Se você, assim como eu, tem sentido aquele cansaço após um dia em frente ao computador e ao olhar o celular, vê postagens de rostos felizes em meio à uma pandemia mundial, não se preocupe, estamos juntos nessa.
Por isso, milhares de pessoas sentiram necessidade de buscar um novo hobbie nessa quarentena e, por mais louco que possa parecer, as pessoas estão querendo realizar mais atividades físicas!
Brincadeiras à parte, esse bilhete é real. Mais da metade das pessoas têm utilizado o sistema de aluguel de bicicletas para ir e voltar do trabalho e a maioria pretende continuar usando o meio após a quarentena.
A principal fonte de renda das empresas de transporte público coletivo é a passagem de ônibus. No entanto, muitas empresas e escolas diminuíram seu horário de funcionamento e/ou transferiram-se para o modo online, o que diminuiu a quantidade de passageiros.
Embora tenha aparecido alguns casos de superlotação nos ônibus dado o desafio de redimensionar a frota de maneira dinâmica, a preocupação com o contágio do vírus no transporte fez isso diminuir e, claro, afetou negativamente a contabilidade das empresas de transporte.
Logo, com mais pessoas utilizando bicicleta, cada vez menos pessoas utilizarão o ônibus.
No entanto, quando pensamos em promover o transporte público, pouco é discutido sobre os caminhos até esses modais.
O transporte público vai ter que pegar “cano na bike” diante do novo cenário e aí a gente trabalha na intermodalidade, ou seja, na criação de espaços que estimulem o uso dos dois modais de transporte.
Essa semana é decisiva para o setor
Mais uma vez a câmara dos deputados adiou a ajuda de R$4 bilhões para empresas de transporte. O plano emergencial prevê que o Estado compre bilhetes antecipados para contribuir com as operadoras.
Deputados, porém, questionam a alocação de recursos.
Segundo O Globo, a expectativa é de que os valores sejam melhor distribuídos de acordo com o tamanho e realidade de cada cidade, além do investimento em tecnologia de bilhetagem.
Enquanto isso, no transporte por carros…
As concessionárias fecharam as portas por mais de dois meses, isso freou a produção das montadoras de automóveis.
A expectativa para 2020 era de 3,8 milhões de vendas de carros, mas o coronavírus acabou com tudo isso. A previsão passou a ser a metade.
Mas olha que ironia.
O automóvel particular passou a ser visto como uma redoma segura.
De olho na clientela mais jovem, a BMW transformou suas contas no Instagram e no Facebook em canais de venda e estreou um perfil no TikTok, tudo isso durante a quarentena.
Algumas empresas de transporte também já se atentaram a isso e possuem seus próprios canais digitais.
E mais, a rapidez de comprar um carro aumentou nos últimos tempos.
A Volkswagen promoveu um evento de lançamento online por meio do Whatsapp. Eles venderam 1.000 carros em apenas 8 minutos. Gente, parece piada, né?
Como já diz o ditado “se não pode vencê-los, junte-se à eles”!
A Uber, famosa por se destacar como rival dos taxistas, lançou nesta semana a categoria Uber Táxi. Até agora, funcionando apenas na cidade de São Paulo.
O preço seguirá a tabela de tarifas determinada pela legislação municipal e a mudança indica mais uma etapa na estratégia de ampliar a plataforma para oferecer mais opções aos clientes e para ampliar a receita, visto que a queda nas viagens chegaram a 80%.
O coronavírus balançou nosso sistema.
Leitura em dia, aqui é o nosso ponto final.
Mas não se preocupe, segunda que vem pegamos o mesmo ônibus. Não se atrase!
A importância da transformação digital imediata nas empresas do setor de transporte público
Utilizar o transporte público nas grandes cidades é um fator positivo considerando médio e longos trajetos, os quais, se realizados por carros, enfrentariam grandes congestionamentos. Quando comparado o custo do meio de transporte, os ônibus saem disparadamente mais em conta do que o transporte privado (carro particular, Uber ou Táxi), sendo este o principal fator que colabora para a utilização do transporte coletivo.
No entanto, há um grande desafio para os clientes de ônibus: a emissão do cartão de transporte. Sendo um cartão recarregável com créditos exclusivos para utilização dentro da cidade, cada município apresenta seu próprio cartão “único” e suas próprias regras para emissão.
A ONBOARD esteve em Brasília entre os dias 23 e 26 de junho de 2020 para apresentar o projeto do DBD (Dispositivo de Bilhetagem Digital) com o intuito de apresentar novas tecnologias desenvolvidas para um sistema que, utilizado na cidade, é carente de mudanças. Estavam presentes a SEMOB (Secretaria de Mobilidade Urbana do Distrito Federal), o BRB (Banco Regional de Brasília), a Sufisa (Subsecretaria de Fiscalização, Auditoria e Controle) e a Viação Piracicabana DF.
A fim de entender os desafios do sistema de transporte público, Luiz Renato M. Mattos, CEO da ONBOARD, foi atrás da emissão do bilhete de ônibus na cidade de Brasília. O processo como um todo durou cerca de 50 minutos, lembrando que, em período de pandemia, não havia filas no local.
