linhas de longas quilometragem, com alto índice de sobe e desce ou FR (fator de renovação), assunto que abordaremos adiante.

Este tipo de pesquisa visa conhecer e entender quais são os polos de demanda mais importantes no trecho e se existe integração com outras linhas.

É pouco utilizada, devido à complexidade em ser feita e os recursos necessários para sua realização: mão de obra e usuários dispostos a responder os questionários, além das distorções em caso de má aplicação da pesquisa. Segue abaixo modelo:

Ocupação Visual

É um tipo de pesquisa que monitora visualmente o veículo em um trecho da linha com legendas que determinam o tipo de lotação, é uma pesquisa subjetiva que se não for alinhada previamente com a equipe de aplicação pode gerar muitas distorções e equívocos.

Há os que relutam em dizer que não funciona em razão de, em boa parte, os usuários ficarem sempre próximos as portas de saída. Outros dizem que a tendência é os usuários ficarem no fundo ou no lado direito do veículo quando em pé.

Particularmente nunca tive problema com esse tipo de pesquisa, principalmente por me dar uma visão rápida da capacidade ofertada na linha e tem ainda o fato de conseguir comparar a oferta do meu concorrente com a minha. Segue abaixo modelo:

Controle de Frequência e Embarque nos Terminais 

Diria que essa é uma multipesquisa: te dá uma visão geral do panorama de atendimento em grandes terminais. Com ela você consegue fazer medição de frequência, tempo de embarque, quantidade de embarque de usuários, atendimento de filas, controle de comboios e várias outras informações que são plausíveis analisar sempre que possível.

Uma pesquisa simples, que o próprio fiscal pode fazer ou um inspetor de ponto. Segue abaixo modelo: 

Quilometragem

É uma pesquisa que caiu em desuso devido vários sistemas integrados à tecnologia embarcada do veículo trazer as informações de extensão da linha, além do que vários programas e sites conseguem fazer essa medição do percurso.

Resumidamente, marca-se o valor informado no hodômetro nos pontos iniciais e finais de ida e volta, no fim da pesquisa mede-se a diferença dos valores dos pontos. Retira-se uma média simples dos valores na obtenção de um resultado para cálculos e projeções mensais, um método eficaz que foi suprimido pela tecnologia. Segue abaixo modelo: 

Tempo de Ciclo

Outra pesquisa que caiu em desuso, porém é bom dar uma pincelada, basicamente controla o tempo de ida e volta nos principais pontos da linha aonde o pesquisador vai fazendo as anotações, no fim tira-se uma média simples de ida e volta e soma-se os dois para obtenção do tempo de ciclo da linha.

Pesquisa simples de fazer, porém se você tiver GPS e um SIG (Sistema de Informação Geográfico) de qualidade pula essa parte, não tem sentido nenhum para você.

Sobe e Desce

Chegamos ao gran finale, de todas as pesquisas citadas acima acredito que se você entender a de sobe e desce terei um dia extremamente feliz, pois muitos batem cabeça com os resultados dela.

A forma de fazer é a seguinte: com a pesquisa descrita abaixo em mãos dos pesquisadores, será alocado uma pessoa na porta de embarque e uma outra pessoa na porta de desembarque do veículo marcando a quantidade de pessoas que sobem e que descem em cada ponto e logradouro. Essa contagem pode ser feita de duas formas, com senhas entregues aos usuários para ser contabilizadas nos trechos de embarque ou desembarque ou com contadores de pessoas. 

Esse tipo de pesquisa é extremamente importante, se você trabalha com transporte de pessoas e nunca fez esse tipo de pesquisa em suas linhas sinto dizer a você, está na hora né, amigo?

A pesquisa de sobe e desce te dá três informações extremamente importantes: o Fator de Renovação que abordarei abaixo; a quantidade total de passageiros que ficam de fato dentro do veículo durante o percurso de viagem, demonstrando a eficiência da capacidade ofertada; e qual é o principal polo de demanda da linha ou o ponto que existe maior renovação de usuários. Segue abaixo o modelo de pesquisa:

Fator de Renovação

Peguei essa teoria na internet e foi a melhor e mais simples que achei, leia e fixe em sua mente: “Fator de renovação é o quociente entre o total de passageiros transportados na viagem e a ocupação máxima durante esta viagem, é obtido através de pesquisa sobe/desce de passageiros. Sua finalidade é demonstrar o percentual de renovação de passageiros, sendo este número sempre maior ou igual a 1, quanto mais próximo de 1 menor a renovação, ou seja, quanto mais próximo de 1 maior o indicativo de que o destino do passageiro é o terminal final e o valor transportado é igual ao de ocupação, se o valor for acima de 1, maior o indicativo de existência de outros polos de demanda e consecutivamente maior a rotatividade dentro do veículo”. Segue fórmula abaixo:

Legal temos a teoria, agora vamos entender na prática. 