“Fui na plataforma do metrô para poder fazer o cartão da primeira via, antes ele era feito lá. Ao chegar no local, me informaram que na verdade era na galeria, em outro espaço reservado exclusivamente para fazer os cartões. Esse espaço ficava na plataforma de cima da rodoviária e eu tive dificuldade inclusive de encontrar, sendo bem longe de onde eu estava. Uma vez que fiz a primeira via na galeria, lá não fazia a recarga do cartão. Então, ao pedir informações novamente, indicaram que eu precisava descer até onde era o metrô de novo para poder recarregar. Mas, por ter um ponto de recarga do BRT próximo, consegui fazer a recarga do cartão ao invés de voltar para o metrô”.
relata Luiz Renato.
A dificuldade na emissão do cartão de transporte implica seriamente na atração do sistema, o qual deveria ser facilitado para evitar complicações indesejadas, visto que o mesmo sofre constantes crises por depender quase que exclusivamente de receita proveniente da venda de tarifas. Além do mais, as complicações físicas da experiência em Brasília envolveram locais extremamente distantes, sendo necessário a utilização de um veículo para locomoção, de acordo com Luiz Renato.
Esse relato não é raro. Camila Samya comentou em seu twitter, no dia 06 de junho de 2020, a demora no processo e as informações errôneas que são passadas aos clientes. “No meu primeiro dia de faculdade, eu fiquei horas na empresa de ônibus pra fazer meu cartão que no fim não deu certo, depois me passaram informação errada de onde ficava o ponto de ônibus”.
O transporte público está perdendo espaço por não acompanhar a transformação digital
Diante da necessidade de priorização do transporte público devido as frequentes crises que o setor enfrenta, o problema relatado influencia a preferência por automóveis. A fabricante de carros Volkswagen realizou, no dia 25 de junho de 2020, um evento de lançamento online do novo carro Nivus por meio do Whatsapp, o evento envolveu a venda de 1.000 carros em apenas 8 minutos.
“A Volkswagen aproveitou o embalo do isolamento social e acelerou a concessionária digital, o DDX (Digital Dealer eXperience) com realidade aumentada e excelência em UX. É o ‘better, faster, cheaper’ em estado puro, acontecendo aqui e agora.”
Filipe Bartholomeu, CEO na Almap BBDO, publicou em seu LinkedIn.
Em termos de mobilidade, isso pesa muito, pois, afinal, de acordo com a literatura e a experiência mundial, o transporte público é a coluna vertebral de todo projeto de mobilidade. Filipe ainda complementa que o carro é a “prova viva de que tecnologia e design nasceram um pro outro”, logo, a transformação digital se torna necessária para acompanhar as mudanças no mercado e sobreviver em um mundo cada vez mais competitivo.
Num primeiro momento, gestores podem imaginar que a transformação digital no transporte público é possuir um aplicativo ou um sistema embarcado moderno, no entanto, para haver uma transformação digital real é necessário uma orientação aos dados, aliada à experiência do cliente e aos processos ágeis baseados em testes e validações.
Contudo, conclui-se que, diante das medidas implementadas até hoje, adquirir um carro de quase R$80 mil em apenas 8 minutos é muito mais fácil do que andar de ônibus, frente aos 50 minutos para emissão de um único cartão de transporte.
Como a ONBOARD está ajudando na transformação digital do setor de transporte público
A necessidade de se atentar à combinação de fatores culturais e socioeconômicos para tal transformação leva a ONBOARD a compreender o cenário da realidade do transporte público e propor novas soluções para as empresas do setor. A ONBOARD criou um sistema de Bilhetagem Digital chamando a atenção para a proposta de Account Based Ticketing (ABT) com software aberto Android, enquanto concorrentes continuam com seus sistemas fechados e ultrapassados.
“Podemos falar que nós fomos a primeira empresa no mundo a vender créditos de transporte público por redes sociais (apenas a China vendia pelo Wechat). Ou seja, nós estamos na vanguarda do movimento. Resta o setor corresponder e embarcar nessa com a gente.”
Luiz Renato M. Mattos, CEO da ONBOARD.
O sistema de bilhetagem digital da ONBOARD reúne características únicas, superando a atual bilhetagem eletrônica, apresentando funcionalidades como controle de frota, ambientes de trabalho, chat interno, cadastros, atendimento, CRM (Customer Relationship Management, ou Gestão de Relacionamento com o Cliente), relatórios, Reconhecimento Facial, entre outras características.
Ademais, o Dispositivo de Bilhetagem Digital da ONBOARD, mais conhecido como DBD, é o equipamento de bilhetagem que vai embarcado em ônibus, terminais e estações de trens e metrôs para validação dos cartões de transporte. Atualmente, os equipamentos semelhantes são conhecidos como validadores. No entanto, o DBD apresenta a tecnologia e a praticidade que um sistema de transporte necessita, além de possuir um design totalmente inovador.
“Comparar o DBD com um validador é a mesma coisa que comparar um smartphone com uma calculadora. Ou seja, possui o recurso, mas faz muito mais.”
complementa Luiz Renato.
A partir da Bilhetagem Digital ONBOARD há um ganho no que se diz respeito à colaboração com o ambiente urbano, pois é capaz de, a partir da utilização de dados e realimentação do sistema, reduzir o impacto negativo do deslocamento na vida de pessoas, transformando isso numa experiência muito menos complicada, sobrando tempo, recurso e ímpeto para outras atividades.
Essa experiência é positiva tanto para as empresas – que terão processos melhor traçados, juntamente com uma inteligência de dados para embasar alterações no sistema de transporte – como para as pessoas, que terão um impacto muito diferente em seus deslocamentos. Luiz complementa: “No final do dia, andar de ônibus precisa ser mais fácil do que comprar um carro. E o papel da ONBOARD não é só tornar o andar de ônibus melhor do que comprar carro, é tornar o andar de ônibus melhor do que o andar de carro.”
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A transformação digital chegou no transporte público. Se você está pensando em trocar de validador em sua operação, leia isso!
Os validadores em ônibus são componentes importantes da bilhetagem eletrônica nos sistemas de transporte público. No Brasil, estima-se que 86,5% das empresas de ônibus possuem sistemas de bilhetagem em suas operações.
Mas a escolha desses equipamentos e de todo o sistema de bilhetagem precisa ser cautelosa, uma vez que existem diferenças profundas em tecnologia e, principalmente, em modelos de contrato, que podem ser mais ou menos benéficos para concessionárias de transporte urbano.
Com a crise de financiamento na qual o transporte público está passando, conhecer mais as propostas antes de investir em uma nova bilhetagem pode ser a chave para o sucesso – ou a quebra – de empresas pelo país.
Neste texto você verá:
Problemas da bilhetagem atual
O que é a bilhetagem digital
Preços de validadores em ônibus
Investimento a longo prazo.
Problemas da bilhetagem atual: crise no relacionamento
Imagine você comprando um celular novo. Mas esse aparelho é diferente do que estamos acostumados.
Para baixar qualquer aplicativo você precisa pedir autorização à fabricante.
Isso mesmo, a fabricante que te vendeu o celular tem controle total sobre o sistema operacional.
Somente depois de inúmeras reclamações e ameaças suas de trocar de aparelho ela permite que você baixe o aplicativo que você quer, mas te cobra caro para permitir a instalação.
E pior, depois que você compra o aparelho o sistema operacional nunca mais é atualizado tornando o celular obsoleto e defasado a partir do dia seguinte.
Isso chega a parecer absurdo e algo impossível de se imaginar no mercado de celulares mundial, mas é preciso contar: essa é a realidade das empresas de transporte no país com seus fornecedores de bilhetagem.
Com apenas 6 empresas fornecedoras de hardware e de sistemas de bilhetagem, companhias do setor enfrentam práticas por vezes abusivas e que impedem a inovação.
A ONBOARD, empresa de tecnologia premiada internacionalmente com o missão transformar digitalmente o transporte público brasileiro, sabe bem a dor na qual empresários passam.
A solução da empresa, nascida em 2016, substitui os cartões de transporte pelo celular do passageiro e transforma todo atendimento e relacionamento presencial dos postos de atendimento em digital.
Busca-se revolucionar o transporte público, assim como os bancos digitais fizeram com o setor bancário. É cada vez menos necessário enfrentar filas em agências e taxas abusivas, pois as tecnologias tornaram as operações mais baratas.
Igualmente, filas em postos de atendimento, dificuldade para entender a política tarifária e adquirir cartões do tipo bilhete único não podem mais ser uma realidade de sistemas públicos de mobilidade.
Embora nobre e promissora, a iniciativa da ONBOARD esbarrou em um primeiro momento num problema de mercado: as empresas de bilhetagem eletrônica presentes no Brasil não tiveram interesse em construir conjuntamente uma mobilidade digital.
Tampouco permitiram que os operadores de transporte coletivo, seus clientes, se transformassem digitalmente acompanhando assim as transformações do mundo contemporâneo.
Há 3 anos existe tecnologia digital desenvolvida pela ONBOARD que digitaliza sistemas e pode ser facilmente integrada aos validadores atuais.
Mas não há interesse para que isso aconteça por parte das fornecedoras atuais, pois estas temem perder mercado e, assim, continuam com suas práticas de retenção que não agregam ao serviço final e a qualidade das operações.
Alguns relatos comuns de empresários de transporte público são:
“Eles [empresas de validador] me cobram até orçamento”
“Depende de integração com bilhetagem [incluir os serviços da ONBOARD]?! Esquece!”
“Me apresenta uma alternativa que eu troco todos meus equipamentos”
Essa experiência de mercado, ouvir a frustração de empresários e gestores, motivou a criação do DBD – Dispositivo de Bilhetagem Digital. Não é só mais um validador, mas uma tecnologia flexível, independente e com melhor custo benefício.
O que é a Bilhetagem Digital
A Bilhetagem Digital é um sistema baseado em contas, onde o cliente não possui mais seus créditos numa mídia física, o dinheiro em papel ou os cartões de transporte.
O saldo está vinculado a uma conta que pode ser acessada de diversos dispositivos: celulares, relógios inteligentes, cartões bancários, QRCodes, além dos cartões MIFARE, Cipurse e Calypso tradicionais.
Além disso, o novo tipo de validador usa sistema Android e Linux, que são abertos, o que permite autonomia para empresas de transporte desenvolverem soluções próprias e que auxiliem em seus contextos. Sem contar que o mapa do cartão é sempre do cliente!
Muito diferente do modelo atual, onde qualquer nova implementação precisa passar pela fornecedora, o que sempre gera mais custos.