Na pesquisa de sobe desce anterior temos a linha M12TRO que transporta diariamente 20 mil passageiros em média, na faixa horária de pico com maior carregamento transporta 2 mil passageiros por hora, o planejador da Empresa XYZ resolveu fazer uma pesquisa de sobe e desce em uma viagem no sentido ida do veículo de prefixo 912 com capacidade de oferta de 88 lugares. Com vistas no resultado da pesquisa qual o fator de renovação da linha? A capacidade ofertada e condizente com a demanda na seção crítica?

Vamos ao resultado baseado na fórmula: 118 / 73 = 1,61 

Concluímos que a linha tem um alto índice de renovação, pois o fator de renovação é maior que 1 e apenas 61,87% da soma total de passageiros permanecem de fato dentro do veículo.

Sobre a capacidade que é de 88 lugares, visto que na seção crítica a máxima é de 73 pessoas, então a linha está transportando dentro da oferta prevista sem causar desconforto aos usuários com ociosidade de 17,04%.

Entenda a lógica do fator de renovação e tudo ficará mais fácil em seus dimensionamentos.

Espero de fato ter demonstrado de forma simples os principais tipos de pesquisas e facilitado o entendimento da importância de pesquisar, entender e monitorar o seu cliente e a dinâmica do mercado em que está inserido.

Nota: A uns nove anos atrás um CEO (DEX se preferir) me disse que o mundo seria dos engenheiros, discordei… e continuo discordando, o mundo é pura tecnologia, então amigos do TI nos ajudem, precisamos de sistemas mais completos voltados para o transporte de pessoas, e uma aplicação direcionada a pesquisa é primordial para nossas análises. Bom, continuo com Excel e podem ficar com a raiva e saibam que é de vocês a culpa, ao longo de nossos bate papos puxarei suas orelhas mais vezes.

Sobre o conteúdo… como diria o romano Horácio em latim “Carpe Diem”. Nos vemos no próximo capítulo.

Esse texto faz parte de uma série especial de Rafael Pereira. Leia o texto de estréia:

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Isso é obrigatório.
Isso é obrigatório.

Transporte Público de Pessoas

Esqueça os dinossauros do passado e se adeque às novas tecnologias. Coluna de estreia de Rafael Pereira no Agora é Simples.

Foto: WRI Brasil.

Você já se perguntou como funciona o transporte público de pessoas? Como é feito o dimensionamento de viagens para atender o ponto de embarque mais próximo da sua casa? Como são definidos os custos e despesas?

Trabalho há oito anos com transporte público de pessoas e posso afirmar que não sei nem metade do que deveria e aprendo coisas novas todos os dias, porém tenho know how o suficiente para compartilhar, visto que a literatura sobre o assunto é muito escassa e boa parte do que tem disponível possui uma complexibilidade didática desnecessária ao usuário final ou técnico que irá aplicar tais conhecimentos.

Meu intuito é fornecer e compartilhar de forma simplificada meu conhecimento adquirido, separado em cinco processos e seus procedimentos conforme sequência abaixo:

  1. Pesquisa de Campo;
  2. Dimensionamento de Serviço;
  3. Estimativas de Custos e Receita;
  4. Indicadores de Desempenho;
  5. Gestão das partes Envolvidas.

Se você não faz parte do meio, ou melhor, se você apenas se desloca ao seu destino via transporte público, então vamos quebrar o primeiro paradigma caso contrário nada escrito aqui fará sentido a você, então vamos lá:

  • O transporte público é fiscalizado por órgãos governamentais conduzido e gerenciado por empresas privadas, e como qualquer empresa de qualquer ramo para sua sobrevivência depende de lucro. Entenda essa parte e se liberte para o conhecimento.

Mas se você trabalha na área há muitos anos ou é um novato em busca de conhecimento deixo aqui o meu conselho para quebrar paradigmas de verdade, lhe cito dois:

  • O passageiro não é mercadoria ou gado, então você e mais ninguém é responsável pela sobrevivência da empresa em que trabalha no âmbito correspondente a sua função, então dimensionar de forma correta, na hora certa e no local certo o serviço disponível com o máximo de qualidade possível é de sua responsabilidade seja qual for o setor;
  • Esqueça os dinossauros do passado, abra sua mente e evolua, se adeque às novas tecnologias, o ramo já está cheio de incompetentes presos aos seus egos atrasados e dificultando a evolução do transporte.

Sobreviveu até aqui? Então acredito que tudo irá ficar mais fácil daqui em diante.

Espero poder mostrar de forma simplória as bases do planejamento operacional e controle. Bora parar de queimar diesel e bater lata? Vamos tornar o transporte público mais eficiente? Nos encontramos nos próximos capítulos.

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