Para saber mais todos os benefícios da Bilhetagem Digital, que tem o potencial de renovar operações e abrir novas fontes de receitas, acesse nosso artigo exclusivo sobre o assunto.
Preços de validadores em ônibus
Um ponto fundamental para entender o problema da bilhetagem no Brasil é o preço dos validadores.
Em média um validador para ônibus custa R$7,5 mil, com as funcionalidades padrão e softwares proprietários. Já o Dispositivo de Bilhetagem Digital da ONBOARD chega a ser até 30% mais barato.
O preço das bilhetagens atuais é um impeditivo para empresas de pequeno porte, além de qualquer atualização do parque tecnológico.
Por sua vez, o DBD consegue ter melhor custo benefício pois é baseado em tecnologias novas ao invés reciclagem de projetos a fim de obter economias marginais interessantes somente às próprias fabricantes.
Com o novo validador de ônibus e outros modais DBD o back office, ou seja, os sistemas em nuvem que fazem a bilhetagem funcionar são fundamentais para a operação e o novo paradigma: um hardware sofisticado, mas econômico e um sistema complexo, poderoso e muito mais moderno.
Dessa forma, o investimento em novos equipamentos cabe no bolso de empresas de tamanhos diferentes e as atualizações são feitas por módulos, a partir das necessidades de cada cidade: cartões bancários, reconhecimento facial, Wi-Fi, CAN e telemetria podem ser adicionados ou removidos.
O sistema é atualizado constantemente sem a necessidade de novos investimentos ou mesmo o pedido dos clientes para tal.
Ou seja, não é necessário trocar toda a bilhetagem quando uma nova tecnologia surgir no pedaço. Basta apenas acoplá-la ao DBD que foi feito para ser flexível e a última bilhetagem que sua empresa precisará.
Investimento em validadores a longo prazo
Agora você já tem em mãos informações valiosas antes de investir em uma nova bilhetagem, resumimos aqui um pouco da nossa conversa:
Comparação de benefícios das bilhetagens
Validador de ônibus comum
Dispositivo de Bilhetagem Digital
Preço
Em média R$7.5 mil + gastos adicionais com periféricos necessários para o funcionamento adequado
30% mais barato que os validadores tradicionais sem necessidade de periféricos
Software
Proprietário e fechado
Android e Linux, abertos
Hospedagem
Alguns dizem que é na nuvem, mas o servidor está aqui em Hortolândia (a conta vai ficar cara)
Bilhetagem na nuvem com arquitetura baseada em microsserviços
Meio de acesso principal
Mifare
Mifare, Cipurse, Calypso, EMV (Cartões bancários), NFC e QR Code
Novas instalações
Precisa trocar todos os cartões em posse os usuários
Interoperabilidade com qualquer sistema legado
Funcionalidades
Bilhetagem
Bilhetagem, Telemetria, Contagem de passageiros por imagem, Integração com sistema de Som
Novos canais
Apenas rede de vendas caras e cobrança para novas integrações
Bilhetagem já nasce integrada a aplicativos, chatbots, sites, plataformas de atendimento e rede de vendas
Falar sobre um novo investimento é delicado em tempos de crise financeira.
Algumas empresas estão buscando uma nova bilhetagem mas tem receio de que tudo mude em pouco tempo.
É preciso ser sincero: tudo mudará em pouco tempo. E por isso, não faz sentido investir em algo conhecidamente ultrapassado na tecnologia, no modelo de negócio e na prestação do serviço.
Sistema de bilhetagem nenhum no Brasil está funcionando direito. Chegou a hora de se separar do seu problema e dar uma chance para o novo.
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Você sabe diferenciar a bilhetagem eletrônica da digital? Nesse texto você saberá os benefícios de cada uma e como a nova era digital pode contribuir para que o transporte público saia da crise atual
Muita gente pesquisa sobre bilhetagem eletrônica buscando entender mais sobre o conceito, a implantação e as tecnologias envolvidas.
O que muita gente não sabe é a história do ramo no país, além das inovações que estão sendo criadas nesse momento e que visam diminuir os principais atritos em relação a prestação de serviços de bilhetagem eletrônica no transporte público.
Saiba o que é bilhetagem eletrônica no transporte público e conheça a implantação da nova Bilhetagem Digital:
Comemorando 15 anos em 2019, o Bilhete Único de São Paulo é o maior sistema de bilhetagem eletrônica do país. Primeiramente adotada nos ônibus em 2004 e com adesão no Metrô e CPTM em 2006. O sistema de bilhetagem eletrônica, por meio do Bilhete Único, permitiu:
Antecipar o fluxo de caixa das empresas de transporte;
Reduzir custos com emissão dos antigos bilhetes de papel e tarja magnética;
Diminuir o dinheiro embarcado e, consequentemente, aumentar a segurança;
Oferecer condições comerciais mais atrativas aos passageiros a partir de integrações tarifárias.
Todas estas novidades iam ao encontro do que era mais moderno à época para bilhetagem no mundo, a exemplo de experimentos na América do Norte e Europa. Porém, com o tempo, a tecnologia se tornou obsoleta.
Em um sistema defasado se abrem portas para fraudes. Isso acontece pois os padrões de segurança de cartões antigos e massivamente difundidos são mais fáceis de serem fraudados, sem contar nas limitações em inovação.
O que é bilhetagem eletrônica?
O sistema de bilhetagem eletrônica é composto pelos equipamentos e softwares responsáveis pelo pagamento e administração das passagens no transporte público, ou seja, o processo de emissão, venda e compra de créditos/passes para acesso aos transportes.
Bilhetagem eletrônica compreende cartões, validadores e todo o sistema necessário para seu funcionamento. No caso, os validadores são aquelas máquinas onde encostamos o cartão, além de todo sistema que compõe essa tecnologia.
Atualmente, a maior parte das organizações do ramo apontam práticas que atrasam a renovação e a evolução tecnológica da bilhetagem brasileira e, consequentemente, do transporte público como um todo. Ainda em 2003, em relatório, a Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) comentava sobre os sistemas de bilhetagem eletrônica e seu engessamento.
“[O]s cartões e bilhetes somente podem ser comprados dos fornecedores, onerando bastante as compras. Outra grande restrição para os sistemas é a exigência de se pré-formatar/inicializar os cartões inteligentes somente pelo fornecedor de tecnologia, prejudicando muitas vezes a logística de distribuição – compra, armazenamento e venda”.
Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP, 2003).
Isso pouco mudou e ainda hoje o relacionamento entre fornecedores de tecnologia e empresas de transporte não atinge todo seu potencial. A dependência do transporte público em relação à poucas empresas de tecnologia atrasou o desenvolvimento de relacionamento com o consumidor e inovação que poderiam rejuvenescer e ajustar sistemas de transporte tão carentes de mudanças.
Porém, hoje, o setor de tecnologia tem em mãos instrumentos fundamentais para a transformação da mobilidade urbana para melhor, com o objetivo final de movimentar toda a cadeia positivamente e entregar melhores serviços ao consumidor final.
Quais os benefícios da bilhetagem eletrônica?
Em 2008, a European Metropolitan Transport Authorities já abordava as múltiplas possibilidades que a bilhetagem eletrônica poderia oferecer, tais como:
Para o poder público
Unificação da bilhetagem;
Fontes de dados para planejamento;
Melhor controle de receitas e subsídios;
Extensão do esquema tarifário para outros players, como táxis.
Para as operadoras do transporte público
Novos consumidores com abordagem moderna;
Aumentar o lucro operacional médio e reduzir a fraude;
Reduzir custos de manutenção;
Aumento de agilidade à bordo;
Possibilidade de adicionar novos serviços;
Fontes de dados para marketing e planejamento.
Para o consumidor do transporte público
Conveniência, velocidade e praticidade sem o dinheiro;
Jornadas tranquilas e práticas mesmo em modais diferentes;
Facilitação na aquisição de créditos;
Serviços adicionais, quando disponíveis.
Podemos notar que a bilhetagem eletrônica, por meio dos cartões de transporte, também chamados de smartcards adotados no Brasil, como o Bilhete Único, possibilitaram alguns desses benefícios aos envolvidos nos sistemas de transporte urbano.
Outros benefícios, porém, foram subutilizados e alguns inclusive são desafios que a bilhetagem precisa resolver no contexto atual.
Podemos citar como principais desafios o combate à fraude, o relacionamento com o consumidor e a extensão do esquema tarifário para outras plataformas, assunto especialmente importante hoje.
Prejuízos no Bilhete Único
Em 2019, CPTM e Metrô, concessionárias do transporte por trilhos em São Paulo, contrataram auditorias para averiguar a queda de arrecadação proveniente do Bilhete Único – que é administrado pela São Paulo Transporte, SPTrans – enquanto o número de passageiros aumentava.
As companhias alegaram que não havia lógica e a principal suspeita eram as fraudes ocorridas no sistema de bilhetagem gerido pela SPTrans. A CPTM afirmou ter perdido 192 milhões de reais no Bilhete Único em 2018.
A bilhetagem eletrônica foi desenvolvida para simplificar a vida de passageiros e diminuir custos do transporte público. Entretanto, pode contribui para a perda crônica de passageiros ao permitir milhões em fraude que poderiam ser revertidos em investimentos. Além disso, não permitem explorar totalmente os benefícios de pagamentos digitais na nova era.
A simples troca de cartões não é a solução definitiva
A associação do Bilhete Único ao cartão de plástico é inevitável, mas é importante fazermos a distinção entre o serviço e o meio. O Bilhete Único é o serviço possibilitado através da bilhetagem eletrônica, e o smartcard é o meio, ou seja, o cartão inteligente sem contato que viabiliza a utilização do serviço. Assim, muitas das fraudes que acontecem hoje ocorrem devido ao uso de smartcards antigos, que já tiveram inúmeros mecanismos antifraude quebrados.
Diante disso, empresas de transporte do país todo têm trocado seus cartões por versões mais modernas e de difícil falsificação. Inclusive a SPTrans fez isso de uma forma muito inteligente, reduzindo os benefícios do cartão antigo – como o limite de saldo – para estimular a troca pelo novo.
Entendemos, porém, que a simples troca de cartões não é a solução definitiva para a fraude. Tampouco para as outras limitações que a bilhetagem eletrônica atual cria no sistema. Para uma mudança de verdade, é necessário mudar nossa relação com as tecnologias existentes.
No Brasil, tradicionalmente, os sistemas de bilhetagem eletrônica sofrem muito com a necessidade de retrocompatibilidade com as versões anteriores. A dificuldade torna cada vez mais difícil a adequação destes sistemas legados aos novos meios de pagamento.
Esses sistemas, que não se adequaram à diversidade de meios de pagamento que foram surgindo, são grandes responsáveis pelas limitações que a bilhetagem eletrônica possui e a deformação dos benefícios propostos em seu conceito.
Bilhetagem digital, o novo paradigma
Hoje, a tecnologia de Account Based Ticketing (ABT) começa a ser empregada no transporte público para solucionar os problemas relatados.
O termo ABT significa “Bilhetagem baseada em contas” e corresponde a uma transação sem bilhetes que permite viagens em transportes usando um token seguro, vinculado à uma conta no backoffice. O meio de acesso podem ser cartões inteligentes, smartphones, relógios, QRCodes e cartões bancários.
Dessa forma, empresas de transporte não ficam “presas” a cartões inteligentes ultrapassados, além de poderem oferecer novos meios de pagamento à seus clientes.
A segurança se aplica a este novo cenário. Antes, os sistemas concentravam esforços e recursos para evitar que essa possibilidade acontecesse. Hoje, entende-se que que as fraudes vão acontecer e o papel da segurança é mitigar os riscos.
Através desta nova abordagem, o controle sobre os sistemas e suas falhas também se torna muito mais adaptativo e dinâmico. Aliado ainda à possibilidade de utilização de tecnologias de vanguarda como o Aprendizado de Máquina e a Inteligência Artificial.
Nos smartcards, por exemplo, toda informação fica gravada fisicamente no cartão (como ID, saldo e transações), e por isso todo o esforço gira em torno da criptografia desses cartões.
Com o advento da tecnologia ABT, a bilhetagem ganhou o reforço da tokenização. O token auxilia a diminuir os riscos por meio do acesso ao armazenamento de informação numa conta digital online.
Esse ganho em confiabilidade existe, pois um sistema ABT comporta muito mais checagens de segurança e mecanismos de diminuição de risco e detecção de fraude do que os sistemas legados atuais.
Um token representa apenas uma garantia de passagem limitada, em tempo e forma de utilização. Assim, caso fraudado, o prejuízo é baixíssimo e extremamente controlado ao sistema ou ao seu emissor.
Pensando além da segurança, a Bilhetagem Digital em ABT atende outros pontos das potencialidades que a bilhetagem eletrônica aplicada hoje não foi capaz de atender:
Relacionamento com o consumidor. Enquanto os cartões guardam dados básicos de uso e informações cadastrais, um Bilhete Digital pode ser veiculado por aplicativo ou redes sociais que, por sua vez, contém ferramentas de comunicação como notificações que permitem acesso direto ao cliente, implementação de estratégias de retenção e branding.
Extensão do esquema tarifário para outras plataformas. Dada a flexibilidade do Bilhete Digital, novos modais como bicicletas, táxis e carros compartilhados podem ser integrados ao esquema de divisão tarifária aplicada de forma automática e eficiente, sem as barreiras comuns de sistemas fechados e pouco flexíveis.
Por que mudar a tecnologia de bilhetagem embarcada em ônibus?
O modelo de negócio baseado em hardware e software proprietários – onde somente a fabricante tem acesso às suas configurações – criou um alto grau de dependência dos sistemas em relação aos fornecedores.
Isso ocorre, pois mesmo com o equipamento sendo adquirido pelo sistema de transporte público, o desenvolvimento e a manutenção só podem ser feitos pelo seu responsável tecnológico, ou seja, o próprio fornecedor. Há relatos absurdos de práticas comerciais em que até os orçamentos são cobrados.
Para agravar toda esta situação, alguns sistemas cometeram o equívoco de assinar contratos de exclusividade no fornecimento em troca de uma economia marginal na aquisição dos equipamentos, que são caros.
O impacto de tudo isso no presente é a crise que os sistemas de transporte público têm vivido e a falta de alternativas para tirá-los desta situação. A solução deveria ser simples, apenas trocar de fornecedor e é aqui que está o problema.
Para trocar de fornecedor, quando não há contratos de exclusividade, o sistema precisa fazer um novo investimento para instalação dos novos equipamentos custosos.
Na maioria dos casos, os fornecedores da tecnologia embarcada também são donos dos padrões de comunicação dos smartcards (chamado de mapa no ramo) em posse dos usuários do sistema, o que implica em mais investimento com a troca de todos os cartões e toda a insatisfação dos clientes por ter novamente que se adequar ao novo sistema embarcado.
A Bilhetagem Digital da ONBOARD
Atualizações constantes, um ecossistema de desenvolvimento pungente e a independência do transporte público, isso é possível? Sim, com um validador que preze por estes aspectos acima dos interesses corporativos de seu fornecedor.
O DBD – Dispositivo de Bilhetagem Digital da ONBOARDtrabalha com o conceito de ABT – Account Based Ticketing. Ou seja, transfere ao backoffice toda a operação e permite aos usuários o acesso do saldo por meio de qualquer aparelho, uma vez que o valor não está mais na mídia física (cartão), e sim em nuvem.
A Bilhetagem Digital da ONBOARD devolve autonomia aos operadores de transporte por utilizar sistema aberto para desenvolvimento. Além disso, pode ser usada em paralelo às bilhetagens atuais durante a transição, com o objetivo de minimizar os atritos da fase de troca.
Apesar de ser um sistema separado, a validação segue os mesmos princípios atuais, sendo feita de maneira offline através de um módulo SAM (Secure Access Module).
A mudança de paradigma da bilhetagem digital não está só na segurança: a experiência do usuário é impulsionada pela bilhetagem digital.
Hoje, para usar o transporte público, o usuário se dirige até um posto, enfrenta uma fila, carrega o bilhete para então começar a usar. Com a Bilhetagem Digital, o cadastro é online e o usuário passa a ter acesso ao sistema imediatamente após o cadastro, que inclusive é feito com uma simples foto de documento. O software processa a imagem, recorta a foto e preenche o formulário cadastral automaticamente.
Segundo Luiz Renato M. Mattos, CEO da ONBOARD, o sistema desenvolvido pela empresa visa “facilitar o acesso ao transporte público por meio de uma experiência digital, concentrando e integrando todas as opções de mobilidade urbana na mão dos passageiros”.
Para ele, vivemos em um momento onde o transporte público foi deixado de lado, portanto, busca-se “devolver o protagonismo e a competitividade ao transporte público fazendo dele o elo de conexão da mobilidade urbana atual”.
Tudo isso vai ao encontro do desejo do novo consumidor que busca praticidade e serviços digitais. Outros mercados, como os bancos, já perceberam isso e, mesmo com sistemas antigos e também legados, entraram de cabeça no mundo digital.
O varejo é outro exemplo, utilizando de carteiras digitais como responsáveis pelos pagamentos de seus clientes. Com milhares de consumidores recorrentes todos os dias, o transporte público também pode gerar receitas acessórias com transações fora de seus sistemas.
E tudo isso fica mais fácil com uma Bilhetagem Digital flexível e aberta.
A Bilhetagem Digital vai ao encontro da solução para os problemas vividos pelo sistema de São Paulo.
A SPTrans, através do Decreto 58.639 de 22 de fevereiro de 2019, já previu o Bilhete Digital. Agora resta saber quem dará o passo inicial para de fato resolver esses problemas e explorar a bilhetagem digital como solução.
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Opinião: longe de ser uma novidade, pagamentos com cartões bancários interessam mais às bandeiras do que aos consumidores
O Metrô do Rio anunciou recentemente que passará a aceitar cartões bancários com tecnologia contactless da Visa em suas catracas. A novidade se integrará ao RioCard Mais como uma das formas de pagamento e poderá em breve chegar a outros modais além do metrô.
Um aviso importante: a tecnologia contactless não é uma novidade dos cartões bancários. Você paga o transporte assim há 15 anos.
A tecnologia contactless ainda é incipiente no Brasil para pagamentos de compras rotineiras, mas cresceu exponencialmente no último ano. Entre os fatores podemos citar o empenho do Bradesco e Nubank que oferecem cartões como o modelo abaixo, com o ícone indicando a compatibilidade com pagamentos por aproximação.
Cartões contactless permitem pagamentos só aproximando o cartão de crédito ou débito, o que garante agilidade em pagamentos do dia dia. No transporte público, por sua vez, tornam a necessidade de recarga obsoleta, pois com débito ou crédito disponíveis clientes terão sempre o embarque garantido.
O Metrô do Rio, porém, não é o primeiro a testar o pagamento com cartões bancários. Jundiaí foi a primeira e hoje conta com toda sua frota compatível com a tecnologia. Mas quando perguntado a uma pessoa diretamente envolvida no projeto sobre o impacto da solução a resposta em tom de brincadeira foi: “O impacto de zero pessoas usando é zero!”, devido à baixa adesão do modelo.
Os mais afoitos à novidade foram logo decretando o fim do Bilhete Único ou cartões de transporte similares. Mas será mesmo?
Em Londres, onde o pagamento por cartões bancários no transporte é um dos maiores casos de sucesso do mundo, moradores e turistas podem usar seus cartões de crédito ou débito para comprar passagens, mas o Oyster – o bilhete único de lá – é igualmente popular.
Por meio do Oyster, clientes têm direito a um “cheque especial”, que permite o embarque mesmo com a falta de saldo. Além disso, é possível ativar a opção que faz a recarga automática toda vez que o saldo fica inferior a 10 libras.
O segredo, parece, é continuar inovando no cartão de transporte tradicional e não transferir a responsabilidade para empresas terceiras. Até porque os bilhetes de transporte também são pagamentos por aproximação e a novidade é o pagamento a partir de um cartão não exclusivo para o transporte, e não o meio em si.
Devemos lembrar que muita gente no país ainda não é bancarizada e cada vez mais dados de uso são usados para planejamento, ou seja, sistemas de transporte com cartões próprios fortes obtêm dados robustos de uso para suas estratégias.
Inserir cartões bancários no transporte é trazer uma série de intermediários que integram sua cadeia e mordem parcelas das transações. Toda a cadeia e infraestrutura bancária tem se mostrado obsoleta para os padrões atuais que estamos vendo no mundo.
Mas por que o interesse de bandeiras de cartão, como Visa e Mastercard, no transporte público?
A infraestrutura da rede de pagamento criada pelas bandeiras permitiu, por anos, que elas nadassem de braçada em um mercado inédito. No entanto, a estrutura de pagamentos mundial está mudando – podemos ver isso com a multiplicação de carteiras digitais, novas tecnologias como QR Code, blockchain e o uso cada vez menos frequente do dinheiro físico. Ou seja, as bandeiras precisam se manter relevantes.
O Banco Central do Brasil está atento às mudanças e hoje estimula iniciativas de pagamentos instantâneos, que sejam 24 horas, 7 dias por semana e, principalmente, com taxas muito menores do que os meios tradicionais, como as transações DOC e TED e o pagamento por débito.
As mudanças vêm a exemplo do mercado chinês, que hoje possui uma cadeia de pagamentos altamente digital, mas desvinculada de adquirentes e bandeiras de cartão, por lá as wallets criaram suas próprias redes e câmaras de compensação diminuindo o atrito do cash-in. Entre as opções mais famosas estão o WeChat e o Alipay.
O WeChat é o maior app da China, parecido com o WhatsApp, que permite também uma conta digital para pagamentos. Chineses podem transferir dinheiro ou fazer pagamentos de maneira imediata, em segundos. Recomendo este vídeo para saber mais sobre os apps na China.
Portanto, para se manterem relevantes bandeiras de cartão buscam entrar em novos mercados. O transporte público é um dos mais desafiadores e por isso mesmo um dos mais apetitosos: lá se encontra muita gente que não tem conta em banco ou cartão de crédito.
Por outro lado, para o transporte público, o benefício se restringe à ampliação dos canais de acesso, principalmente para turistas. O Rio, por exemplo, recebe milhares de visitantes que não fazem ideia de como fazer um Bilhete Único.
Mas para o sistema em si a inovação não é tão espetacular, pois além de distanciarem o relacionamento dos passageiros com os transporte, essas empresas de cartões se tornam mais um agente na cadeia de pagamentos e com isso geram ainda mais custos para transporte público.
De que forma o relacionamento entre empresas de transporte e consumidores muda?
Se hoje os dados de cadastro e uso dos cartões é de posse das empresas de transporte, sejam elas únicas operadoras ou em consórcio, a partir do uso de cartões bancários esse relacionamento se perde.
As empresas de transporte não são mais as responsáveis pela emissão dos bilhetes, os dados cadastrais são de posse do banco emissor e, com isso, estratégias de comunicação e marketing direcionadas ao mundo digital ficam mais difíceis de serem feitas.
Mesmo que hoje esse tipo de comunicação seja pouco utilizada, é sem dúvida um potencial a ser explorado por empresas de transporte, que podem utilizar técnicas de comunicação digital por e-mail, SMS e aplicativos, tudo com dados próprios. Algo impossível ao transferir aos cartões bancários sua bilhetagem.
Por fim, em caso de perda, furto ou estrago haveria um tempo maior de espera para a produção de um novo cartão, já que cartões bancários notoriamente são mais demorados do que cartões de transporte.
Dessa forma, usuários de cartões bancários teriam nesses casos que recorrer ao banco e não aos serviços do sistema de transporte, ou seja, um ponto a menos de contato entre clientes do transporte e empresas.
Como as bandeiras de cartão oneram o transporte público?
Sabemos que cada compra feita por cartões bancários, seja de crédito ou débito, têm parte do valor enviado diretamente para a bandeira, o adquirente, e para o banco emissor, descontando não do pagador, mas sim do recebedor.
Com o transporte público não seria diferente, mas neste mercado as margens são pequenas e qualquer custo recai, obrigatoriamente, no bolso do passageiro nos comuns aumentos tarifários.
O que estou falando aqui não é para alarmar ninguém, mas precisamos sim encontrar soluções mais sustentáveis para o futuro do transporte público, o que definitivamente não envolve mais um cartão de plástico.
Além das esperadas taxas de transações, a adequação do parque tecnológico, ou seja, os validadores de ônibus e estações é altamente custosa.
Sendo assim, concluímos que o investimento em cartões bancários não só consome margens de lucro das operações no transporte público como também onera desde o início a partir da implementação ainda bastante cara.
Então, como diminuir os custos com bilhetagem?
A preocupação com todo o sistema de bilhetagem, que envolve cartões, postos de recarga, atendentes, validadores, etc. é justa. Bilhetagem é cara e é necessário encontrar soluções para isso.
Para quem vende hardware é ótimo que o empresário tenha que comprar equipamentos novos para adequar sua frota a um novo cartão, que no fundo é mais do mesmo.
O transporte público está obsoleto e perdeu toda sua competitividade por conta de hardwares e softwares proprietários em um modelo de negócio que causam dependência de fornecedores, exclusividade em desenvolvimento, manutenção e nem preciso comentar quanto isso custa, afinal até orçamentos são cobrados.
Soluções são sempre bem-vindas, mas para propor uma solução precisamos pensar mais fora da caixa.
O que falta para termos um Bilhete Digital, emitido de forma online, sem necessidade de recarga e com pagamento por celular e sem nenhum vínculo com instituições financeiras, por exemplo? O que falta para estudantes não precisarem levar todos os documentos presencialmente até um posto de atendimento para fazerem seu bilhete especial?
Uma forma que não perpetue desigualdades no transporte e dê a possibilidade de sistemas de transporte por todo país inovarem, reduzindo custos fixos e investindo no que realmente importa.
Esse texto foi editado em 17 de maio de 2019.
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